Pesquisar este blog

Para fazer download do mp3 clique com o botão direito do mouse sobre o link e escolha salvar.

Vida e Incorrupcao

Vida e Incorrupção - Mario Persona
http://files.3minutos.net/Vida-e-Incorrupcao-Mario-Persona.mp3



Youtube: http://youtu.be/DPAnA5r29Sc

Vida e incorrupção
Mario Persona 

Hoje vi uma notícia que cerca de vinte cristãos, ou mais, foram executados por radicais islâmicos na região do Iraque. Isso está se tornando algo corriqueiro naquela região e na Síria também. Cristãos são perseguidos e mortos porque são cristãos. Os radicais islâmicos praticam essas execuções motivados pelo desejo de serem recompensados por seu Alá, alcançando assim as promessas de um paraíso com setenta virgens, desde que eles morram como mártires ou cumpram com suas obrigações.

Toda religião é assim como o Islamismo; exceto o cristianismo.

Todas buscam beneficiar o homem, contanto que ele faça algo em troca; que cumpra algum “pré-requisito”.

Algumas vão falar que se você der esmola, Deus vai se sensibilizar disso, vai perdoar os seus pecados e te dar a vida eterna ou coisas do gênero. Já em outras religiões, você deve oferecer sacrifícios; em outras você tem que matar os inimigos da sua da sua fé (como é no caso do Islamismo). Outras adotam diferentes preceitos, mas a tônica é sempre a mesma: você tem que fazer alguma coisa para merecer o favor de Deus, seja lá que nome eles dão a esse Deus.

Então, no fundo todas as religiões incentivam os homens a serem egoístas e a pensar em livrar-se de seus próprios problemas.

Se eu der esmolas, por exemplo, assim o farei para livrar-me dos meus pecados; para “diminuir meu carma”. “Vou reencarnar menos vezes” (para aqueles que acreditam em reencarnação).

Ou então, “vou matar cristãos porque isso vai contar pontos na coronha da minha arma eterna. Será registrado quantos cristãos eu matei e Alá ficará muito contente comigo”.

Portanto, todas as religiões são assim. Elas alimentam um sentimento egoísta de busca de recompensa. Independente do que isso vá custar.

Algumas até aparentam fazer o bem à humanidade; outras mostram claramente que não fazem bem algum. Apenas matam e perseguem pessoas, como no caso desses radicais islâmicos que acompanhamos todos os dias nos jornais.

Mas e o cristianismo? Qual é a sua tônica?

É uma pessoa! O cristianismo está fundamentado numa pessoa que é Deus e homem, o filho de Deus feito homem.

Para vermos um pouco mais sobre isso e o que essa pessoa fez, vamos abrir em Lucas 4.

O Senhor Jesus começou, neste capítulo, sendo levado pelo Espírito Santo ao deserto, para lá ser tentado pelo diabo. Mas na verdade, não é que Ele estivesse sendo tentado para ver se conseguiria resistir à tentação; se Ele falharia...

Nós, ao sermos tentados, podemos ou não falhar. Podemos resistir à tentação e não cair em pecado, ou simplesmente não resistimos e caímos. Essas duas possibilidades são reais quando somos confrontados por uma tentação, qualquer que seja ela. Seja bater no cara que me fechou no trânsito, seja tomar um sorvete que vai engordar...

Qualquer tipo de prova pela qual passemos, poderá findar em dois resultados.

Mas, para o Senhor Jesus, a tentação não era para ver se Ele poderia cair ou não; mas sim para provar quem Ele era. Provar que Ele era Deus e homem. Que era sem pecado e que Ele era sem resposta à tentação!

Nós respondemos a uma tentação. Respondemos com uma vontade de ceder a ela.

Mas o Senhor Jesus não tinha esse desejo porque Ele é Deus e homem!

Então aquela tentação, na verdade, podemos chamar de uma prova apenas; para mostrar quem Ele era e não havia a mínima possibilidade de o Senhor Jesus cair na conversa do diabo.

Tanto que Ele foi conduzido à tentação não pelo diabo; o capítulo começa dizendo que Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. Ele foi conduzido ao deserto pelo próprio Espírito Santo de Deus, uma vez que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo; uma trindade, três pessoas, um Deus.

Eu não entendo isso, você não entende isso e ninguém entende isso.

Porque é Deus! É a natureza d’Ele. É a Sua essência.

Se pudéssemos compreender, nós seríamos Deus para entender a essência divina.

Mas ela está além do nosso entendimento e Deus está tão além da nossa capacidade de compreensão, que a Bíblia diz que Ele habita na luz inacessível.

O que é luz inacessível?

Tudo aqui na verdade é luz... Quem estuda física sabe que matéria é energia dentro de um determinado espectro de vibração.

Porém, Deus habita fora desse espectro. Um lugar completamente inacessível ao homem.

Mas Deus, ainda que inacessível, fez-se acessível ao homem e veio ao nosso mundo na pessoa do seu filho Jesus Cristo, tomando a forma humana.

E aqui Ele foi tentado. Foi testado no deserto durante 40 dias. Sem comer nada, em jejum absoluto, e ao término dessa provação (no versículo 14), O vemos outra vez, sob o poder do Espírito Santo, “voltou Jesus para Galiléia e sua fama correu por todas as terras em derredor. E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler”.

Sinagogas eram uma espécie de sala de estudo dos judeus.

Havia um templo em Jerusalém, que era o único lugar onde um judeu podia adorar. Nenhum judeu podia adorar aonde bem quisesse; ele tinha que ir ao templo. E quando orasse, tinha que estar voltado na direção do templo (como hoje fazem os judeus e também os muçulmanos, que se voltam para Meca).

Naquele tempo, só no templo de Jerusalém era permitido oferecer sacrifícios a Deus, trazer as ofertas, enfim, tudo era concentrado ali.

No entanto, eles tinham essas sinagogas, que eram como “escolas de judaísmo”; salas em diferentes cidades, como existem até hoje. Lá eles liam as escrituras (que no caso é o Antigo Testamento).

E ali Jesus foi ler; na sinagoga. E no versículo 17: “foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e quando abriu o livro (que na verdade era um rolo, naquela época eles usavam rolos de peles de animais) achou o lugar onde estava escrito: o Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos e por em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e aos olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele”.

Ele leu uma passagem do profeta Isaías, escrita 700 anos antes da vinda de Cristo ao mundo e nessa passagem Deus promete libertação ao povo de Israel.

Devemos sempre entender que Deus escolheu um povo no passado.

É de certa forma uma “amostragem da raça humana”.

Num laboratório, quando você quer fazer uma experiência, você pega uma amostragem; ou mesmo numa estatística, toma-se uma amostragem. Para qualquer estudo que é feito, não se utiliza o corpo completo do objeto em questão. Para fazer uma análise, por exemplo de uma enfermidade, é tomada uma amostra do tumor ou da pele para então observá-la e, com base nisso, conclui-se que todo o tumor será daquele jeito.

Assim, Deus pegou essa “amostragem da raça humana”, chamada Israel, uma família, e falou: “vou trabalhar com esses!”

Deus deu a esse povo a Lei, dez mandamentos e várias outras ordenanças também; mais de trezentos preceitos. Era a forma que Deus esperava que o homem se portasse.

Todavia não demorou muito e já estavam todos culpados. Inclusive quando Moisés desceu do monte com as tábuas da Lei, já que enquanto Moisés recebia a Lei, que aliás condenava a idolatria, o próprio povo de Israel já estava ornando bezerros de ouro e adorando aqueles ídolos.

E assim foi durante todo o tempo que Deus tratou com esse povo.

Com muita paciência e às vezes tendo que discipliná-lo (como com nossos filhos quando eles fazem coisas erradas); Deus disciplinava Israel através de nações inimigas, por exemplo, lançando-as contra eles. Mas de nada adiantava…

Então Deus prometeu que enviaria um para libertar esse povo e para estabelecer um reino aqui na terra; reino este que seria de justiça. Um reino de saúde, de abundância e de prosperidade.

Esse enviado seria o Messias; o Rei dos Judeus.

Foi por essa razão que o Senhor Jesus leu aquela passagem do Antigo Testamento, no Livro de Isaías. Trata-se na verdade uma descrição do Messias que seria enviado; ele seria ungido; o escolhido para evangelizar os pobres, ou seja, pregar as boas novas, as boas notícias; curar os quebrantados do coração; apregoar a liberdade aos cativos; dar vista aos cegos; libertar os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor.

Porém, nessa leitura Jesus pára num ponto. Ele não lê todo o trecho de Isaías porque se Ele continuasse depois de anunciar o ano aceitável do Senhor, Ele diria o seguinte: “e o dia de vingança do nosso Deus”, mas Ele parou antes porque ainda haveria de vir esse dia de vingança, todavia ele não seria ainda derramado sobre esse povo, pois Deus, na sua paciência, daria mais uma chance à Israel antes da vingança; antes do castigo severo. Por isso Jesus parou de ler.

Então, fechando o livro (no versículo 20), “tornando-o a dar ao ministro, assentou-se e os olhos de todos estavam fitos nele. Então começou a dizer, hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos”. O que ele estava dizendo aqui?

Eu sou este que foi prometido. Hoje se cumpriu. Está aqui esse que vai pregar e evangelizar os pobres; curar os quebrantados do coração; pregar a liberdade aos cativos; dar vista aos cegos; pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor! Era Ele!

E ao ouvir isso, o que fazem aqueles judeus?

No versículo 22, lemos: “E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca (porque Ele não trouxe nenhuma palavra de juízo, Ele omitiu essa passagem) e diziam: “Não é este o filho de José? E ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum. E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria”.

Ele lavrava aqui a sentença do que aconteceria com eles: não só não O receberiam, não O reconheceriam como o Messias; mas também iriam condená-Lo à morte. Eles desejariam livrar-se d’Ele. Iriam dizer: “não queremos que este reine sobre nós”, declarando assim não só a total vileza do coração dos judeus, como a total vileza do coração dos homens.

Quando Adão caiu em pecado no Jardim do Éden, qual foi a tentação de Satanás?

Ele prometeu ao homem que se ele comesse do fruto proibido, ele seria como Deus: conhecedor do bem e do mal. “Ora, se eu posso ser como Deus, por que eu precisaria d’Ele?” E assim o homem almejou ser como Deus, ou seja, livre d’Ele!

Livre de alguém acima de si mesmo, do controle que o dirija, que o proteja e cuide.

Todo homem tem no coração esse espírito de autossuficiência.

Pegue uma criança de dois de idade e dê a mão para ela atravessar a rua. A primeira coisa que ela vai fazer é soltar da sua mão. Ela quer atravessar sozinha.

Nós vamos passar a vida querendo fazer as coisas sozinhos.

Em alguns momentos até acharemos que nosso filho é independente. E ele é mesmo! Porque essa independência ou autossuficiência vem lá do Éden; está no coração de todos os homens.

De fato, nós não queremos nos sujeitar a Deus.

Há um Salmo muito usado quando se fala de ateus, porque nele está escrito: “diz o ímpio no seu coração, não há Deus”.

Contudo, esse “há” não consta nos originais. Tanto é que em algumas versões da Bíblia, ele aparece em itálico. Isso indica palavras não existentes no texto original, as quais o editor acrescentou para permitir uma fluidez maior ao texto.

Esta é a versão original: “diz o ímpio no seu coração, não Deus”!

É isso que nós dizemos a Deus: Não! “Deixe-me tranquilo, sozinho e não me perturbe Deus. Eu quero viver minha vida. Quero ser dono do meu nariz. Eu quero tomar minhas decisões. Quero definir o meu futuro.”

Não Deus!

Isso está no coração de todo homem. No meu, no seu, no de cada um aqui. Todo mundo sabe disso!

Ninguém gosta de ficar preso a alguém.

Porém falta a ciência de que esse alguém é um Deus de graça, de amor e de misericórdia.

Um Deus que não quer prender ninguém; mas quer tratar com graça e misericórdia; com salvação.

Então, Jesus já diz a sentença de que eles não iriam recebê-Lo.

Os judeus, Israel, essa amostragem do grande “tumor” em que a raça humana tornou-se por sermos todos pecadores. Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus! Esse grande tumor que é a raça humana; esse grande câncer.

E não precisa ir longe, basta abrir os jornais para ver o quanto ele corrói.

Essa “amostragem” que Deus tomou para com ela trabalhar, provou ser totalmente incapaz de ajudar-se a si mesma; de obedecer as leis de Deus e até de receber o Messias que havia sido prometido.

Então Ele declara, no versículo 24, “em verdade vos digo, que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria”. Ele estava no meio do seu próprio povo; “a salvação vem dos judeus”, disse Jesus para a mulher samaritana.

No primeiro capítulo do seu Evangelho, João fala que “Cristo veio para o que era seu, o seu povo, mas os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber aos que crêem no seu nome, que não nasceram nem da carne, nem do sangue, nem da vontade do varão, mas nasceram de Deus”. Isso é dito no Evangelho de João.

E agora no Versículo 25 temos um vislumbre do que Ele faria mediante àquela rejeição de Israel.

No versícilo 25: “Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;

E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.”

O que Ele está dizendo aqui?

Diante da insensatez e da rebeldia daquele povo, Deus tinha já no passado, ao invés de atender a uma viúva do povo de Israel, atendido a uma viúva gentia.

Os judeus consideravam os gentios cães imundos, indignos de qualquer favor. Os judeus nem conversavam com gentios.

Quando um judeu ia à casa de um gentio, ele ficava na porta somente; não entrava. Vimos isso acontecer com Pedro em alguns momentos nos Evangelhos, porque os gentios eram um “povo imundo”.

Mas está muito claro aqui: “vocês não me receberam. Eu vou aos gentios”.

Pois veja, havia muitas viúvas na terra de Israel quando sucedeu uma grande fome e Elias não foi a nenhuma dessas viúvas; ele foi a uma mulher gentia. E quando ele foi até essa mulher – eu vou resumir a história – ele fez com que se multiplicasse a farinha que ela tinha guardado (e que só dava para ela e para seu filho). Elias pediu que ela fizesse um bolo, um pão para ele… Ela disse: “só tem para meu filho. Vou pegar uns gravetos e assar um pão. Eu vou morrer; é nossa última refeição”.

Ela começa então a usar aquela farinha que nunca se acaba, e não só se alimenta dela por muito tempo, como também alimenta o profeta de Deus.

O filho da viúva vem a falecer e Elias deita-se sobre o menino e ele vive novamente; ele ressuscita!

Nessa passagem breve (nós a vemos em 1 Reis, capítulo 17, onde toda a história é contada), temos um exemplo de ressurreição; de trazer de volta à vida um corpo morto.

E isso entre os gentios! Não entre os judeus.

E depois temos um outro caso, no versículo 27: “E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro”.

Esse é outro exemplo que Ele dá de um gentio, inimigo do povo de Israel (inclusive invasor da terra de Israel) e esse gentio, comandante do exército inimigo, tinha lepra.

Era um homem poderoso, porém leproso.

E uma serva, que fora sequestrada quando eles invadiram Israel, fala para sua patroa que bom seria se Naamã pudesse encontrar o profeta que estava em Israel, pois ele o curaria da lepra.

Então Naamã, o comandante leproso, foi à Israel, encontrou-se com o profeta, que lhe ordenou mergulhar sete vezes no rio Jordão (um símbolo de morte). Ele mergulhou as sete vezes e saiu sem lepra alguma. Saiu com pele de bebê; totalmente limpo de sua enfermidade.

Com isso Cristo dizia o seguinte: “eu vou ao gentios e, quando eu for, vou livrá-los da morte, vou dar-lhes vida. Quando eu for, vou livrá-los da corrupção, vou dar-lhes incorruptibilidade”.

Com esses dois exemplos, Ele anunciava em figura que Deus trataria com um povo em graça e misericórdia; que não seria nem judeu nem gentio. Seria o povo que hoje nós chamamos de Igreja.

Todo aquele que crê em Cristo hoje, que se converte a Cristo Jesus como seu Salvador, faz parte da Igreja, que é o corpo de Cristo.

Quando eu falo Igreja, não me refiro a uma religião, a uma denominação, um templo… Nada disso! A Igreja é o corpo de Cristo. É todo o conjunto daqueles que crêem e foram salvos por Cristo.

E no versículo 28 nós vemos o que aconteceu após aquela declaração de Jesus, uma vez que tal afirmação era uma infâmia para um judeu.

Imagine um judeu ouvir que seu Messias, por quem ele esperava, revela-se diante dele e quando os judeus O rejeitam e dizem: “não é esse o filho de José?”, ou seja, um “comum”, Ele avisa que vai para os gentios.

O que eles fazem?

Todos na sinagoga ouvindo essas coisas (versículo 28 de Lucas 4) “se encheram de ira. E, levantando-se, o expulsaram da cidade, o levaram até o cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem”.

Eles fizeram uma coisa parecida com aquilo que Satanás fez ao tentar o Senhor Jesus, quando ele também O levou a um monte, no lugar mais alto e falou: “pula daqui se você é o filho de Deus, que os seus anjos vão te sustentar”.

Os judeus fizeram isso; mas agora eles queriam empurrar, matar o filho de Deus.

“Ele porém, (Jesus) passando pelo meio deles, retirou-se”.

Como que Ele passou pelo meio deles?

Eles não sabiam com quem estavam mexendo…

Uma multidão O cerca, quer levá-Lo até o cume do lugar alto em que eles estavam e quando iam jogá-Lo, o que Ele fez?

Simplesmente passou pelo meio deles e ninguém fez nada!

Porque era Deus e homem andando neste mundo!

E agora eu queria abrir uma passagem que tem tudo a ver com isso que o Messias faria.

Está em 2 Timóteo; foi a última carta que Paulo escreveu, quando estava preso em Roma.

Ele seria solto por pouco tempo e depois seria preso novamente e seria decapitado, isso segundo a tradição; pois não temos na Bíblia uma confirmação da sua decapitação, mas ele foi morto, foi supliciado, foi martirizado.

E nessa situação podemos imaginar um homem, Paulo, preso, sabendo que a morte o espera, estando nas mãos do homem mais poderoso e vil de sua época, um tirano, Nero.

Se alguém hoje reclama de governantes é porque ainda não sabe o que é um tirano.

Nero promovia jantares e para iluminar o jardim do palácio, ele mandava fincar estacas.

Os convidados sentava-se às mesas e então amarravam cristãos às estacas, despejava-se betume (que é basicamente petróleo) sobre esses cristãos e ateava-se fogo.

Então eles jantavam iluminados pelos cristãos morrendo queimados durante o jantar.

E isso entre a elite romana.

Eles promoviam bacanais. Aqueles jantares absurdos nos quais eles comiam, comiam e depois vomitavam para comer bastante de novo e voltar a vomitar e comer mais; bebiam, vomitavam e faziam isso até não aguentar mais. E jantares assim eram iluminados por cristãos sendo queimados.

E Paulo era alguém sujeito a passar por isso.

De qualquer maneira, Paulo sabia que seus dias estavam contados. E como ele está?

Preocupadíssimo, roendo unhas, desesperado por ouvir que vai ser morto?

Não, de jeito nenhum! Ele está totalmente tranquilo, porque sabe que tem muito mais do que esta vida aqui.

No capítulo 1 de 2 Timóteo, ele fala no versículo 8: “portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim que sou prisioneiro seu”.

Prisioneiro de quem? De Nero?

Não. De nosso Senhor!

Ele sabia que estava ali por causa de Cristo.

Então, se ele estava preso é porque o Senhor havia permitido isso; e se havia permitido isso, tinha uma razão de ser.

Um preso nessa época ficava, às vezes, acorrentado a um soldado. Quando era um preso importante como Paulo, eles o acorrentavam a um soldado (como hoje, quando há alguém muito importante que vai ser transportado de uma cidade para outra e eles algemam o bandido ao policial que vai acompanhá-lo).

Paulo tinha aquilo que nós podemos chamar de “audiência cativa”, porque aquele soldado que o acompanhava em todo lugar onde ele fosse, ouvia o evangelho o tempo todo. Não tinha como escapar da pregação de Paulo. Estava ali ao lado dele o tempo todo.

Paulo considerava-se, portanto, pisioneiro do Senhor, “prisioneiro seu; antes participa das aflições do Evangelho segundo o poder de Deus (versículo 9) que nos salvou, e chamou com uma santa vocação;”

Agora, perceba o verbo. Ele não disse que nos salvará!

Toda religião promete uma salvação futura.

“Se você for bom, se for fiel, se der o dízimo à igreja que você vai; se fizer isso ou aquilo, lá no fim, Deus pesará numa balança, verá se pesam mais as moedas que você deu ou as moedas que você tirou, então você vai receber a vida eterna.”

Não! Você, num futuro? Não!

No Evangelho não é assim.

Em João capítulo 5:24 diz assim (o Senhor Jesus diz): “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, (terá? Não! Tem! Tem vida eterna…) não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”.

Quem ouve, crê, tem, não entrará, passou!

Olha que situação mais do que resolvida! Salvou-nos!

Então Paulo escreve para Timóteo, que era outro salvo, “e nos chamou para uma santa vocação, não segundo as nossas obras”, ou seja, não segundo o que nós fizemos de bom; mas segundo o seu próprio propósito de graça que nos foi dada em Cristo Jesus.

Quando?

Antes dos tempos dos séculos!

Já estava determinado antes dos tempos dos séculos! Antes de tudo existir. Antes de existir matéria e de existir tempo, Deus já tinha resolvido essa questão.

Todavia a manifestação disso seria na cruz do Calvário, quando Cristo morreu para levar os meus pecados.

Antes dos tempos dos séculos, e o versículo 10 fala justamente isso: “é manifesto agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo”.

Aqui ele vai falar da obra completa de Cristo, que é a seguinte: Ele se fez homem e foi até a cruz. Andou aqui como um homem; o único capaz de guardar toda a lei de Deus. O único capaz de justificar Deus em tudo. Único homem perfeito porque era Deus e homem; mas semelhante a nós. Porém sem pecado. Ele foi à morte, e ali Ele foi entregue como substituto do pecador.

Deus precisava julgar e condenar o pecador.

E como Deus poderia ser justo, julgando e condenando o pecador, e poderia ser misericordioso, livrando-o e salvando-o?

Se Ele fizesse uma coisa, não poderia fazer outra.

Se voce condena alguém à morte, você pode falar: “sinto muito, eu não queria. Eu queria salvar você, mas está morto agora”.

Mas Deus proveu algo fantástico, porque Ele pegou a pessoa do seu filho, o único que poderia substituir todos os pecadores, e transformou essa pessoa num sacrifício que seria a consumação de todos os sacrifícios de animais do Antigo Testamento. Sacrifícios esses que eram figuras de um animal que viria, o Cordeiro de Deus, que é um ser humano, para morrer no lugar do pecador.

No Antigo Testamento, quando um judeu pecava, ele levava ao sacerdote um cordeiro, uma vaca, ou um bezerro, colocava a mão sobre a cabeça do animal inocente, como se estivesse transferindo a sua culpa para aquele animal e este morria.

Mas era tudo figura, era tudo encenação. Aquele animal não tinha poder para limpar o pecado. Porém ele apontava para o dia em que Deus enviaria o Seu Cordeiro para morrer e lavar o pecado.

Aqueles do Antigo Testamento que faziam isso na fé, crendo que Deus, lá na frente, resolveria de fato a questão, esses foram salvos como se diz hoje “a crédito”. Receberam a salvação antes para o pagamento ser feito depois…

Hoje nós que cremos em Cristo, na sua morte e na sua salvação consumada na cruz; nós ao cremos nisso, somos salvos “à vista”, ou seja, “pré-pago”, porque já foi pago lá atrás.

Então, seja no tempo de Israel, seja no tempo de hoje, somos salvos pelo mesmo sacrifício que aconteceu há dois mil anos na cruz, quando Cristo morreu em nosso lugar.

É manifesta agora essa salvação dada em Cristo (no versículo 10) “e que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho”.

Ele anulou a morte; e Paulo podia olhar para Nero e falar:

- O que está pensando? Me matar? Pobre Nero! Cristo anulou a morte para mim. A morte que você vai me dar não vai valer nada; não vai adiantar nada, porque Ele já anulou a morte.

E Nero diria:

- Ué, Paulo, como é isso? Está morto.

Paulo responderia:

- Nero, eu vou morrer um tempo somente; Cristo trouxe à luz vida, e incorrupção. Meu corpo não vai apodrecer.

E Nero:

- Como não? Vou mandar enterrar você, seu corpo vai ser comido pelos vermes!

Paulo:

- Sim. Este aqui será comido, mas depois vai ressuscitar! Assim como Cristo no passado, na pessoa do profeta Elias, trouxe vida para o corpo daquele menino, filho da viúva e assim como Eliseu no passado restaurou o corpo de Naamã, o leproso. Fazendo incorruptível, transformando o corpo corruptível em incorruptível e limpo daquela corrupção da lepra. Assim é todo aquele que crê em Cristo hoje. É algo que Ele já tem resolvido.

Nero:

- Oh, nao estou vendo isso! Vejo um cemitério cheio de gente!

Paulo diria então:

- Sim, mas está resolvido já! É só uma questão de tempo para isso se manifestar, para vir à tona, porque um passou antes de nós pela morte, Cristo! Ele foi até a morte, entregou a sua vida, foi sepultado e depois saiu do sepulcro. Íntegro, com seu corpo ressurreto, e permaneceu quarenta dias na terra com seus discípulos; depois subiu ao céu.

Num corpo de plasma, etéreo, um espírito transparente?

Não! Um corpo de carne e ossos!

Porque quando Ele reencontrou seus discípulos após a ressurreição, Ele disse: “vede que eu tenho carne e ossos, não sou um espírito. Tenho carne e osso, põe a mão aqui”, disse Ele àquele que duvidava, Tomé.

Jesus também comeu peixe, um favo de mel… “Veja que tenho corpo!”

E assim Ele subiu, com esse corpo!

Ele é o primeiro de uma nova raça.

Deus pegou Adão, o primeiro homem criado da terra, e o provou ao máximo.

Tentou de todas as maneiras com esse “protótipo de homem”, que era Adão, mas ele falhou…

Deus pôs um fim em Adão na cruz: “está aqui, o homem vai morrer! Vai acabar de vez esse homem, e vou começar agora com outro homem”.

Na verdade é o mesmo homem, mas é Cristo agora!

A nova criação em Cristo Jesus; Ele é o primeiro. Ele é o “protótipo” da nova criação; primícias da nova criação; assim ele é chamado na Bíblia e todos os que nascerem agora em Cristo, serão como Ele também é; como Ele é agora no céu. Ressuscitarão em um corpo.

E assim Deus anulou em Cristo a morte, aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção.

Como isso chega até a mim? Qual é a chave mágica que me faz ser herdeiro dessas coisas?

Nós podemos nos considerar herdeiros quando cremos em Cristo.

Você está aqui agora e vem alguém dizendo que chegou uma carta para você: “nossa, gente, olha! Eu herdei uma fortuna de um tio lá na Alemanha que eu nem sabia que existia. Ele deixou tudo para mim. Era milionário!”

Bom, neste momento voce está aqui.

Você vai ter que pegar o ônibus porque não tem carro; ir até a sua casa de ônibus ainda, balançando no busão. Você vai ter que pegar outro ônibus até São Paulo, pegar um avião até a Alemanha, emprestar dinheiro da família para comprar a passagem para lá e receber a fortuna da qual você é dono.

Então, alguém chega pra você e fala que você está na pior, desempregado, sem carro…

E você diz:

- Não estou na pior. Eu sou milionário!”

- Mas eu estou vendo você aí de roupa rasgada.”

- Mas chegando lá na Alemanha eu vou trocar. Assim que eu receber a herança que já é minha, já está no meu nome! Mas eu tenho que ir até lá para pegar, tenho que receber…

Assim é aquele que crê em Cristo.

E como nós recebemos essa herança? É o final do versículo 10.

Como recebemos essa vantagem de vida e morte anulada, de vida agora, de incorrupção?

Pelo evangelho!

Paulo explica o que é o evangelho em 1 Coríntios 15:1. Um pouco antes em Romanos, ele diz que “o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”.

É uma mensagem poderosa (porque é um poder que vem de Deus). O Evangelho é uma mensagem que carrega um poder divino; ele é “energizado”, digamos assim, com poder de Deus e por isso funciona.

Mas o que é o evangelho? Que Shazan é esse? Que palavra mágica é essa?

“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis (e no versículo 3) porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”.

Isso é o evangelho!

Tudo se resume na morte e ressurreição de Cristo.

Tudo se resume na anulação da morte. Quando Ele morreu e ressuscitou.

Tudo se resume no juízo de Deus sendo definitivamente lançado sobre o homem na cruz; em Deus então exercendo misericórdia para salvar todo aquele que crê em Jesus como seu Salvador.

Alguém poderia falar: “mas só isso que eu devo fazer?”

Sim! Só isso, porque a parte difícil Cristo fez.

“Mas como vou ter certeza que crendo, confessando a Deus que sou pecador e necessitado de salvação, crendo em Cristo como meu Salvador, como terei certeza que tudo isso valerá pra mim?”

Creia que você vai ver!

É uma coisa que vem de Deus e é aqui que está a maravilha da coisa. Todos os que creram, sabem disso. Essa certeza vem depois, quando você recebe a Cristo, quando você conversa com Deus e fala: “Senhor, me salve, eu quero ser salvo”; você realmente crê em Jesus.

Aí vem no versículo 22, de 1 Corintios 15, um resumo do que aconteceu: “porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”.

A morte é uma coisa que eu vou ter que passar. Faz parte da natureza, faz parte do problema da queda, do pecado que invadiu esse mundo e deteriorou tudo aqui.

Porém, vivificado em Cristo, não permanecerei na morte, porque Ele já passou por ela e ressuscitou.

E versículo 42 do mesmo capítulo: “assim também a ressurreição dos mortos, semeia-se o corpo em corrupção; (como Naamã, o leproso, quando entrou no rio Jordão) ressuscitará em incorrupção” (como Naamã, o agora ex leproso, quando saiu do Rio Jordão).

É isso que Cristo tem para nós.

E ainda uma coisa a mais; no versículo 51 Paulo vai falar de um mistério que lhe foi revelado: o de que nem todos vão morrer! E isso porque se Cristo voltar agora, os que já creram n’Ele não passarão pela morte, mas serão transformados para a ressurreição em vida.

É o que ele fala no versículo de 51: “eis que vos digo um mistério, na verdade nem todos dormiremos (ele disse dormir como uma figura da morte; como quando vamos a um velório e a pessoa parece estar dormindo, num bom semblante; é uma expressão comum dizer que o falecido “está dormindo”), Paulo fala: “nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão (ou anzol)? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei, mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”.

A morte é o “anzol que segura o homem” e de repente, Cristo veio e cortou esse anzol.

Libertou o homem da morte. Libertou!

Qual o homem que Ele liberta?

Todo aquele que crê em Jesus Cristo como seu Salvador e tem, portanto, todos os seus pecados já pagos na cruz do Calvário.