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Fe' contagiante - Mario Persona



https://youtu.be/GcIljNRpj_M

Fé contagiante
Mario Persona

Onde você estava no dia onze de setembro e o que estava fazendo quando recebeu a notícia do ataque às torres gêmeas em Nova York? Eu sei exatamente a resposta! Interessante isso, pois muita gente sabe exatamente onde estava e o que fazia na hora. Nossa memória tem a característica de gravar eventos memoráveis e guardá-los, mesmo sendo muitos em nossas vidas.

Em mil novecentos e oitenta e seis eu estava na sala do apartamento onde morava em São Paulo, e peguei minha filha, então com seis anos, no colo. Tínhamos o costume de ler a Bíblia e cantar hinos todos os dias com as crianças, ouvindo os discos, ou seja, os LP'S que tinham músicas da Bíblia para crianças. Naquela noite lhe disse: O papai vai explicar para você o caminho da salvação, a saber, o evangelho. Falei que todos somos pecadores e que merecemos o juízo de Deus, e que Ele nos ama tanto que não gostaria de nos condenar de maneira alguma, por isso entregou seu Filho para morrer em uma cruz, pagando os nossos pecados. Agora, aquele que crer e entrega seu coração a Cristo, terá a salvação eterna.

Depois de ouvir tudo isso, minha filha foi para o seu quarto dormir e eu fiquei na sala. Em um dado momento ouvi um chorinho e minha esposa foi ao quarto ver o que acontecera. Ela voltou dizendo que nossa filha estava chorando, pois ficou emocionada por ter aceitado Jesus no seu coração.

Muito interessante, uma criança tão pequena, de seis anos de idade, entendeu aquela mensagem simples e creu em Jesus. Na realidade, podemos dizer que a menininha foi contaminada por uma espécie de epidemia que varre o planeta terra há mais de dois mil anos, levando algo chamado fé. Em outras palavras, fé contamina; é contagiosa! Eu fui contaminado por esta fé nos tempos da faculdade através de um colega chamado Fernando que pregou o Evangelho para mim. Em uma conversa informal, e não em um púlpito, ele me contaminou com a sua fé, então eu e minha esposa contaminamos nossa filha, que agora contamina outros. Ela tem dois blogs na internet, um em português e outro em inglês, onde escreve mensagens para mulheres sobre a palavra de Deus; sobre o evangelho e as boas novas da salvação, perpetuando assim, essa contaminação.

Lembro-me de um irmão norte-americano que não está mais entre nós. Ele me contou que um dia, quando embarcou em um voo nos Estados Unidos, viu entrar no avião o famoso pregador do Evangelho, Billy Graham, que sentou-se numa poltrona. Este irmão se levantou, foi até o pregador cumprimentá-lo e disse- lhe: “Foi através de uma pregação sua que eu vim entender a salvação e agora sou um cristão, salvo por Cristo”. Este irmão vinha muitas vezes ao Brasil e viajava muito, por países da América Latina ajudando a levar o Evangelho. Ele tinha sido contaminado por Billy Graham, o qual contaminou muitos outros, que poderíamos dizer, são seus netos. Porque foram contaminados pela fé deste irmão.

Nós não sabemos o poder que existe nas mãos de uma pessoa que crê em Jesus, o poder contaminante, de contágio quando uma pessoa fala do Evangelho para outra. Em Hebreus 13 há um versículo muito interessante que diz assim: “Lembrai-vos dos vossos guias os quais nos pregaram a Palavra de Deus e considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram”. Existe outra versão que diz: “lembrai-vos dos vossos pastores”. Eu não gosto muito dessa versão, porque a palavra “pastor” foi tão deturpada. Hoje esta palavra significa um cargo clerical; um homem que sobe em um púlpito. Mas a ideia aqui, é lembrar dos nossos guias, que são aqueles que mostraram para nós, a direção. A pessoa que me mostrou o Evangelho foi um guia para mim. O trem anda em dois trilhos que são os guias do trem, mostram exatamente onde é seguro o trem permanecer. A rua tem duas guias ou sarjeta de cada lado, que definem onde acaba a rua e começa a calçada, e que também pode salvar a vida de quem está na calçada, no caso de um carro perder a direção. Ele vai bater a roda na guia, ou meio-fio. Guia portanto, é aquilo que nos indica um caminho a seguir.

Na Bíblia também temos exemplos de guias. Vemos duas mulheres, uma chamada Eunice e a outra Loide. Em 2Timóteo 1: 5: “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”. Também em 2 Timóteo 3: 14-15 dizem: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”. Estas mulheres de fé contaminaram o garotinho Timóteo desde pequeno, pois Hebreus 13 não fala somente: “lembrai-vos dos vossos guias os quais vos pregaram a palavra de Deus, considerando atentamente o fim da sua vida” - ou a a maneira como eles terminaram a sua vida, mas também, “Imitai a fé que tiveram”. E Timóteo imitou a fé que sua mãe e avó tiveram. E que fé é esta? A fé que há em Cristo Jesus!

Um médico, ou alguém que trabalha na área da saúde, conhece os dois termos usados quando ocorre uma epidemia: paciente zero e vetor. Paciente zero é aquele inicial em uma população, que está sob investigação epidemiológica e vetor é todo ser vivo capaz de transmitir um agente infectante, de maneira ativa ou passiva. Pode ser um mosquito ou morcegos, por exemplo.

Na Bíblia encontramos tanto pacientes zero como vetores, aliás, no mundo de hoje há muitos vetores levando o Evangelho; a boa nova da salvação. Temos como exemplo Filipe, que foi enviado pelo Espírito Santo quando descia de Jerusalém a Gaza e a Bíblia fala que a estrada estava deserta. Ele poderia ter perguntado: O que vou fazer em uma estrada como essa? Todavia, obedeceu sem questionar, pois o Espírito Santo o guiava. Quando Filipe chega ao local, vê passando em uma carruagem um eunuco, oficial de uma rainha africana, que era convertido ao judaísmo, ou seja, um prosélito gentio. Ele tinha ido a Jerusalém para adorar o Deus único e verdadeiro, mas estava voltando frustrado, e lia Isaías 53, sem nada entender. O que significava aquilo e de quem falava aquela passagem no livro de Isaías? Falava de Cristo! Daquele que levou as nossas enfermidades sobre si; aquele que foi castigado em nosso lugar; que foi como ovelha muda para o matadouro.

Filipe vai correndo ao lado da carruagem desse homem nobre e castrado, de acordo com o costume dos reinos, por sinal, semelhante a China que até o começo do século vinte costumava castrar as pessoas que eram de extrema confiança na corte e que cuidavam das princesas. Filipe pergunta: Entendes o que lês? E o eunuco responde: Eu não sei como vou entender se ninguém me explica, suba aqui! Felipe sobe na carruagem e explica para ele, da mesma maneira que eu expliquei para minha filha. Não tem segredo, não é necessária uma faculdade de teologia para explicar o que é a salvação que há em Cristo Jesus! Depois, Filipe volta para Jerusalém e este eunuco segue a sua viagem de volta ao norte da África.

Que fé é esta que contaminou tanta gente no mundo e levou tantos a conhecer a Cristo como Salvador e a ter certeza do seu destino eterno? Para quantas pessoas esse vetor levou esse vírus, essa contaminação benigna? Quantos ele deve ter contaminado e convertido na África?Enquanto na Europa, considerada o suprassumo da civilização, em áreas como na Alemanha, onde se estavam comendo gente, queimando crianças para deuses, e outras coisas horríveis, na África havia um homem que consideraríamos a minoria: um negro, eunuco castrado, gentio, adorando o Deus verdadeiro, porque ele tinha sido contaminado por aquele vetor que era Filipe.

Estes versículos falam de fé, a mesma que havia em Eunice e Lóide, que havia nos guias, como diz na Bíblia: lembrai-vos dos vossos guias que pregaram a palavra de Deus e imitai a fé deles.

A mesma fé vê-se ao longo de toda palavra de Deus. Temos um capítulo muito bonito em Hebreus 11, que diz que todos aqueles que por fé, creram no invisível. Deus realmente reconheceu e os recompensou pela fé que tiveram. E o que é fé? Alguém pode dizer: Hoje eu comprei um bilhete de loteria e tenho fé que vou ganhar; ou uma outra diz: fiz provas para o ENEM e tenho fé que vou acertar todas as questoes! Mas, isso não é fé! Se não estudou, vai errar, isso é uma coisa lógica, racional, não é fé. O sorteio também não se trata de fé e sim de probabilidade. O número da bolinha que cai, na hora do sorteio do bilhete premiado, não irá mudar, por mais fé que se tenha.

Quando estou dando palestra nas empresas, falo muito de segurança, e que isso não é uma coisa que você pode deixar a mercê do acaso, torcendo para não acontecer um acidente. Costumo brincar com a platéia perguntando se eles acreditam no poder da mente: - Se eu subir numa escada e mexer na alta tensão, sem tomar todas as precauções - desligando a energia por exemplo, nada acontecerá algo comigo, se todos pensarem positivo? - Uma parte da platéia diz que sim, e repito: vamos ver se o poder da mente funciona! Digo: quem crê no poder da mente, levante a minha mão! E fico olhando para minha própria mão e ninguém consegue levantá-la, obviamente. Em um auditório com duzentas ou quinhentas pessoas, que usam o poder da mente, mas que não conseguem levantar minha mão, significa que não há poder nenhum! Isto não é fé.

Hebreus 11:1-6 explica: “Fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem”. Isso é fé! A certeza e convicção, não do que é palpavel, lógico, racional, e material, mas a “certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se veem”. Dentro do contexto do cristianismo o importante não é a fé em si, mas em quem coloco minha fé, o endereço e o depositário da fé. Pensemos em fé como se fosse um raio laser, desses que se usam em apresentações, onde se aponta para o quadro mostrando a palavra. Fé seria, onde esse raio laser aponta, e não o raio em si. O ponto onde ele vai encontrar com algo, e este “onde” na verdade seria “quem”. A fé em Deus e na sua Palavra, a fé em Jesus Cristo como Salvador. Esta é a fé que salva.

No livro de Hebreus, no capítulo 11:6 diz: “sem fé é impossível agradar a Deus”. Acho interessante ler todo o contexto para dar maior sentido: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”. Ora, então até para acreditar na criação precisa-se de fé. Alguém poderá dizer: - mas e o big ben e o mundo que surgiu dali, etc. - OK! Mas quem criou este fator inicial, o big ben? Deus criou as coisas, Deus falou e os mundos surgiram, é o que lemos ainda em Hebreus 11: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”. Tem outra versão que diz: “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam”.

Certa vez um missionário foi pregar o evangelho para uma tribo de índios do Equador, mas antes precisou aprender a língua dos índios, criar um vocabulário, porque o idioma ainda não era escrito e ninguém sabia falar, por isso ele ficou vivendo meses naquela tribo aprendendo todos os detalhes linguistícos, criando os verbos, adjetivos e substantivos, criando toda a gramática para depois conseguir falar a língua dos nativos. Todo um trabalho a fim de pregar o evangelho para eles. Quando ele chegou à palavra fé, não havia nenhuma palavra naquela língua indígena que a representasse. Ele pesquisou das mais diversas formas até que descobriu uma expressão que explicava tudo o que era fé. Na Amazônia, eles viviam em grandes ocas construídas com enormes estruturas de madeira, coberta de folhas de palmeiras e por dentro vários pilares e estacas, trançados com cipós. À noite, todos dormiam em redes, pois com a existência de animais selvagens, ninguém poderia dormir no chão, para evitar de ser comido por uma onça. Então, eles sobem nos postes, amarram as redes e dormem em cima, longe do salto de uma onça, por isso ficam todas aquelas redes penduradas no alto.

Observando tudo isso ele descobriu alguns postes nos quais as redes não eram amarradas e perguntou a razão. Responderam-lhe que aqueles postes estavam com a madeira apodrecida. Eles só poderiam amarrar as redes em postes em que realmente confiavam, para que não caíssem e quebrassem o pescoço, levando-os à morte.

Então, o missionário criou ali, a tradução da palavra fé, ou seja, amarrar a rede em Jesus, dessa forma os índios entenderam o que é crer em Jesus; depositar a fé em Jesus; amarrar a rede em quem nunca será abalado; em quem nunca vai apodrecer, em quem nunca vai cair ou quebrar; em alguém que dará uma segurança eterna.

Há outras passagens também na escrituras, que nos falam de coisas que acontecem porque alguém teve fé, mais vamos nos concentrar na fé que realmente salva. Tem um versículo na Bíblia que é muito conhecido, em João 3:16, quando o Senhor Jesus disse: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Crer é depositar fé em Jesus, “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”, fala também em João 5:24. Em Efésios 2 diz: “Pela graça sois salvos, mediante a fé, isso não vem de vós, não de obras para que ninguém se glorie, porque somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para as boas obras, que Ele de antemão preparou para que andássemos nelas”.

Pela fé e pela graça, somos salvos, mediante a fé! A importância dessa palavrinha que em nossa língua tem apenas duas letrinhas, “F e E”, é muito grande e a sua eternidade dependerá dela.

Você tem fé em Jesus e já amarrou sua rede nEle? Você crê que na cruz seus pecados foram levados e pagos por Ele, que confessou para si mesmo as suas culpas, como se fosse ele o culpado? Por isso Ele poderá lhe dar a salvação.

Todo ser humano nasce pecador, culpado, afastado e separado de Deus, que é um juiz justo e precisa condenar o pecador. Todavia, Ele não quer condenar, mas salvar. Vemos aí outro atributo de Deus, que é a graça. Deus é justo, mas também é misericordioso, Ele que salvar. Por isso entregou Seu próprio Filho para morrer na cruz no lugar do pecador, para que nós pudéssemos ser salvos.

Amarre sua rede em Jesus, isso é o Evangelho! E até uma criança entende! Se naquela época eu falasse isso para minha filha, a mesma entenderia o significado de fé. Amarre sua rede em Jesus! Mas que tipo de pessoa poderia ter fé? Será que teria que ser uma pessoa religiosa, que vai à missa, que frequenta uma igreja e anda com a Bíblia embaixo do braço; uma pessoa que foi batizada etc., etc?

Bom, é aqui que entra o grande problema da religião cristã. Hoje, a cristandade está tão torta e contaminada por falsas ideias do que seja salvação, que dificilmente você encontra uma pessoa que realmente entende o que é salvação, e que creia em uma graça inigualável, sem reservas ou condições, ou seja, que creia na graça incondicional, crendo no Salvador.

Claro, encontramos nesse meio cristão, pessoas que tem um tino; um espírito; um dom evangelista; uma vontade de evangelizar. Paulo escreveu a Timóteo que não tinha dom, ele o exortava a fazer o trabalho de evangelista, que é pregar o Evangelho; falar do Evangelho às pessoas.

Esta semana parei para tomar café em um bar na esquina da rua Boa Morte com a Rua Santa Cruz. Desde criança tenho em minha memória, quando eu ia para aula no grupo Coronel Flamínio, e na volta, eu mudava de calçada porque, daquele lado existia uma antiga cadeia e do outro, para o lado que eu mudava, havia esse bar de esquina. Eu não iria beber nada neste bar, porém o mesmo tinha uma parede revestida de pedregulhos. Naquela época os pedregulhos eram envernizados, pareciam uns caramelos redondinhos, e eu ia passando a mão naquela parede, devagarinho, para senti-los e até me dava água na boca, tinha a impressão de que eu estava passando a mão em um pé de moleque daqueles cheios de carocinhos brilhantes de caramelo.

Mas, esta semana, parei para atravessar a rua e quando olhei para os pedregulhos pensei: - Ah, isto foi anteontem! Entrei, puxei conversa com o senhor, o dono do bar, pedi uma água, tomei um café; conversamos sobre diversas coisas, e na hora de ir embora eu lhe disse: - Arranje-me um papelzinho e uma caneta, por favor, pois quero fazer uma anotação. Ele foi, trouxe a caneta no balcão, então escrevi: 3minutos.net e disse: quando você se conectar na internet, visite esse endereço. O senhor perguntou do que se tratava, e eu disse somente: vá lá, é um site meu e você vai gostar pois é bem interessante! Ele perguntou o meu nome, eu respondi e fui embora.

Tenho certeza que a curiosidade criada nele deve tê-lo levado ao site do evangelho 3minutos.

Isso é ser um evangelista. Uma pessoa que tem vontade de levar a salvação a outras pessoas, que busca pecadores. O religioso não busca pecadores, mas pecados. Ele os aponta nos outros e diz: - eu sou justo, não sou como aquele publicano e fariseu, como vemos no evangelho: - “Oh Deus, graças te dou por não ser igual ao publicano”. Eu dou o dízimo, jejuo, faço isso e aquilo!

O religioso entraria naquele bar para acusar o dono de estar pecando, por vender cigarros, bebidas e por ter fotos de mulheres peladas com cerveja na parede, isto é o que o religioso faz. Ele não tem interesse em encontrar pecadores para apresentar a salvação pela fé em Cristo, mas quer encontrar pessoas mais pecadoras do que ele próprio, assim poderá se sentir bem, justo e tão santo.

Um dos episódios mais lindos, do espirito de fé, graça e de contágio desse vírus benigno, que é a salvação pela fé em Cristo Jesus, está num pequeno livro da Bíblia, e é a belíssima história de Rute, que aliás, é o nome da minha mãe.

Rute era de um povo pagão, amaldiçoado por Deus. Quando o povo de Israel passou pela terra de Moabe, os homens fornicaram e tiveram relações sexuais com as mulheres daquele lugar, por isso Deus matou vinte e quatro mil homens depois dos mesmos terem praticado tais coisas, além de terem adorado os deuses pagãos dos moabitas. Deus castigou esse povo que era privilegiado, portanto teria também que ter responsabilidades.

Logo, Rute não era israelita e nem hebreia, era moabita, e como poderia, nesta condição, estar ali, e ter um livro na Bíblia? Ora, isto é graça e misericórdia! Esse é o Deus do Evangelho; o Deus que perdoa pecados e salva.

A sua história é mais ou menos assim: havia um homem chamado Ameleque, casado com Noemi, e o casal tinha dois filhos. Eles moravam em Belém, e as coisas estavam difíceis, pois havia uma grande crise na região, o que fez com que eles se mudassem para Moabe. Ameleque morreu e Noemi agora viúva, ficou com seus dois filhos, que se casaram com duas moabitas, ou seja, mulheres pagãs, o que não era permitido aos israelitas. Uma dessas mulheres era Rute. Dez anos mais tarde, esses dois homens morreram – a Bíblia não fala a causa de suas mortes – e agora eram somente, Noemi e suas duas noras, viúvas. Uma vez que Noemi não tinha mais seus filhos para ampará-la, resolveu voltar para Belém. A princípio, suas noras queriam acompanhá-la, porém, Noemi relutava e dizia que as mesmas poderiam encontrar um marido, pois ainda eram jovens. Uma delas ficou, porém, Rute não; ela já deveria estar contaminada pela fé de Noemi, que era um vetor que contaminara sua nora, através de sua fé no Deus vivo e verdadeiro. Tanto que Rute disse em 1: 16: “Não insistas comigo que te deixe e não mais a acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!”

Essa mulher moabita está testemunhando de fé. Ela não tinha nenhum compromisso com o Deus de Israel, porém a mesma agora estava convertida ao Deus verdadeiro. Em Rute 2:1-3 diz: “Noemi tinha um parente por parte do marido. Era um homem rico e influente, pertencia ao clã de Elimeleque e chamava-se Boaz. Rute, a moabita, disse a Noemi: "Vou recolher espigas no campo daquele que me permitir". "Vá, minha filha", respondeu-lhe Noemi”.

Então ela foi e começou a recolher espigas atrás dos ceifeiros. Por acaso entrou justamente na parte da plantação que pertencia a Boaz, que era do clã de Elimeleque.

É importante entender que em Israel, na lei dada aos judeus ou israelitas, há uma cláusula que permite você entrar no campo e colher espigas de trigo e de cevada, e entrar no pomar e colher frutas, mas você não pode entrar no campo com uma foice, tem que pegar com a mão, também não pode entrar no pomar com um cesto para apanhar os frutos, mas pegar apenas o que vai comer. Isto está na lei, pois Deus é misericordioso e se importa com as pessoas, naquele tempo não tinha restaurantes na beira da estrada, se uma pessoa, viajando com fome, avistasse o campo, poderia pegar espigas de trigo e cevada, tostá-las em cima de uma pedra ou fogueira, para se alimentar, ou pegar frutas no pomar para comer, isso não constituia-se roubo.

Então Rute vai colhendo atrás dos segadores, que vão cortando os cereais, pegando tudo que vai escapando da mão deles e levando aquilo para sua sogra, para ambas comerem, pois estavam passando necessidades.

E no capítulo 2: 8-10 de Rute, lemos: “Disse então Boaz a Rute: "Ouça bem, minha filha, não vá colher noutra lavoura, nem se afaste daqui. Fique com minhas servas. Preste atenção onde os homens estão ceifando, e vá atrás das moças que vão colher. Darei ordem aos rapazes para que não toquem em você. Quando tiver sede, beba da água dos potes que os rapazes encheram. Ela se inclinou e, prostrada rosto em terra, exclamou: "Por que achei favor a seus olhos, a ponto de o senhor se importar comigo, uma estrangeira?” Ou seja, um povo contrário ao Deus de Israel. No versículo 15 em diante: Quando ela se levantou para recolher, Boaz deu estas ordens a seus servos: “Mesmo que ela recolha entre os feixes, não a repreendam”! “Pelo contrário, quando estiverem colhendo, tirem para ela algumas espigas dos feixes e deixem-nas cair para que ela as recolha, e não a impeçam”. E assim Rute colheu na lavoura até o entardecer. Depois debulhou o que tinha ajuntado: quase uma arroba de cevada. Rute colheu aproximadamente quinze quilos de cereais em um dia! Isto, pela bondade de Boaz, que avisou aos segadores que deixassem cair enquanto Rute estava colhendo. E quando ela pergunta: porque você está fazendo isso por mim? Boaz respondeu: “ Bem se me contou quanto fizeste à tua sogra, depois da morte de teu marido; e deixaste a teu pai e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que antes não conheceste. O Senhor retribua o teu feito; e te seja concedido pleno galardão da parte do Senhor Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar”.

Ele viu em Rute uma pessoa de fé e de graça, pois ele era um homem de fé, um homem que tinha graça e misericórdia para com Rute. Com quem ele aprendeu isso? Quem o contaminou com esta fé, a ponto de reconhecer que Rute também era digna de receber sua misericórdia, reconhecê-la como uma mulher de fé, ou seja, que tinha recebido esta fé de sua sogra e a estava imitando?

Não vamos ler todo o capítulo, que aliás, toda a história é muito bonita e com um final feliz. Mas, no capítulo 4; 13 diz: “Boaz casou-se com Rute, e ela se tornou sua mulher. Boaz a possuiu, e o Senhor concedeu que ela engravidasse e desse à luz um filho. Obede”.

Quem é Obede? E que importância tem contar a história de Rute e Boaz? Ora, Obede era pai de Jessé, que foi o pai de Davi, o rei de Israel! Todos sabem ou já ouviram falar de Davi, cuja linhagem precede ao Salvador do mundo, aquele que veio da linhagem de Davi, o filho de Deus vindo em carne.

Então, subindo os ramos da árvore genealógica de Jesus, chegamos a Obede, Boaz e em Ruth, todos contaminados por graça, atrás de graça, por fé imitando fé. Quem era Boaz e com quem ele aprendeu sobre graça e fé? Ele só poderia ter aprendido isto se não fosse um religioso, que se gabasse dos seus feitos, querendo obter a salvação por suas boas ações; suas linhagens. Se perguntássemos a Boaz quem era a sua mãe, ele diria: Minha mãe é uma ex-prostituta! Sim, esta era Raabe, aquela mulher que quando Israel invadiu Jericó, protegeu os espias de Israel para que eles não fossem mortos. Raabe, a mãe de Boaz, era uma mulher de fé, porque sabia que o Deus de Israel era verdadeiro; que o Deus de Israel ia vencer aquela batalha, e conquistar aquela terra. Ela confiava e creu no invisível. Esta fé de Raabe contaminou seu filho Boaz, que por sua vez contaminaria seu filho, Obede e assim por diante, até trazer a linhagem de pessoas que iriam coroar na pessoa mais importante que veio a este mundo, Cristo Jesus!

Perceba que o filho de Deus veio ao mundo para salvar pecadores e que não se importava que em sua árvore genealógica existisse uma ex prostituta, adúltera, ou uma que se que tenha se passado por prostituta, ou ainda Davi, que teve um filho, fruto de seu adultério com uma mulher, que viu do seu palácio.

Há pessoas pecadoras, ao longo de sua linhagem. Como Deus faz isso? Ele podia ter pego pessoas puras, santas e perfeitas para trazer Cristo Jesus, mas não o fez! Jesus veio salvar pecadores, Ele não tinha pecado, pois não poderia salvar pecadores, sendo um pecador. Deus deu seu recado na própria vinda de Cristo ao mundo, para mostrar que quer salvar aqueles que são pecadores convictos, que não escondem o fato; pessoas que realmente vão entender o que é graça, porque a salvação é por graça, pela fé.

E o que é graça? É um favor imerecido. Se se considera justo o suficiente para ser salvo, você está, e vai ficar, sempre perdido.

Na parábola do filho do pródigo, havia dois filhos. Um bonitinho, justinho, corretíssimo que não saia, que ficava sempre perto do pai, e o outro um cara louco, depravado, que foi embora para uma terra distante, gastar todo dinheiro com prostitutas, e que depois voltou arrependido e foi recebido pelo pai com um abraço. Este Pai é Deus. E o filho bonzinho, bonitinho, arrumadinho e religiozinho que ficou na casa? Bom, esse não quis nem mesmo entrar na casa do pai, porque o religioso é assim, não sabe e não entende o que é graça.

Havia um homem que foi muito devasso, eu e alguns de vocês aqui, o conhecemos, e que estava à beira da morte. Havia sido levado para sua casa, pois não havia mais o que fazer por ele. Minha mãe e outras pessoas de sua família estavam ao seu lado, em seu leito, e ele estava muito angustiado por sua vida de pecados. Pediu perdão a sua esposa, por tudo que tinha feito e queria saber o que fazer, pois sabia que iria entrar na eternidade. Minha mãe falou para ele: Peça para Jesus perdoar você; chame por Jesus! Esse homem morreu chamando: Jesus, Jesus! Ele não conhecia sequer, uma vírgula da Bíblia, não sabia citar João 3: 16; não sabia nada! Agora eu pergunto: vocês acham que Deus escutou isso da boca de um moribundo e falou: - Ah, meu amigo, você não frequentou a igreja tal; você não for batizado pelo pastor fulano; você não fez isso ou aquilo; não acendeu vela, etc., etc. - Não! O Deus de graça, que salvou a prostituta Raabe; que salvou Rute a moabita, escuta até o moribundo que mal consegue pronunciar o nome de Jesus! Tenho certeza que vou encontrar este homem no céu.

Isto é Evangelho! O Evangelho é dizer que Jesus é o Salvador, porque “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, Jesus, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna!” E não só isso, Deus também dá a certeza de que esta salvação já pode ser desfrutada aqui e agora! Não é uma incógnita que vai acontecer no futuro. Disse Jesus: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna”. Não disse: terá, talvez, quem sabe; por ventura; quiçá. Não! Tem a vida eterna! Não entrará em juízo, mas passou da morte para vida. É como se alguém que crê dissesse: Uau, eu estava na morte e agora estou na vida!

Ou seja, passou da morte para a vida.

Quando isso acontece? Quando morre ou quando Deus vai nos julgar? Não, quem ouve , crê tem já a vida eterna. Não entrará em condenação, passou da morte para a vida.

Espero que saiam daqui pessoas crendo no Salvador, ainda que seja somente falando: Jesus, me salva!

Quando me converti também não sabia o que falar! Simplesmente falei: Senhor eu vim dirigindo até aqui. Agora pega a direção, não sei o que falar, me salva! Aquela menininha de seis anos de idade no meu colo, não sabia o que falar, mas chorou e disse estar emocionada, pois Jesus havia entrado em seu coração. Ela disse: Eu pedi para que Jesus entrasse em meu coração e Ele entrou. Isto é a salvação! Espero também que você saia daqui sendo um vetor para contaminar muitas pessoas com essa mensagem do Evangelho da Graça de Deus!

Vamos dar graças.

Nosso Deus e nosso Pai, nós te damos graças por uma mensagem de tanta graça e tanta Misericórdia; de tanto perdão. Que Cristo veio ao mundo salvar pecadores, nós te damos graças Pai, por que sabemos que tu estás pronto a salvar aquele que vem a ti contrito, pedindo perdão para os seus pecados; pedindo clemência; pedindo misericórdia.

Sabendo que não há outra solução; outra salvação além desse Nome que está acima de todo nome: o nome de Jesus. Pedimos por todos os que escutaram essa mensagem, e também aqueles que escutarão esta gravação, que encontrem em Jesus Cristo a salvação eterna, a paz e a certeza de seus pecados perdoados por graça somente. Pedimos em nome de nosso Senhor e salvador Jesus, amém!