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Youtube: https://youtu.be/s0zn62oMbtE
Você já ouviu a voz de Deus?
Mario Persona
Você já ouviu Deus falar? Já ouviu a voz de Deus? Eu
já! Ele já falou comigo. Já falou com você? Nós cantamos agora há pouco sobre a
voz: “até na voz do Salvador, com graça nos convida, chamando-nos em seu amor,
querendo dar-nos vida”. Você já ouviu?
Uma vez eu ouvi a voz de Deus falando comigo claramente, por meio da Bíblia, que é a Palavra de Deus. Eu estava num processo, tinha escutado o evangelho, estava brigando com Deus, estava resistindo o máximo que eu podia e numa noite, quando eu estava bastante chateado, revoltado com Deus, eu peguei uma Bíblia de capa verde, da edição Ave Maria, que minha sogra havia me dado e disse: “se o Senhor realmente existe, me mostre”. Então, abri a esmo. Caiu nos últimos capítulos de Jó, lembro perfeitamente. Fiquei com tanto medo, porque quando Deus aparece e fala com Jó, e começa a falar: “você sabe quem é que faz parir as cabras monteses? Você sabe quem faz a neve descer do céu? Você sabe isso, sabe aquilo? Você não sabe de nada!”.
É como se Deus falasse para Jó: “fica quieto porque
você não sabe nada”.
E eu li aquele capítulo, deitei na cama, fechei a
Bíblia, puxei a coberta até por cima da cabeça e tentei dormir. Pensei “o
negócio aqui está sério”. Eu falei com alguém que realmente não é brincadeira!
Sentia como se Deus estivesse com o dedo na minha cara, dizendo: “fica quieto!
Você tem muito o que aprender. Não fica falando do que você não sabe!”.
E mais pra frente, eu viria a me converter. Não sei
exatamente quando, questão de semanas ou meses talvez. Mas aquilo foi muito
forte. E Deus fala e continua falando.
Quantas vezes ele já falou com você?
Essa é a questão.
Deus fala uma vez, fala duas vezes, e depois Deus para
de falar. Porque Ele já falou o suficiente e talvez você não tenha dado
ouvidos.
Vamos ver a história de um homem com quem Deus também
falou e não uma, mas várias vezes. Essa história está em Números capítulo 22.
É uma história longa, mas vamos resumi-la. Leremos
apenas uns pequenos trechos e ver a continuidade da história.
No capítulo 22 de Números versículo 1: “Depois partiram os filhos de Israel, e acamparam-se
nas campinas de Moabe, além do Jordão na altura de Jericó”.
Os filhos de Israel eram o povo de
Israel, que é o nome que Deus deu a Jacó, quando Ele trocou o nome de Jacó para
Israel. Jacó teve seus filhos e seus filhos se transformaram nas doze tribos
que formaram o povo de Israel.
Este povo Deus escolheu dentre os
povos para ser Seu; especial e de Sua propriedade.
Deus escolheu o melhor dos povos?
Não! Ele escolheu o pior!
Um povo rebelde e realmente avesso a
qualquer domínio de Deus sobre ele. Mas Deus escolheu esse povo...
Deus queria pegar uma amostra, como
se faz num laboratório, quando você vai fazer uma pesquisa. Agora por exemplo,
que estamos em tempo de eleições, todo dia tem as previsões. Eles pegam
amostragem da população de uma cidade e revelam que tantos por cento votarão no
candidato A, tantos por cento votarão no
candidato B, e tudo isso é baseado numa amostragem.
Geralmente essas previsões se
concretizam depois, porque essas amostragens são bastante significativas da
população.
E Deus fez isso. Ele pegou um povo,
Israel, como uma amostra da humanidade, para trabalhar com esse povo. Deus deu
todas as vantagens, deu os oráculos, a sua palavra para esse povo e suas leis.
A Lei que Deus deu a esse povo, o
colocava como que dentro de um cercado, protegendo das nações pagãs, que
estavam adorando demônios, sacrificando os próprios filhos, etc.
Deus guardou dentro de uma espécie de
cercado esse povo especial.
Mas esse povo, obviamente, só fez
bobagem!
Em todo o Antigo Testamento vemos
Deus tratando com uma paciência, e eles erravam e erravam, e mesmo assim, Deus
cuidava! Era o seu povo, a menina dos seus olhos, como ele chama aqui na
Bíblia.
“Vendo, pois, Balaque, filho de
Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus, Moabe (outro aqui) temeu muito
diante deste povo, porque era numeroso; e Moabe andava angustiado por causa dos
filhos de Israel. Por isso Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora
lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a
erva do campo. Naquele tempo Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas.
Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao
rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu
do Egito; eis que cobre a face da terra, e está parado defronte de mim.
Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é
do que eu; talvez o poderei ferir e lançar fora da terra; porque eu sei que, a
quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado”.
Então, esse rei agora estava apavorado
com aquela multidão de israelitas, pronta para entrar na terra, porque esse povo
tinha saído da escravidão no Egito. Deus havia libertado o povo e eles tinham
atravessado o mar vermelho. O mar abriu-se para o povo passar por dentro. Eles
estavam peregrinando pelo deserto em direção à terra prometida.
Obviamente, muitos povos tremiam diante daquele povo
nômade e poderoso, que tomaria uma terra para si. Terra esta que Deus havia
prometido a eles.
Esse rei por sua vez, chama um homem, Balaão. Não era
um homem qualquer, não era um benzedeiro de fundo de quintal. Era um homem
honrado, famoso, porque um rei não iria chamar qualquer um, mas procuraria quem
fosse o melhor para fazer essa maldição, fazer um feitiço contra o povo de
Israel.
Logo, Balaão era um homem de reputação, porque além de
um rei chamá-lo, o rei fala: “eu sei que quem você amaldiçoar, será amaldiçoado
e quem você abençoar, será abençoado”. Balaão tinha uma boa reputação. Eu não
sei como ele fazia seus feitiços, mas provavelmente, como a maioria dos
feiticeiros que existem por aí fazendo seus trabalhos. Como aqui no Brasil,
seus diferentes trabalhos para dar sorte no amor. É só olhar nos postes da rua,
“faço voltar o seu amor, faço ganhar dinheiro” e tem sempre aqueles
papeizinhos, “posso fazer você ficar rico”, “joga-se búzios”, etc.
É interessante que alguém com esse poder, tenha que
pregar papelzinho no poste convidando pessoas para irem nas suas consultas e assim
ganhar um dinheirinho. Ela poderia jogar os búzios e já arrumar a situação dela
própria, não?
Mas, de qualquer maneira, esse Balaão não era
diferente. Inclusive, quando Balaque manda para ele os anciãos dos moabitas e
os anciãos dos midianitas, no versículo 7, com o preço dos encantamentos nas
suas mãos, tem dinheiro aqui envolvido.
Chegaram a Balaão e disseram as palavras de Balaque,
então Balaão recebe aquela comitiva de homens nobres, de príncipes, e o que
Balaão faz? Imediatamente atende? Faz um feitiço ou uma profecia?
Não. Balaão vai dormir! Porque no versículo sete,
lemos: “Então foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com
o preço dos encantamentos nas suas mãos; e chegaram a Balaão, e disseram-lhe as
palavras de Balaque. E ele lhes disse: Passai
aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar; então os
príncipes dos moabitas ficaram com Balaão”.
“Então, os
príncipes dos moabitas ficaram com Balaão”, ou seja, Balaão pediu uma noite, ele foi dormir.
Uma vez
um dentista me contou que na faculdade um professor dizia: “se um dente estiver
muito mole, não arranque direto. Faça um certo esforço, porque senão a pessoa
vai achar que está muito cara a extração”.
E foi
isso que Balaão acabou fazendo aqui, porque ele vai dormir, vai dar um tempo,
vai fazer parecer estar misturando as ervas, “as asas de morcego”, no seu
caldeirão.
Ele foi
dormir. Foi fazer a embromação, como costumamos falar, para parecer que tem
alguma coisa por trás daquilo.
Ele não
ia fazer coisa nenhuma, somente o que o rei queria e ganhar o seu dinheirinho.
Porque era segura a questão. O rei queria destruir Israel, porque eles eram
muito maior que o exército do rei.
Se Balaão
amaldiçoasse Israel, ganhava o seu dinheiro, mudava de cidade para bem longe, e
deixava que fosse destruído o Balaque com os outros. Porque ele não teria
ninguém que cobrasse Balaão, “ah, deu errada a sua profecia”. Então, assim, estava
resolvido o problema dele também.
Mas
aqui, o que nós vemos é que quando Balaão vai dormir à noite, Deus fala com
ele, como vemos a seguir: “E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos
trarei a resposta, como o Senhor me falar”; como se ele conhecesse o Senhor!
Ele não conhecia! E aqui, no original, está “como Jeová me falar”. Jeová é o
nome que Deus usava no seu relacionamento com seu povo. Eu sou o que sou; Ele
revelou esse nome para Moisés, e para Abraão era o Deus Altíssimo. No versículo
9: “E veio Deus a Balaão, e disse: Quem são
estes homens que estão contigo?”.
Deus
aqui, no original está Elohim. É como se Deus falasse “eu não tenho nada com
este homem. Eu não vou falar com ele como Jeová. Vou falar com ele como Elohim”,
que é o nome de Deus, na criação. É o
nome que aparece em Gênesis: “Elohim criou os céus e a terra”. É o nome plural de
Deus, porque envolve o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mas não é o nome do
relacionamento, que é Jeová e Jeová é o Senhor Jesus, nós sabemos disso.
Então
Balaão deve ter tomado um susto, porque realmente ele não esperava Deus falar
com ele. Ele não tinha intimidade com Deus.
“Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, os enviou, dizendo: Eis que
o povo que saiu do Egito cobre a face da terra; vem agora, amaldiçoa-o;
porventura poderei pelejar contra ele e expulsá-lo. Então disse Deus a Balaão:
Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito. Então
Balaão levantou-se pela manhã, e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa
terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir convosco. E levantaram-se os
príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque, e disseram: Balaão recusou vir
conosco. Porém Balaque tornou a enviar mais príncipes, mais honrados do que
aqueles. Os quais foram a Balaão, e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor:
Rogo-te que não te demores em vir a mim. Porque grandemente te honrarei, e
farei tudo o que me disseres; vem pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo. Então
Balaão respondeu, e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a
sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor
meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande”.
Isso sim
é um homem firme nos propósitos, que é realmente obediente ao que Deus falou.
Será? Se
ele parasse aí sim. Ele teria atendido a voz de Deus e teria feito o que Deus
mandou: não amaldiçoar o povo. Ele faz esse discurso bonitinho, bem político,
mas em seguida fala: “Agora, pois, rogo-vos que
também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que mais o Senhor me dirá”.
Pronto.
Sabe aquela criança que pergunta se pode tomar sorvete e você fala várias vezes
que não? E no fim, você acaba dizendo, toma! Apesar de uma tremenda gripe que
ela tem. Mas não tem jeito, você deixa tomar o sorvete para ela ficar pior e
aprender a não ser teimosa.
É isso o
que Deus vai fazer com Balaão. No versículo 20: “Veio,
pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar,
levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que eu te disser. Então Balaão
levantou-se pela manhã, e albardou a sua jumenta, e foi com os príncipes de
Moabe”.
Veja que Balaão teve uma chance. Quando Deus falou para ele “não vá!”.
Balaão teve a segunda chance, quando ele voltou para ver se era isso mesmo o
que Deus queria. E Deus falou “então vai, mas você só vai falar que eu disser”.
Balaão
vai ter a terceira chance, no versículo 22: “E a
ira de Deus (de Elohim) acendeu-se, porque ele se ia; e o anjo do Senhor (é o
anjo de Jeová. É uma aparição de Jeová, que é o Senhor Jesus, é a maneira como
Ele se manifestava no Antigo Testamento. Jesus é Jeová. Existem várias
passagens que podemos aprender isso) pôs-se-lhe no caminho por adversário; e
ele ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos com ele. Viu,
pois, a jumenta o anjo do Senhor, que estava no caminho, com a sua espada
desembainhada na mão; pelo que desviou-se a jumenta do caminho, indo pelo
campo; então Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho”.
Aqui nós temos um homem sábio, inteligente, um homem nobre, que é procurado por reis para fazer
consultoria espiritual – vamos chamar assim – mas a sua jumenta tem melhor
visão que ele. A jumenta enxerga as coisas espirituais, melhor do que o próprio
Balaão. E é interessante vermos que hoje no mundo, muitas jumentas enxergariam
melhor as coisas de Deus do que os homens. Homens que negam inclusive a própria
existência de Deus, e que se acham inteligentes por isso. Acham que são
espertos porque dizem que Deus não existe.
Esta semana eu peguei um táxi em Curitiba e puxei
assunto com o taxista. Sempre que tenho oportunidade eu puxo assunto, usando
alguma coisa para começar uma conversa do Evangelho. E esse motorista estava
sempre bem pronto para seguir a conversa. Ele falou que não acreditava em nada,
em Deus, e perguntava se eu tinha prova da existência d’Ele.
É interessante levar uma conversa com uma pessoa
assim, que não tem nenhuma noção do que é Deus. Ele não tinha nenhuma! Falava
de uma força superior, perguntava se era uma energia, enfim. Eu dizia que não,
que Deus é Deus, o Criador de todas as coisas. E ele repetia que só acreditava
nas coisas que surgiram, na evolução e blábláblá.
Eu continuei conversando com ele. Mas é interessante e
muito importante ter em mente que quando falamos do evangelho para as pessoas,
não é para conquistá-las para a nossa forma de pensar. Não é para você “ganhar
a discussão”. É bom sempre ter seus pés no chão nessa hora e saber que essa
pessoa precisa escutar o evangelho: que Jesus morreu, ressuscitou e está hoje à
destra de Deus Pai, e que Ele morreu na cruz para derramar Seu sangue. Para nos
purificar de todos os nossos pecados. Este é o evangelho pregado lá em Atos,
para Cornélio e o seus acompanhantes. É
o evangelho que Paulo fala em 1 Coríntios, capítulo 15, que era basicamente
isso: Cristo morreu por nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia, para nossa
justificação.
Para conhecer Deus, você precisa de fé, porque Cristo
Jesus veio ao mundo, para salvar pecadores. Deus enviou o Seu Filho ao mundo,
para que todo aquele que n’Ele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.
Então, no meio da conversa com esse taxista, era isso
o que eu fazia, costurava versículos,
porque é a palavra de Deus que convence o pecador. A palavra de Deus é
que tem poder. A Palavra de Deus é que me assustou naquela noite quando abri a
Bíblia em Jó. É a palavra de Deus que é poderosa!
Então por isso que eu perguntei, se você já ouviu a
voz de Deus. Se sim, ela está aqui!
Deus fala aqui. Essa é a voz de Deus.
É sempre importante, então, colocar a Bíblia, um
versículo, colocar e deixar o Espírito Santo fazer a obra, porque é Ele quem
convence do pecado, da justiça e do juízo vindouro.
O resto é falar dos argumentos, da filosofia da coisa,
mas é a Palavra de Deus que vai entrar. É a semente que vai cair naquela terra
e que vai germinar.
Aqui,
temos esse homem com uma jumenta, que vê mais que ele, e é a terceira vez que
Deus tenta barrá-lo. E ele espanca a jumenta, a faz voltar para o caminho, no
versículo 24: “Mas o anjo do Senhor pôs-se numa
vereda entre as vinhas (devia ser uma caminho entre videiras) havendo uma
parede de um lado e de outro. Vendo, pois, a jumenta, o anjo do Senhor,
encostou-se contra a parede, e apertou contra a parede o pé de Balaão; por isso
tornou a espancá-la. Então o anjo do Senhor passou mais adiante, e pôs-se num
lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem
para a esquerda. E, vendo a jumenta o anjo do Senhor, deitou-se debaixo de
Balaão; e a ira de Balaão acendeu-se, e espancou a jumenta com o bordão”.
Quantas vezes você está espancando a
jumenta?
Quantas vezes você tem escutado o
evangelho e pessoas avisando do perigo que jaz à frente?
Todos nós somos mortais e podemos
morrer a qualquer momento.
E você espanca a jumenta. Você
simplesmente se nega a aceitar, não apenas a voz de Deus, que falou diretamente
com Balaão, mas a voz das circunstâncias.
O que é essa jumenta?
Deus está cercando Balaão com
circunstâncias. É um funil, percebe?
Ele está num caminho, daqui a pouco
está num caminho entre videiras, e daqui a pouco ele está num caminho mais
estreito e que não dá mais para manobrar.
A jumenta deita no chão. Não tem
mais pra onde ir porque o anjo do Senhor está na frente.
E o Senhor é julgador! O Senhor é aquele
que tem poder para matar e para condenar.
Mas ele não acorda. Ele espanca a
jumenta, coitada.
E no versículo 28, vemos a sexta
oportunidade: “Então o Senhor abriu a boca da
jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes?”.
Nessa hora, Balaão deve ter ficado impressionado: “uma jumenta falando!
Isso é uma coisa maravilhosa! Deve ser Deus querendo falar comigo!”.
Mas não é isso o que acontece. Na
verdade, ele vai discutir com a jumenta...
Esse mesmo homem sábio, discute com
uma jumenta!
“E
Balaão disse à jumenta: Por que zombaste de mim; quem dera tivesse eu uma
espada na mão, porque agora te mataria. E a jumenta disse a Balaão: Porventura
não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo em que me tornei tua até
hoje? Acaso tem sido o meu costume fazer assim contigo? E ele respondeu: Não.
Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor, que estava
no caminho e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e
prostrou-se sobre a sua face. Então o anjo do Senhor lhe disse: Por que já três
vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário,
porquanto o teu caminho é perverso diante de mim. Porém a jumenta me viu, e já
três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se desviasse de diante de
mim, na verdade que eu agora te haveria matado, e a ela deixaria com vida”.
Imagine o
ego de Balaão nessa hora, quando ele percebeu que Deus
estava dando maior valor à vida de uma jumenta do que à vida dele.
Ele era mais teimoso que a jumenta!
E Deus mataria Balaão e deixaria a jumenta viva.
“Então
Balaão disse ao anjo do Senhor: Pequei, porque não sabia que estavas neste
caminho para te opores a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei.
E disse o anjo do Senhor a Balaão: Vai-te com estes homens; mas somente a
palavra que eu falar a ti, esta falarás. Assim Balaão se foi com os príncipes
de Balaque”.
Quando ele vai com
os príncipes de Balaque, ele o leva a um lugar que dá para ver o povo todo e
diz a ele: “pode começar Balaão”. Balaque faz um sacrifício, matando bois e ovelhas,
e Balaão se põe para fazer a sua profecia contra Israel. Ele pede sete altares,
sete bezerros, sete carneiros e depois começa a falar, porque o Senhor põe a
palavra na boca de Balaão, como lemos no capítulo 23, versículo 5, e ele começa
a abençoar Israel, para desespero de Balaque.
Imagine você sendo um comandante.
Você contrata alguém para atacar o adversário, mas ele ataca você. Está tudo
errado! Mas ele não tinha como falar outra coisa, porque era Deus que estava
usando a boca de Balaão para falar.
Balaque pega Balaão, leva-o para
outro lugar e diz: “vamos experimentar daqui”, e ocorre a mesma coisa. E depois
Balaque muda Balaão ainda para outro lugar, mata mais animais, faz mais
sacrifícios, faz altares, “vamos tentar daqui”, quem sabe o vento é melhor...
Não adianta também. Deus não ia permitir que Balaão amaldiçoasse Israel.
Há um versículo que explica o
porquê.
No capítulo 23, versículo 20, Balaão
diz a Balaque: “Eis que recebi mandado de
abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar”.
Deus tinha
abençoado Israel!
E vem um versículo que é
maravilhoso: “Não viu iniqüidade em Israel, nem
contemplou maldade em Jacó; o Senhor seu Deus é com ele, e no meio dele se ouve
a aclamação de um rei. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do
boi selvagem: Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra
Israel”.
Eu recebo
muitos e-mails de pessoas falando “ah, o pastor da minha igreja falou que estou
com um encosto, com macumbaria”. É tanta bobagem...
E se alguma coisa atingir, é porque
primeiro passou na presença de Deus e pegou um “carimbo” autorizando. Porque
Deus viu que aquilo seria necessário para sua educação e para o seu
treinamento. Para que a pessoa conhecesse melhor a si mesma e ao Senhor.
Então, nada pode pegar uma pessoa
que crê em Cristo! Por que?
“Contra Jacó não vale encantamento,
não vale feitiçaria, nem adivinhação contra Israel”.
Porque Deus não viu iniquidade em
Israel, nem contemplou maldade em Jacó!
Mas se você for ler a história de
Jacó, notará que este era um espertinho. Ele fazia tudo para dar nó em pingo d'água.
Ele era sempre cheio de esquemas para conseguir driblar alguém e sair na
frente, levando vantagem em tudo.
Assim era Jacó: era teimoso,
obstinado, uma pessoa difícil de tratar.
Deus não viu iniquidade neste homem?
Não viu!
Por que?
A resposta está em Romanos 4. E é
por isso também que Deus não vê iniquidade naqueles que um dia aceitaram a
Cristo como Salvador.
Uma pessoa que crê em Jesus como
Salvador, é uma pessoa que teve os seus pecados pagos na cruz. Porque o Senhor
Jesus quando veio morrer na cruz, não veio para ser um mártir ou para ser um
Tiradentes. Não veio para ser um exemplo de abnegação e de coragem, de bondade.
Não!
Ele veio para ser um sacrifício
substitutivo.
Ou seja, substituindo o pecador no
juízo divino.
Porque todo homem, por nascer e ser
pecador, merece o juízo, ou deve ser julgado e condenado.
A única maneira de escapar disso é
se alguém for condenado no seu lugar.
E a boa notícia é essa: Jesus foi
condenado no seu lugar. E no meu lugar. Na cruz!
E agora Deus convida.
Por isso este hino que cantamos: a
voz de Deus convida agora!
“Nunca do homem se ouvirá, nunca dos
céus, de luz, nenhum nome mais doce do que o nome de Jesus. Por que esse é o
nome daquele que vem o sol. Deus enviou Seu Filho ao mundo, para salvar”. Deus
amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho unigênito para que todo aquele
que nele crê, não pereça, mas tenha vida eterna!
E o Senhor Jesus disse: “quem ouve a
minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entrará em
juízo, mas passou da morte para a vida”.
Esse é o evangelho. A mensagem de
salvação.
É pegar ou largar!
E é Deus falando. Quando a Bíblia
fala, é Deus falando; no capítulo 4 de Romanos 1: “Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque,
se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de
Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça”.O fato de ele ter crido no que Deus falou.
“Ora, àquele que faz
qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a
dívida”.
O que significa dizer isso isso?
Se eu quiser trabalhar para ser salvo, quer seja dando
esmolas, seja ajudando os outros, fazendo isso e aquilo, a minha salvação vai
ser uma dívida!
Eu poderia falar: “olha Deus, o Senhor está me
devendo, porque eu trabalhei, eu fiz a minha parte. Agora só o Senhor faz a sua
e me dá a salvação, me justifica agora”.
Loucura!
Deus não deve nada para ninguém e nem pode dever nada
para ninguém.
Por isso que a justificação e a salvação são por
graça.
Então, aquele que trabalha ou faz qualquer obra, não
lhe é dada recompensa segundo a graça, mas segundo a dívida. Logo, não serve!
É caminho errado esse de querer ser salvo pelos seus
próprios méritos.
“Ah, mas eu sou bom”, diria alguém.
Esse taxista falou algo assim, “a minha religião é
assim e é nisso que acredito. Procuro fazer o melhor, não prejudico as pessoas”.
É como você pegar um facínora, um criminoso.
Ele chegaria na frente do juiz, que está com a pena de
morte para ele, porque é o que a lei demanda no seu caso, e o bandido diria: “senhor
juiz, mas eu estou ajudando as crianças do bairro. Prometo que vou ajudar
bastante. Vou dar dinheiro para a igreja e vou fazer isso e aquilo”.
O juiz diria: “amigo, você não entendeu. É uma pena. Uma
espada pendente sobre a sua cabeça, e você vai ser condenado. As coisas boas
que você quiser fazer, não vão retirar a sua condenação, porque você já está
com o seu prontuário imenso de crimes que você praticou e não tem como apagar
esse prontuário. Você tem que morrer para ser arquivado tudo isso”.
E foi o que Cristo fez no lugar do criminoso que eu sou
e que você é.
Ele morreu. E Deus agora pode, sim, deixar de lado
todos os seus pecados. Os pecados daqueles que creem em Jesus.
O versículo 5 continua: “Mas,
àquele que não pratica, (obras) mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé
lhe é imputada como justiça”.
Espera, a minha
Bíblia está errada! Como Deus pode ser um que justifica o ímpio? Não seria o
correto dizer que Deus justifica o bom? Tenha o bom por justo?
Não! Deus justifica o ímpio.
O que é justificar?
Há um exemplo que eu gosto muito. Um garoto estava no
corredor da sua escola, uma High School, nos Estados Unidos – não sei se essa
história é verdadeira ou não, eu li em algum lugar – o garoto está na escola,
no corredor, e de repente o diretor vem vindo na
outra ponta e na frente desse garoto tem um outro rapaz, com uma mochila nas
costas, um outro estudante. E o garoto pula em cima do rapaz de mochila e dá
uma surra nele, na frente do diretor, ao ponto de deixá-lo desmaiado, cheio de sangue. O rapaz no lá no chão, todo
arrebentado. O diretor vai e fala para o garoto ir na mesma hora para a
diretoria, pois ele será expulso. Cometeu um delito na escola! E o rapaz fala
ao diretor: “veja o que ele tem na mochila”. E ele abre e lá dentro tinham
armas, granadas, etc. O garoto estava sabendo que ele ia entrar na escola para
matar a todos. Neste momento, o rapaz que cometeu o delito é justificado, ou
seja, ele é tido por justo.
Esse é o exemplo de justificação.
Mas o que Deus faz conosco, não é porque nós atacamos
alguém. Deus nos justifica por graça, como reação a fé na palavra d’Ele, que
justifica o ímpio.
“Aquele que não pratica, mas crê naquele que justifica
o ímpio, a sua fé lhe é imputada (é depositada) como justiça”.
No caso daquele garoto, do estudante, foi a sua
prontidão em nocautear o terrorista que foi-lhe imputada como justiça. Ele
passou, de um minuto a outro, de mau para bom. Mesmo que tenha agredido o outro
rapaz, que teve a boca machucada e com dentes caídos pelo corredor.
Mas ele passou de mau para bom, porque foi justificado
pelo diretor. O que ele fez, justificava-se! Aqui, o que justifica o ímpio?
A fé!
A fé na palavra de Deus. A fé em Deus que justifica o
ímpio. A fé em Cristo como Salvador.
Assim também Davi declara no capítulo 6: “bem aventurado o homem a quem Deus imputa
justiça, sem as obras, dizendo bem-aventurados aqueles cujas maldades são
perdoadas, e cujos pecados são cobertos”. Bem aventurado o homem a quem o
Senhor não imputa pecado.
Entendeu porque Deus fala que não via iniquidade em Israel?
E nem contemplou maldade em Jacó?
Deus podia falar isso porque Ele justificou Jacó.
Porque ele creu em Deus e nas promessas de Deus.
E eu pergunto: você crê em Jesus como seu Salvador?
“Ninguém me acordou no meio da noite para falar
comigo. Deus não fez isso comigo, como Ele fez com Balaão! Deus não barrou
minha jumenta, ou meu carro quando eu estava numa estrada”, diria alguém.
Mas Ele fala, sim, de diversas maneiras.
Mas Deus falou de uma maneira como nunca tinha falado
antes.
Esta semana minha impressora a laser pifou.
Eu a levei para consertar e o rapaz deu o preço – que
era quase que a metade do preço da nova – e, como eu já fiz isso não muito
tempo atrás com a máquina de lavar roupas, eu mandei consertar e ficou metade
do preço da nova, e em menos de seis meses eu estava comprando outra, porque
consertar não adiantou nada, então, eu resolvi descartar essa impressora e encomendar
uma nova. Mas não é uma impressora de última geração a que eu encomendei.
É uma que imprime a laser, mas imprime códigos em um
papel. Ela faz isso e transforma a linguagem do meu teclado em linguagem
binária no processador do computador, e depois sai na forma de letrinhas
impressas, em pó grudado na página. É um sistema laser.
Se eu fosse comprar uma das mais modernas, eu teria
que comprar uma impressora 3D, que é uma impressora que transforma códigos num
objeto tridimensional.
Esse é um exemplo fraco, mas interessante do que Deus
fez até um certo ponto na história da humanidade. Deus falava através dos
profetas com as pessoas.
Se abrirmos em Hebreus, capítulo 1, vemos justamente
isso, que Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos patriarcas. “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de
muitas maneiras (isso envolve os profetas, as vozes, as circunstâncias, a
natureza: os céus proclamam a glória de Deus) aos pais, pelos profetas, a nós
falou-nos nestes últimos dias no Filho”. Algumas traduções trazem “pelo
Filho” mas é “no Filho”.
A voz de Deus ficou tridimensional!
Quando o filho de Deus veio ao mundo e se fez carne, o
verbo de Deus, a palavra de Deus é uma pessoa em três dimensões. É uma pessoa
de carne e ossos. É Cristo!
Deus nos falou em Cristo.
“O Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a
sua glória”
“O verbo era Deus, e o Verbo no princípio estava com
Deus, e todas as coisas foram criadas por Ele sem Ele nada do que foi feito, se
fez”
De que você precisa para crer em Cristo como seu
Salvador e ter a vida eterna garantida, todos os seus pecados perdoados,
justificado pela fé, sem obras, como fala em Romanos?
O que falta?
Com Balaão Deus falou à noite.
Ele ouviu talvez a voz de Deus ou algo assim.
Para Balaão Deus pôs uma jumenta, o anjo que apareceu
na frente, o Anjo do Senhor, que é o próprio Senhor Jesus com espada na mão.
Mas para você Deus enviou Seu Filho em forma humana!
Transformou o Verbo Divino, o Filho Eterno de Deus, que veio em carne, visível,
tocável, os discípulos podiam tocá-Lo quando estavam com Ele. E é esse que foi
até a cruz, que morreu e ressuscitou.
E para nós terminarmos, vamos ver uma passagem que eu
mencionei no começo, no capítulo 10 de Atos, quando Cornélio e seus amigos vão
a Pedro e este fala aquilo que você também precisa saber. E isso é tudo o que
você precisa saber para ter a salvação eterna.
Não precisa saber mais nada! Não precisa conhecer a
Bíblia inteira.
Precisa somente saber essas coisas, capítulo 10 de
Atos, versículo 38: “Como Deus ungiu a Jesus de
Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando
a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. E nós somos testemunhas
de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual
mataram, pendurando-o num madeiro”.
Esta é a
primeira coisa que tem saber: que Cristo morreu!
“A este ressuscitou Deus ao terceiro
dia (aqui está a segunda coisa que você tem que saber: que Cristo
ressuscitou) e fez que se manifestasse, não a todo
o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e
bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dentre os mortos”.
Então, testemunhas O viram morrer e O viram
ressuscitar.
E no versículo 42: “E
nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi
constituído juiz dos vivos e dos mortos”.
Esta é outra coisa que você tem que saber: Ele vai
julgar.
Você vai se encontrar com Deus um dia. Nenhum vai
deixar de se encontrar com Deus!
Você pode se encontrar com Deus de maneira favorável,
pleno em Cristo como seu Salvador, se encontrar com Deus como um salvo por
Cristo, ou você pode se encontrar com Deus como um condenado, como um réu que
será condenado ao fogo eterno, ao juízo eterno.
“A este dão testemunho
todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos
pecados pelo seu nome”.
E Balaão? Recebeu?
Teve muita chance, não?
Mas não. Balaão não recebeu.
Ele está perdido eternamente. Apesar de ter sido um
homem sábio, um homem rico e poderoso, um homem que era buscado por reis para
assessorá-los. Mas ele está perdido eternamente.
Porque Deus falou através da boca do próprio Balaão a
sua condenação.
Em Números, no capítulo 24, uma das coisas que Balaão
fala é a respeito de Deus.
Ele fala, na verdade ele prevê a vinda de Cristo, e chama
de estrela que sairá de Jacó, do cetro que subirá de Israel e que destruirá os
filhos Sete, etc.
Ele previu a vinda de Cristo.
E ele também fala, no versículo 17, uma coisa
extremamente temerosa, que eu espero que não seja a sentença de nenhum aqui
nesta sala.
Capítulo 24 de números Versículo 17: “Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de
perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel, que ferirá os
termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete”.
Balaão falou com a sua própria boca, movido pelo
Espírito de Deus, a sua própria sentença.
Ele veria a Cristo, mas não agora, não naquele
momento. Contemplaria a Cristo, mas não de perto... Porque estaria perdido para sempre.
Tem uma história que o Senhor Jesus conta no nos
Evangelhos, onde existe o rico e Lázaro.
Este último é um mendigo que morre e vai para o seio
de Abraão, que é uma figura judaica da presença de Deus, ou seja, um lugar de acolhimento
na presença de Deus.
Já o rico está no Hades e vê ao longe Abraão e Lázaro
no seu seio. E há um abismo e ele não pode atravessá-lo.
Assim Balaão também vai enxergar Cristo, de longe.
E você?
Vai estar perto como Lázaro ou estará vendo só de
longe, na sua condenação eterna?
Creia em Jesus! Porque Ele morreu por você!
Não desperdice a voz de Deus, falando na Sua Palavra.
Não espere alguma jumenta atravessar o seu caminho.