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Voce ja' ouviu a voz de Deus? Eu ja'! - Mario Persona

Você já ouviu a voz de Deus? Eu já! - Mario Persona (mp3)
http://files.3minutos.net/evangelho/Voce-ja-ouviu-a-voz-de-Deus-MPersona.mp3



Youtube: https://youtu.be/s0zn62oMbtE


Você já ouviu a voz de Deus?
Mario Persona

Você já ouviu Deus falar? Já ouviu a voz de Deus? Eu já! Ele já falou comigo. Já falou com você? Nós cantamos agora há pouco sobre a voz: “até na voz do Salvador, com graça nos convida, chamando-nos em seu amor, querendo dar-nos vida”. Você já ouviu?

Uma vez eu ouvi a voz de Deus falando comigo claramente, por meio da Bíblia, que é a Palavra de Deus. Eu estava num processo, tinha escutado o evangelho, estava brigando com Deus, estava resistindo o máximo que eu podia e numa noite, quando eu estava bastante chateado, revoltado com Deus, eu peguei uma Bíblia de capa verde, da edição Ave Maria, que minha sogra havia me dado e disse: “se o Senhor realmente existe, me mostre”. Então, abri a esmo. Caiu nos últimos capítulos de Jó, lembro perfeitamente. Fiquei com tanto medo, porque quando Deus aparece e fala com Jó, e começa a falar: “você sabe quem é que faz parir as cabras monteses? Você sabe quem faz a neve descer do céu? Você sabe isso, sabe aquilo? Você não sabe de nada!”.

É como se Deus falasse para Jó: “fica quieto porque você não sabe nada”.

E eu li aquele capítulo, deitei na cama, fechei a Bíblia, puxei a coberta até por cima da cabeça e tentei dormir. Pensei “o negócio aqui está sério”. Eu falei com alguém que realmente não é brincadeira! Sentia como se Deus estivesse com o dedo na minha cara, dizendo: “fica quieto! Você tem muito o que aprender. Não fica falando do que você não sabe!”.

E mais pra frente, eu viria a me converter. Não sei exatamente quando, questão de semanas ou meses talvez. Mas aquilo foi muito forte. E Deus fala e continua falando.

Quantas vezes ele já falou com você? 

Essa é a questão.

Deus fala uma vez, fala duas vezes, e depois Deus para de falar. Porque Ele já falou o suficiente e talvez você não tenha dado ouvidos.  

Vamos ver a história de um homem com quem Deus também falou e não uma, mas várias vezes. Essa história está em Números capítulo 22.

É uma história longa, mas vamos resumi-la. Leremos apenas uns pequenos trechos e ver a continuidade da história.

No capítulo 22 de Números versículo 1: “Depois partiram os filhos de Israel, e acamparam-se nas campinas de Moabe, além do Jordão na altura de Jericó”.

Os filhos de Israel eram o povo de Israel, que é o nome que Deus deu a Jacó, quando Ele trocou o nome de Jacó para Israel. Jacó teve seus filhos e seus filhos se transformaram nas doze tribos que formaram o povo de Israel.

Este povo Deus escolheu dentre os povos para ser Seu; especial e de Sua propriedade.

Deus escolheu o melhor dos povos? Não! Ele escolheu o pior!

Um povo rebelde e realmente avesso a qualquer domínio de Deus sobre ele. Mas Deus escolheu esse povo...

Deus queria pegar uma amostra, como se faz num laboratório, quando você vai fazer uma pesquisa. Agora por exemplo, que estamos em tempo de eleições, todo dia tem as previsões. Eles pegam amostragem da população de uma cidade e revelam que tantos por cento votarão no candidato A,  tantos por cento votarão no candidato B, e tudo isso é baseado numa amostragem.

Geralmente essas previsões se concretizam depois, porque essas amostragens são bastante significativas da população. 

E Deus fez isso. Ele pegou um povo, Israel, como uma amostra da humanidade, para trabalhar com esse povo. Deus deu todas as vantagens, deu os oráculos, a sua palavra para esse povo e suas leis.

A Lei que Deus deu a esse povo, o colocava como que dentro de um cercado, protegendo das nações pagãs, que estavam adorando demônios, sacrificando os próprios filhos, etc. 

Deus guardou dentro de uma espécie de cercado esse povo especial.

Mas esse povo, obviamente, só fez bobagem!

Em todo o Antigo Testamento vemos Deus tratando com uma paciência, e eles erravam e erravam, e mesmo assim, Deus cuidava! Era o seu povo, a menina dos seus olhos, como ele chama aqui na Bíblia.

“Vendo, pois, Balaque, filho de Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus, Moabe (outro aqui) temeu muito diante deste povo, porque era numeroso; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel. Por isso Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas. Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra, e está parado defronte de mim.  Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; talvez o poderei ferir e lançar fora da terra; porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado”.

Então, esse rei agora estava apavorado com aquela multidão de israelitas, pronta para entrar na terra, porque esse povo tinha saído da escravidão no Egito. Deus havia libertado o povo e eles tinham atravessado o mar vermelho. O mar abriu-se para o povo passar por dentro. Eles estavam peregrinando pelo deserto em direção à terra prometida.

Obviamente, muitos povos tremiam diante daquele povo nômade e poderoso, que tomaria uma terra para si. Terra esta que Deus havia prometido a eles. 

Esse rei por sua vez, chama um homem, Balaão. Não era um homem qualquer, não era um benzedeiro de fundo de quintal. Era um homem honrado, famoso, porque um rei não iria chamar qualquer um, mas procuraria quem fosse o melhor para fazer essa maldição, fazer um feitiço contra o povo de Israel.

Logo, Balaão era um homem de reputação, porque além de um rei chamá-lo, o rei fala: “eu sei que quem você amaldiçoar, será amaldiçoado e quem você abençoar, será abençoado”. Balaão tinha uma boa reputação. Eu não sei como ele fazia seus feitiços, mas provavelmente, como a maioria dos feiticeiros que existem por aí fazendo seus trabalhos. Como aqui no Brasil, seus diferentes trabalhos para dar sorte no amor. É só olhar nos postes da rua, “faço voltar o seu amor, faço ganhar dinheiro” e tem sempre aqueles papeizinhos, “posso fazer você ficar rico”, “joga-se búzios”, etc.

É interessante que alguém com esse poder, tenha que pregar papelzinho no poste convidando pessoas para irem nas suas consultas e assim ganhar um dinheirinho. Ela poderia jogar os búzios e já arrumar a situação dela própria, não?

Mas, de qualquer maneira, esse Balaão não era diferente. Inclusive, quando Balaque manda para ele os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas, no versículo 7, com o preço dos encantamentos nas suas mãos, tem dinheiro aqui envolvido. 

Chegaram a Balaão e disseram as palavras de Balaque, então Balaão recebe aquela comitiva de homens nobres, de príncipes, e o que Balaão faz? Imediatamente atende? Faz um feitiço ou uma profecia?

Não. Balaão vai dormir! Porque no versículo sete, lemos: “Então foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas suas mãos; e chegaram a Balaão, e disseram-lhe as palavras de Balaque. E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar; então os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão”.

“Então, os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão”, ou seja,  Balaão pediu uma noite, ele foi dormir.

Uma vez um dentista me contou que na faculdade um professor dizia: “se um dente estiver muito mole, não arranque direto. Faça um certo esforço, porque senão a pessoa vai achar que está muito cara a extração”.

E foi isso que Balaão acabou fazendo aqui, porque ele vai dormir, vai dar um tempo, vai fazer parecer estar misturando as ervas, “as asas de morcego”, no seu caldeirão.

Ele foi dormir. Foi fazer a embromação, como costumamos falar, para parecer que tem alguma coisa por trás daquilo.

Ele não ia fazer coisa nenhuma, somente o que o rei queria e ganhar o seu dinheirinho. Porque era segura a questão. O rei queria destruir Israel, porque eles eram muito maior que o exército do rei.

Se Balaão amaldiçoasse Israel, ganhava o seu dinheiro, mudava de cidade para bem longe, e deixava que fosse destruído o Balaque com os outros. Porque ele não teria ninguém que cobrasse Balaão, “ah, deu errada a sua profecia”. Então, assim, estava resolvido o problema dele também.

Mas aqui, o que nós vemos é que quando Balaão vai dormir à noite, Deus fala com ele, como vemos a seguir: “E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar”; como se ele conhecesse o Senhor! Ele não conhecia! E aqui, no original, está “como Jeová me falar”. Jeová é o nome que Deus usava no seu relacionamento com seu povo. Eu sou o que sou; Ele revelou esse nome para Moisés, e para Abraão era o Deus Altíssimo. No versículo 9: “E veio Deus a Balaão, e disse: Quem são estes homens que estão contigo?”.

Deus aqui, no original está Elohim. É como se Deus falasse “eu não tenho nada com este homem. Eu não vou falar com ele como Jeová. Vou falar com ele como Elohim”, que é o nome de Deus, na  criação. É o nome que aparece em Gênesis: “Elohim criou os céus e a terra”. É o nome plural de Deus, porque envolve o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mas não é o nome do relacionamento, que é Jeová e Jeová é o Senhor Jesus, nós sabemos disso.

Então Balaão deve ter tomado um susto, porque realmente ele não esperava Deus falar com ele. Ele não tinha intimidade com Deus.

“Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, os enviou, dizendo: Eis que o povo que saiu do Egito cobre a face da terra; vem agora, amaldiçoa-o; porventura poderei pelejar contra ele e expulsá-lo. Então disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito. Então Balaão levantou-se pela manhã, e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir convosco. E levantaram-se os príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque, e disseram: Balaão recusou vir conosco. Porém Balaque tornou a enviar mais príncipes, mais honrados do que aqueles. Os quais foram a Balaão, e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim. Porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres; vem pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo. Então Balaão respondeu, e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande”.

Isso sim é um homem firme nos propósitos, que é realmente obediente ao que Deus falou.

Será? Se ele parasse aí sim. Ele teria atendido a voz de Deus e teria feito o que Deus mandou: não amaldiçoar o povo. Ele faz esse discurso bonitinho, bem político, mas em seguida fala: “Agora, pois, rogo-vos que também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que mais o Senhor me dirá”.

Pronto. Sabe aquela criança que pergunta se pode tomar sorvete e você fala várias vezes que não? E no fim, você acaba dizendo, toma! Apesar de uma tremenda gripe que ela tem. Mas não tem jeito, você deixa tomar o sorvete para ela ficar pior e aprender a não ser teimosa.

É isso o que Deus vai fazer com Balaão. No versículo 20: “Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que eu te disser. Então Balaão levantou-se pela manhã, e albardou a sua jumenta, e foi com os príncipes de Moabe”.

Veja que Balaão teve uma chance. Quando Deus falou para ele “não vá!”. Balaão teve a segunda chance, quando ele voltou para ver se era isso mesmo o que Deus queria. E Deus falou “então vai, mas você só vai falar que eu disser”. 

Balaão vai ter a terceira chance, no versículo 22: “E a ira de Deus (de Elohim) acendeu-se, porque ele se ia; e o anjo do Senhor (é o anjo de Jeová. É uma aparição de Jeová, que é o Senhor Jesus, é a maneira como Ele se manifestava no Antigo Testamento. Jesus é Jeová. Existem várias passagens que podemos aprender isso) pôs-se-lhe no caminho por adversário; e ele ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos com ele. Viu, pois, a jumenta o anjo do Senhor, que estava no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que desviou-se a jumenta do caminho, indo pelo campo; então Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho”.

Aqui nós temos um homem sábio, inteligente, um homem nobre, que é procurado por reis para fazer consultoria espiritual – vamos chamar assim – mas a sua jumenta tem melhor visão que ele. A jumenta enxerga as coisas espirituais, melhor do que o próprio Balaão. E é interessante vermos que hoje no mundo, muitas jumentas enxergariam melhor as coisas de Deus do que os homens. Homens que negam inclusive a própria existência de Deus, e que se acham inteligentes por isso. Acham que são espertos porque dizem que Deus não existe.

Esta semana eu peguei um táxi em Curitiba e puxei assunto com o taxista. Sempre que tenho oportunidade eu puxo assunto, usando alguma coisa para começar uma conversa do Evangelho. E esse motorista estava sempre bem pronto para seguir a conversa. Ele falou que não acreditava em nada, em Deus, e perguntava se eu tinha prova da existência d’Ele.

É interessante levar uma conversa com uma pessoa assim, que não tem nenhuma noção do que é Deus. Ele não tinha nenhuma! Falava de uma força superior, perguntava se era uma energia, enfim. Eu dizia que não, que Deus é Deus, o Criador de todas as coisas. E ele repetia que só acreditava nas coisas que surgiram, na evolução e blábláblá.

Eu continuei conversando com ele. Mas é interessante e muito importante ter em mente que quando falamos do evangelho para as pessoas, não é para conquistá-las para a nossa forma de pensar. Não é para você “ganhar a discussão”. É bom sempre ter seus pés no chão nessa hora e saber que essa pessoa precisa escutar o evangelho: que Jesus morreu, ressuscitou e está hoje à destra de Deus Pai, e que Ele morreu na cruz para derramar Seu sangue. Para nos purificar de todos os nossos pecados. Este é o evangelho pregado lá em Atos, para Cornélio e o seus acompanhantes. É  o evangelho que Paulo fala em 1 Coríntios, capítulo 15, que era basicamente isso: Cristo morreu por nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia, para nossa justificação.

Para conhecer Deus, você precisa de fé, porque Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar pecadores. Deus enviou o Seu Filho ao mundo, para que todo aquele que n’Ele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.

Então, no meio da conversa com esse taxista, era isso o que eu fazia, costurava versículos,  porque é a palavra de Deus que convence o pecador. A palavra de Deus é que tem poder. A Palavra de Deus é que me assustou naquela noite quando abri a Bíblia em Jó. É a palavra de Deus que é poderosa!

Então por isso que eu perguntei, se você já ouviu a voz de Deus. Se sim, ela está aqui!

Deus fala aqui. Essa é a voz de Deus.

É sempre importante, então, colocar a Bíblia, um versículo, colocar e deixar o Espírito Santo fazer a obra, porque é Ele quem convence do pecado, da justiça e do juízo vindouro.

O resto é falar dos argumentos, da filosofia da coisa, mas é a Palavra de Deus que vai entrar. É a semente que vai cair naquela terra e que vai germinar. 

Aqui, temos esse homem com uma jumenta, que vê mais que ele, e é a terceira vez que Deus tenta barrá-lo. E ele espanca a jumenta, a faz voltar para o caminho, no versículo 24: “Mas o anjo do Senhor pôs-se numa vereda entre as vinhas (devia ser uma caminho entre videiras) havendo uma parede de um lado e de outro. Vendo, pois, a jumenta, o anjo do Senhor, encostou-se contra a parede, e apertou contra a parede o pé de Balaão; por isso tornou a espancá-la. Então o anjo do Senhor passou mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. E, vendo a jumenta o anjo do Senhor, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão acendeu-se, e espancou a jumenta com o bordão”.

Quantas vezes você está espancando a jumenta?

Quantas vezes você tem escutado o evangelho e pessoas avisando do perigo que jaz à frente? 

Todos nós somos mortais e podemos morrer a qualquer momento.

E você espanca a jumenta. Você simplesmente se nega a aceitar, não apenas a voz de Deus, que falou diretamente com Balaão, mas a voz das circunstâncias.

O que é essa jumenta?

Deus está cercando Balaão com circunstâncias. É um funil, percebe?

Ele está num caminho, daqui a pouco está num caminho entre videiras, e daqui a pouco ele está num caminho mais estreito e que não dá mais para manobrar.

A jumenta deita no chão. Não tem mais pra onde ir porque o anjo do Senhor está na frente.

E o Senhor é julgador! O Senhor é aquele que tem poder para matar e para condenar.

Mas ele não acorda. Ele espanca a jumenta, coitada.

E no versículo 28, vemos a sexta oportunidade: “Então o Senhor abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes?”. Nessa hora, Balaão deve ter ficado impressionado: “uma jumenta falando! Isso é uma coisa maravilhosa! Deve ser Deus querendo falar comigo!”.

Mas não é isso o que acontece. Na verdade, ele vai discutir com a jumenta...

Esse mesmo homem sábio, discute com uma jumenta!

“E Balaão disse à jumenta: Por que zombaste de mim; quem dera tivesse eu uma espada na mão, porque agora te mataria. E a jumenta disse a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo em que me tornei tua até hoje? Acaso tem sido o meu costume fazer assim contigo? E ele respondeu: Não. Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor, que estava no caminho e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se sobre a sua face. Então o anjo do Senhor lhe disse: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim. Porém a jumenta me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se desviasse de diante de mim, na verdade que eu agora te haveria matado, e a ela deixaria com vida”.

Imagine o ego de Balaão nessa hora, quando ele percebeu que Deus estava dando maior valor à vida de uma jumenta do que à vida dele.

Ele era mais teimoso que a jumenta! E Deus mataria Balaão e deixaria a jumenta viva.

“Então Balaão disse ao anjo do Senhor: Pequei, porque não sabia que estavas neste caminho para te opores a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei. E disse o anjo do Senhor a Balaão: Vai-te com estes homens; mas somente a palavra que eu falar a ti, esta falarás. Assim Balaão se foi com os príncipes de Balaque”.

Quando ele vai com os príncipes de Balaque, ele o leva a um lugar que dá para ver o povo todo e diz a ele: “pode começar Balaão”. Balaque faz um sacrifício, matando bois e ovelhas, e Balaão se põe para fazer a sua profecia contra Israel. Ele pede sete altares, sete bezerros, sete carneiros e depois começa a falar, porque o Senhor põe a palavra na boca de Balaão, como lemos no capítulo 23, versículo 5, e ele começa a abençoar Israel, para desespero de Balaque.

Imagine você sendo um comandante. Você contrata alguém para atacar o adversário, mas ele ataca você. Está tudo errado! Mas ele não tinha como falar outra coisa, porque era Deus que estava usando a boca de Balaão para falar.

Balaque pega Balaão, leva-o para outro lugar e diz: “vamos experimentar daqui”, e ocorre a mesma coisa. E depois Balaque muda Balaão ainda para outro lugar, mata mais animais, faz mais sacrifícios, faz altares, “vamos tentar daqui”, quem sabe o vento é melhor... Não adianta também. Deus não ia permitir que Balaão amaldiçoasse Israel.

Há um versículo que explica o porquê.

No capítulo 23, versículo 20, Balaão diz a Balaque: “Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar”.

Deus tinha abençoado Israel!

E vem um versículo que é maravilhoso: “Não viu iniqüidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o Senhor seu Deus é com ele, e no meio dele se ouve a aclamação de um rei. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem: Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel”.

Eu recebo muitos e-mails de pessoas falando “ah, o pastor da minha igreja falou que estou com um encosto, com macumbaria”. É tanta bobagem...

Uma pessoa que é abençoada por Deus e que creu em Cristo como Salvador, nada pode atingí-la.

E se alguma coisa atingir, é porque primeiro passou na presença de Deus e pegou um “carimbo” autorizando. Porque Deus viu que aquilo seria necessário para sua educação e para o seu treinamento. Para que a pessoa conhecesse melhor a si mesma e ao Senhor.

Então, nada pode pegar uma pessoa que crê em Cristo! Por que?

“Contra Jacó não vale encantamento, não vale feitiçaria, nem adivinhação contra Israel”.

Porque Deus não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó!

Mas se você for ler a história de Jacó, notará que este era um espertinho. Ele fazia tudo para dar nó em pingo d'água. Ele era sempre cheio de esquemas para conseguir driblar alguém e sair na frente, levando vantagem em tudo.

Assim era Jacó: era teimoso, obstinado, uma pessoa difícil de tratar.

Deus não viu iniquidade neste homem?

Não viu!

Por que?

A resposta está em Romanos 4. E é por isso também que Deus não vê iniquidade naqueles que um dia aceitaram a Cristo como Salvador.

Uma pessoa que crê em Jesus como Salvador, é uma pessoa que teve os seus pecados pagos na cruz. Porque o Senhor Jesus quando veio morrer na cruz, não veio para ser um mártir ou para ser um Tiradentes. Não veio para ser um exemplo de abnegação e de coragem, de bondade. Não! 

Ele veio para ser um sacrifício substitutivo.

Ou seja, substituindo o pecador no juízo divino.

Porque todo homem, por nascer e ser pecador, merece o juízo, ou deve ser julgado e condenado.

A única maneira de escapar disso é se alguém for condenado no seu lugar.

E a boa notícia é essa: Jesus foi condenado no seu lugar. E no meu lugar. Na cruz!

E agora Deus convida.

Por isso este hino que cantamos: a voz de Deus convida agora!

“Nunca do homem se ouvirá, nunca dos céus, de luz, nenhum nome mais doce do que o nome de Jesus. Por que esse é o nome daquele que vem o sol. Deus enviou Seu Filho ao mundo, para salvar”. Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha vida eterna!

E o Senhor Jesus disse: “quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida”.

Esse é o evangelho. A mensagem de salvação.

É pegar ou largar!

E é Deus falando. Quando a Bíblia fala, é Deus falando; no capítulo 4 de Romanos 1: “Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça”.O fato de ele ter crido no que Deus falou.

“Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida”.

O que significa dizer isso isso?

Se eu quiser trabalhar para ser salvo, quer seja dando esmolas, seja ajudando os outros, fazendo isso e aquilo, a minha salvação vai ser uma dívida!

Eu poderia falar: “olha Deus, o Senhor está me devendo, porque eu trabalhei, eu fiz a minha parte. Agora só o Senhor faz a sua e me dá a salvação, me justifica agora”.

Loucura!

Deus não deve nada para ninguém e nem pode dever nada para ninguém.

Por isso que a justificação e a salvação são por graça.

Então, aquele que trabalha ou faz qualquer obra, não lhe é dada recompensa segundo a graça, mas segundo a dívida. Logo, não serve!

É caminho errado esse de querer ser salvo pelos seus próprios méritos. 

“Ah, mas eu sou bom”, diria alguém.

Esse taxista falou algo assim, “a minha religião é assim e é nisso que acredito. Procuro fazer o melhor, não prejudico as pessoas”.

É como você pegar um facínora, um criminoso.

Ele chegaria na frente do juiz, que está com a pena de morte para ele, porque é o que a lei demanda no seu caso, e o bandido diria: “senhor juiz, mas eu estou ajudando as crianças do bairro. Prometo que vou ajudar bastante. Vou dar dinheiro para a igreja e vou fazer isso e aquilo”. 

O juiz diria: “amigo, você não entendeu. É uma pena. Uma espada pendente sobre a sua cabeça, e você vai ser condenado. As coisas boas que você quiser fazer, não vão retirar a sua condenação, porque você já está com o seu prontuário imenso de crimes que você praticou e não tem como apagar esse prontuário. Você tem que morrer para ser arquivado tudo isso”.

E foi o que Cristo fez no lugar do criminoso que eu sou e que você é.

Ele morreu. E Deus agora pode, sim, deixar de lado todos os seus pecados. Os pecados daqueles que creem em Jesus.

O versículo 5 continua: “Mas, àquele que não pratica, (obras) mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.

Espera, a minha Bíblia está errada! Como Deus pode ser um que justifica o ímpio? Não seria o correto dizer que Deus justifica o bom? Tenha o bom por justo?

Não! Deus justifica o ímpio.

O que é justificar?

Há um exemplo que eu gosto muito. Um garoto estava no corredor da sua escola, uma High School, nos Estados Unidos – não sei se essa história é verdadeira ou não, eu li em algum lugar – o garoto está na escola, no corredor, e de repente o diretor vem vindo na outra ponta e na frente desse garoto tem um outro rapaz, com uma mochila nas costas, um outro estudante. E o garoto pula em cima do rapaz de mochila e dá uma surra nele, na frente do diretor, ao ponto de deixá-lo desmaiado, cheio de sangue. O rapaz no lá no chão, todo arrebentado. O diretor vai e fala para o garoto ir na mesma hora para a diretoria, pois ele será expulso. Cometeu um delito na escola! E o rapaz fala ao diretor: “veja o que ele tem na mochila”. E ele abre e lá dentro tinham armas, granadas, etc. O garoto estava sabendo que ele ia entrar na escola para matar a todos. Neste momento, o rapaz que cometeu o delito é justificado, ou seja, ele é tido por justo. 

Esse é o exemplo de justificação.

Mas o que Deus faz conosco, não é porque nós atacamos alguém. Deus nos justifica por graça, como reação a fé na palavra d’Ele, que justifica o ímpio.

“Aquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada (é depositada) como justiça”.

No caso daquele garoto, do estudante, foi a sua prontidão em nocautear o terrorista que foi-lhe imputada como justiça. Ele passou, de um minuto a outro, de mau para bom. Mesmo que tenha agredido o outro rapaz, que teve a boca machucada e com dentes caídos pelo corredor.

Mas ele passou de mau para bom, porque foi justificado pelo diretor. O que ele fez, justificava-se! Aqui, o que justifica o ímpio?

A fé!

A fé na palavra de Deus. A fé em Deus que justifica o ímpio. A fé em Cristo como Salvador.

Assim também Davi declara no capítulo 6:  “bem aventurado o homem a quem Deus imputa justiça, sem as obras, dizendo bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos”. Bem aventurado o homem a quem o Senhor não imputa pecado.

Entendeu porque Deus fala que não via iniquidade em Israel? E nem contemplou maldade em Jacó?

Deus podia falar isso porque Ele justificou Jacó.

Porque ele creu em Deus e nas promessas de Deus.

E eu pergunto: você crê em Jesus como seu Salvador?

“Ninguém me acordou no meio da noite para falar comigo. Deus não fez isso comigo, como Ele fez com Balaão! Deus não barrou minha jumenta, ou meu carro quando eu estava numa estrada”, diria alguém.

Mas Ele fala, sim, de diversas maneiras.

Mas Deus falou de uma maneira como nunca tinha falado antes.

E nós somos muito privilegiados por isso!

Esta semana minha impressora a laser pifou. 

Eu a levei para consertar e o rapaz deu o preço – que era quase que a metade do preço da nova – e, como eu já fiz isso não muito tempo atrás com a máquina de lavar roupas, eu mandei consertar e ficou metade do preço da nova, e em menos de seis meses eu estava comprando outra, porque consertar não adiantou nada, então, eu resolvi descartar essa impressora e encomendar uma nova. Mas não é uma impressora de última geração a que eu encomendei.

É uma que imprime a laser, mas imprime códigos em um papel. Ela faz isso e transforma a linguagem do meu teclado em linguagem binária no processador do computador, e depois sai na forma de letrinhas impressas, em pó grudado na página. É um sistema laser.

Se eu fosse comprar uma das mais modernas, eu teria que comprar uma impressora 3D, que é uma impressora que transforma códigos num objeto tridimensional.

Esse é um exemplo fraco, mas interessante do que Deus fez até um certo ponto na história da humanidade. Deus falava através dos profetas com as pessoas.

Se abrirmos em Hebreus, capítulo 1, vemos justamente isso, que Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos patriarcas. “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras (isso envolve os profetas, as vozes, as circunstâncias, a natureza: os céus proclamam a glória de Deus) aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias no Filho”. Algumas traduções trazem “pelo Filho” mas é “no Filho”.

A voz de Deus ficou tridimensional!

Quando o filho de Deus veio ao mundo e se fez carne, o verbo de Deus, a palavra de Deus é uma pessoa em três dimensões. É uma pessoa de carne e ossos. É Cristo! 

Deus nos falou em Cristo.

“O Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória” 

“O verbo era Deus, e o Verbo no princípio estava com Deus, e todas as coisas foram criadas por Ele sem Ele nada do que foi feito, se fez”

Pergunto: o que mais falta Deus fazer para chamar sua atenção?

De que você precisa para crer em Cristo como seu Salvador e ter a vida eterna garantida, todos os seus pecados perdoados, justificado pela fé, sem obras, como fala em Romanos?

O que falta?

Com Balaão Deus falou à noite.

Ele ouviu talvez a voz de Deus ou algo assim.

Para Balaão Deus pôs uma jumenta, o anjo que apareceu na frente, o Anjo do Senhor, que é o próprio Senhor Jesus com espada na mão.

Mas para você Deus enviou Seu Filho em forma humana! Transformou o Verbo Divino, o Filho Eterno de Deus, que veio em carne, visível, tocável, os discípulos podiam tocá-Lo quando estavam com Ele. E é esse que foi até a cruz, que  morreu e ressuscitou.

E para nós terminarmos, vamos ver uma passagem que eu mencionei no começo, no capítulo 10 de Atos, quando Cornélio e seus amigos vão a Pedro e este fala aquilo que você também precisa saber. E isso é tudo o que você precisa saber para ter a salvação eterna. 

Não precisa saber mais nada! Não precisa conhecer a Bíblia inteira.

Precisa somente saber essas coisas, capítulo 10 de Atos, versículo 38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro”.

Esta é a primeira coisa que tem saber: que Cristo morreu!

“A este ressuscitou Deus ao terceiro dia (aqui está a segunda coisa que você tem que saber: que Cristo ressuscitou) e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dentre os mortos”.

Então, testemunhas O viram morrer e O viram ressuscitar.

E no versículo 42: “E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos”.

Esta é outra coisa que você tem que saber: Ele vai julgar.

Você vai se encontrar com Deus um dia. Nenhum vai deixar de se encontrar com Deus!

Você pode se encontrar com Deus de maneira favorável, pleno em Cristo como seu Salvador, se encontrar com Deus como um salvo por Cristo, ou você pode se encontrar com Deus como um condenado, como um réu que será condenado ao fogo eterno, ao juízo eterno.

“A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome”.

Então, esse é o caminho para você receber o perdão dos pecados.

E Balaão? Recebeu?

Teve muita chance, não?

Mas não. Balaão não recebeu.

Ele está perdido eternamente. Apesar de ter sido um homem sábio, um homem rico e poderoso, um homem que era buscado por reis para assessorá-los. Mas ele está perdido eternamente.

Porque Deus falou através da boca do próprio Balaão a sua condenação.

Em Números, no capítulo 24, uma das coisas que Balaão fala é a respeito de Deus.

Ele fala, na verdade ele prevê a vinda de Cristo, e chama de estrela que sairá de Jacó, do cetro que subirá de Israel e que destruirá os filhos Sete, etc. 

Ele previu a vinda de Cristo.

E ele também fala, no versículo 17, uma coisa extremamente temerosa, que eu espero que não seja a sentença de nenhum aqui nesta sala.

Capítulo 24 de números Versículo 17: “Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete”.

Balaão falou com a sua própria boca, movido pelo Espírito de Deus, a sua própria sentença.

Ele veria a Cristo, mas não agora, não naquele momento. Contemplaria a Cristo, mas não de perto...  Porque estaria perdido para sempre.

Tem uma história que o Senhor Jesus conta no nos Evangelhos, onde existe o rico e Lázaro.

Este último é um mendigo que morre e vai para o seio de Abraão, que é uma figura judaica da presença de Deus, ou seja, um lugar de acolhimento na presença de Deus.

Já o rico está no Hades e vê ao longe Abraão e Lázaro no seu seio. E há um abismo e ele não pode atravessá-lo. 

Assim Balaão também vai enxergar Cristo, de longe.

E você?

Vai estar perto como Lázaro ou estará vendo só de longe, na sua condenação eterna? 

Creia em Jesus! Porque Ele morreu por você!

Não desperdice a voz de Deus, falando na Sua Palavra.

Não espere alguma jumenta atravessar o seu caminho.

Mas eu tenho certeza que Deus, de diversas maneiras, já colocou você num funil e é questão de você aceitar ou não aquilo que Ele oferece.