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https://youtu.be/jXTRtL3ohLs
Qual o espírito atrás da sua fé?
Mario Persona
Na semana passada, Deus abriu uma oportunidade para
que eu e alguns irmãos nos encontrássemos para partir o pão, celebrando a Ceia
do Senhor em Paris. Foi um momento único, uma coisa inesquecível, estar num
país estrangeiro - éramos todos brasileiros com exceção da esposa de um irmão
que é espanhola - e estar lembrando do Senhor, a quatro quarteirões da Torre
Eifel. Para nos comunicarmos, já que cada um estava vindo de um lugar
diferente, por exemplo, uns vindo da Itália, outros da Suíça, outras da
Alemanha, meu filho Lucas e eu estávamos em Amsterdam na Holanda, criamos então
um grupo no WhatsApp para saber em que ponto cada um estava da viagem. Quando
chegamos no hotel, queríamos nos encontrar e uma irmã sugeriu marcar para o dia
seguinte, embaixo da Torre. Foi engraçado porque meu filho, brincando,
perguntou: - Que torre? E aquilo virou motivo de piada, pois se você está em
Paris, apesar de haverem muitas outras torres, ninguém perguntaria se era uma
torre de telefonia celular, ou de televisão, enfim, existe uma torre na cidade
que é única, a Torre Eiffel, que é aliás, considerado o lugar onde mais fotos
são tiradas no mundo inteiro.
Mas, pensando nisso, que a Torre Eiffel é única, se
mudássemos a pergunta, e inquiríssemos alguém sobre qual é a religião
verdadeira, o que aconteceria? Se alguém diz ter uma religião, sempre
perguntamos qual, por que há milhares de religiões. Qual seria a religião
verdadeira então? E como identificá-la?
Quando uma coisa é verdade a outra é falsa! Se
pegarmos mil pessoas e perguntarmos qual religião é verdadeira, teríamos mil
respostas, dizendo: a minha é a verdadeira! E talvez ainda tivéssemos, uma
pessoa que diria que todas são certas, porque todas têm coisas boas. O grande problema
de dizer que a minha religião é a certa, é que desta forma eu estou excluindo
todos os que não pertencem a minha religião, dizendo que os 999 outros estão
errados e eu estou certo.
Uma religião tem, normalmente, um corpo de doutrina,
de preceitos, que se você segui-los, será salvo, ou vai para o céu, para o
nirvana ou vai reencarnar num plano superior ou qualquer outra coisa que a
religião ensine, mas é sempre assim, ela tem uma série de preceitos, regras ou
modos de proceder que vão levar você a algum lugar, a uma a posição melhor. Considerando
as mil pessoas em questão, as 999 seriam soberbas, e excludentes, exclusivistas
dizendo que a sua religião é a verdadeira, e haveria uma que seria a mais
soberba de todas, ao afirmar que todas as religiões são boas, que todas são
verdadeiras, pois esta pessoa se colocaria numa posição de quem conhece todas
as religiões, e por analisar as mil, ela chegaria a essa conclusão, que todas
são verdadeiras.
Mas e a Bíblia? O que ela ensina? Existe uma religião,
uma fé verdadeira? Sim, a fé cristã é verdadeira. Então, você diria, que eu
estou me colocando numa posição de soberba também, considerando todas as outras
pessoas e crenças erradas. Não é bem assim, porque todas as religiões, como eu
disse, tem uma série de preceitos e regras para você seguir. E no momento em
que você fala, que a sua é a correta, você se declara cumpridor das regras,
logo, merecedor do céu, do nirvana, do plano superior, colocando-se numa
posição acima das outras pessoas. Você está dizendo que está certo e eles ali
embaixo, estão errados, porque não atingiram esse plano que você conseguiu. Aí
sim, estaria sendo excludente. Mas a fé cristã não é assim, é impossível um
cristão se colocar num plano superior a outras pessoas, porque a Bíblia diz que
Cristo veio ao mundo salvar pecadores, salvar a escória, e ao salvá-las, ele
não fez uso de nada que viesse delas. Nenhum mérito é do ser humano, essa é a
fé cristã. Logo, é impossível um cristão empinar o nariz, com muito orgulho,
falando que é cristão, porque recebe-se por graça a salvação. Então é uma fé
que não permite que a pessoa se considere mais que as outras.
Mas vamos observar alguns pontos que destacam o
cristianismo, como única, singular.
Vamos abrir em 1 João 4, “amados
não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo, nisto conhecemos o espírito
de Deus, todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus e
todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus,
mas esse é o espírito do anticristo do qual já ouvistes que há de vir e eis que
está já no mundo”
Sabemos que atualmente, existe muita espiritualidade
nas coisas do mundo, aliás anos atrás no começo do século vinte, acreditava-se
que religião seria uma coisa em extinção. A eletricidade acabava de ser
inventada, o telefone, telégrafo, avião, carro, as pessoas estavam ainda
curtindo a teoria da evolução de Darwin, Marx e Lenin estavam tecendo as suas
teorias a respeito do trabalho, do socialismo e comunismo, que excluía
totalmente Deus da equação, e muitos outros filósofos da época também
trabalhavam nesse sentido, de colocar o homem como centro de todas as coisas.
Por isso, achava-se que a religião era uma coisa em extinção. Hoje, estamos
vendo no mundo exatamente o contrário do que foi dito, religião é a coisa que mais influencia o mundo atual. Basta
abrimos o jornal de hoje, veremos grupos radicais islâmicos cercando uma cidade
para dizimar e praticar atrocidades, em outra página vemos um homem que se
vestiu de bomba e explodiu a si mesmo no meio do mercado levando consigo
dezenas de pessoas. E assim é por todo o mundo, encontraremos religião como
fator preponderante na civilização atual, grande causadora de problemas,
inclusive.
Espiritualidade está em voga. Recebo muitos e-mails
perguntando se faço palestras de espiritualidade em empresas, eu digo que não.
Mas é um mercado hoje em ascensão, procura-se muito palestrantes que fazem esse
tipo de trabalho. E por traz de espiritualidade, religião, de toda fé e de toda
coisa que vem com selo espiritual, existe um espírito, e é justamente isso que
o apóstolo João está falando. Que espírito é esse que está por traz de tal
coisa? Na carta de Paulo aos Coríntios ele falava que o ídolo não era coisa
alguma, mas sim o espírito por traz, havia um demônio por trás do ídolo. Quando
vemos uma estátua enorme, com pessoas acendendo vela e fazendo suas orações,
levando oferendas e comida ou algo do tipo, e você acha interessantes,
pitoresco - turística essa estátua! - há um espírito ali, um demônio atrás
daquela imagem.
Portanto, nada que venha com selo espiritual está
isento de ter um espírito por trás daquilo. A questão, é que espírito é este?
No versículo 2: “nisto conhecereis o Espírito de
Deus, todo espírito”, obviamente, o espírito que vai mover o profeta, que
vai falar de alguma religião de alguma fé, de alguma doutrina, “todo
espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”
Começa por aí! Se tenho uma religião que não confesse
que Jesus Cristo veio em carne, esta não é de Deus. Já consiste em um teste
categórico, como um teste de gravidez. Você faz o teste ou vai ao médico para
examinar, o que o médico diz? Está grávida, ou não está grávida! Não diz, mais ou
menos grávida! Aqui é a mesma coisa, todo espírito que confessa que Jesus veio
em carne, é de Deus, mas, espere! Por que ele não disse todo espírito que
confessa que Jesus Cristo nasceu em carne é de Deus? Porque se ele
tivesse apenas nascido, seria como qualquer um de nós. É claro que para vir em
carne, ele nasceu de uma virgem, mas a palavra de Deus, a Bíblia é tão perfeita
que o verbo aqui é “vir” ele veio em carne. Se eu disser que vim a este salão,
vocês podem perguntar: onde você estava antes? Eu estava em casa, eu não
apareci neste salão. Se eu dissesse que nasci neste salão - Oh, então, foi aqui
que começou sua vida, foi aqui que começou a sua existência. Mas se afirmo que vim
significa dizer, que eu estava em outro lugar e vim para cá. Assim Cristo
Jesus veio ao mundo, em carne, ele tinha existência antes de vir aqui.
Mas talvez você seja espírita e diga que sim, todas as
pessoas que nascem neste mundo já existiam antes, são reencarnações de pessoas,
etc, etc. Mas a afirmação aqui não é de que Jesus Cristo existia antes ou havia
desencarnado e reencarnado de novo, a afirmação aqui é no sentido de mostrar
que ele é Deus. Porque mais à frente ele vai falar, no versículo 9 “nisso se
manifestou o amor de Deus para conosco, que Deus enviou o seu filho unigênito
ao mundo para que por ele vivamos” então era um que estava com Deus e foi
enviado ao mundo. E a expressão filho de Deus, quem conhece os Evangelhos sabe,
tem conotação de Deus Filho, o Filho Eterno de Deus. Resumindo, Cristo Jesus é
Deus, e essa afirmação é única do cristianismo, dizer que ele veio em carne é
dizer que ele é Deus, tinha pré-existência e estava na eternidade e isto é a
essência, estava na eternidade com Deus, ele é o Filho na Trindade, na
eternidade, filho de Deus que veio ao mundo em carne para habitar entre nós.
Ele não foi criado no momento em que nasceu aqui, como alguns pensam, porque no
Evangelho de João, no capítulo 1 fala que “ todas as coisas foram feitas por
ele e sem ele nada do que foi feito se fez”, então se sem ele nada do que
foi feito se fez, como ele poderia ser feito, fazendo-se a si mesmo sem antes
ter existido? É uma peça de quebra-cabeça, impossível! Então essa afirmação que
Jesus Cristo veio em carne é única cristianismo, é um teste como de gravidez.
Se a pessoa não professa isso, não tem Deus!
Se professa, então estamos falando de algo que está de
acordo com a verdade de Deus!
Muito bem, então primeiro teste é confessar que Jesus
Cristo veio em carne. Ou seja que ele é Deus, estava na eternidade e veio ao
mundo. Segundo teste, e aí o cristianismo também difere de todas ou talvez da
maioria das religiões, ele veio em carne. O que significa isso? E que
importância tem isso?
Estive envolvido antes da minha conversão, com muitas
religiões orientais, e a tônica comum nessas religiões é a de que a carne, a
matéria, é ruim, tanto que uma das religiões que eu acreditava, dizia que a
matéria nada mais é que a projeção da nossa mente. Você projeta que aqui há uma
parede, logo essa parede existe porque a mente a projeta, e você ao libertar-se
dessas projeções liberta-se dessa matéria, seria como atingir um estado elevado
de espiritualidade. Muitas religiões orientais negam a matéria, assim como
algumas religiões ocidentais também o fazem, tentam “eliminá-la” a fim de ficar
no estado do espírito, só pairando no éter, como sendo essa a condição ideal do
homem. Como se a matéria fosse uma coisa que atrapalha a vida do homem.
Se fosse um peso como eles afirmam, Deus, ao criar a
matéria, o homem, num corpo físico, no fim de toda a criação, não teria dito “que
aquilo era muito bom” assim como nos fala a Bíblia. E se a matéria fosse algo
tão perverso, tão ruim, tão desprezível, o filho de Deus jamais teria vindo num
corpo de carne, mas ele veio! À nossa semelhança!
Em Filipenses capítulo 2, lemos, “sendo ele em
forma de Deus assumiu a forma de servo”. Ele tinha uma forma antes – ele é
Deus- e sem deixar essa forma de Deus, assumiu a forma de servo, sem deixar sua
essência. Se a carne fosse uma coisa tão ruim, Cristo Jesus não teria
ressuscitado num corpo de carne e ossos. Quando os discípulos pensam que ele
era um espírito, depois de ressuscitado, o Senhor diz: ponha a mão na minha
mão, ponha a mão no meu lado, veja que eu tenho carne e ossos. Ora, um espírito
não tem carne e ossos. Jesus pede então um pedaço de peixe, ele come um favo de
mel na presença dos discípulos para mostrar a eles que tinha um corpo tangível,
diferente sim, obviamente, uma matéria completamente diferente dessa matéria
que temos, que é perecível, corruptível, mas um corpo! E neste momento há no
céu um homem de carne e ossos, Jesus, o primeiro de toda uma linhagem, que
estará habitando no céus em corpos de carne ossos. E na terra também, no
futuro.
Então esses dois testes, a fim de saber que espírito
há naquela fé, se não confessar isso, não é de Deus, não há meio termo!
Primeiro, Deus veio ao mundo, o filho de Deus assumiu a forma humana. O segundo
teste, ele veio em carne, para depois ressuscitar em carne, ou seja, um corpo
tangível, que faz parte do futuro do homem. Não é nada etéreo, flutuante,
luzinha piscando. Não! O futuro do homem que Deus preparou, é um corpo
tangível, um corpo real. Que se pode tocar.
O terceiro teste, vamos encontrar no versículo 10: “nisso
está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a
nós e enviou Seu Filho para propiciação pelos nossos pecados”. O que
significa este teste? Que a salvação não provém do homem, de modo algum! Há uma
passagem no Evangelho de Lucas, capítulo 18, em que os discípulos falam pra
ele, - depois de ouvirem a conversa com o jovem rico, - mas assim é impossível
ao homem salvar-se! e o Senhor responde que o que é impossível ao homem, é
possível a Deus. Essas três coisas são o que difere o cristianismo de todas as
outras religiões, porque, qualquer uma dirá que você precisa fazer alguma coisa
para ser salvo, fazer algo para se livrar dos seus pecados ou para
compensá-los, mas aqui fala, “não em que nós tenhamos amado a Deus”.
Qualquer religião fala que você tem que amar a Deus,
se você conseguir amá-lo, Ele irá salvá-lo! “Não que nós tenhamos amado a Deus”
mas como? Ele nos amou a nós, o amor não veio de baixo para cima, mas de cima
para baixo. Ele nos amou e nos enviou seu Filho. Para que?
- ah, eu sei, aprendi na minha religião que Jesus veio
ao mundo para servir de exemplo para nós, e assim seguirmos os seus passos e
sermos como ele. - Então, tente ser como ele! A primeira coisa que ele era aqui
na terra: sem pecado, você consegue? - Não, você dirá, - então já tomou um
caminho sem solução. “- Mas quero ser como Jesus neste mundo” Muito bem! Então,
comece sendo sem pecado. - Mas não se completam nem cinco minutos, e eu já
peco, - então o caminho não é esse. - Mas ele veio para nos ensinar como
devemos fazer isso, ou aquilo. - Bem, aqui, caímos naquela questão inicial da
religião, da soberba, porque se ele veio ensinar coisas, eu aprendo essas
coisas e as faço, eu me considero alguém que está fazendo algo certo, e passo a
olhar para todo mundo e achar que ninguém faz tanto quanto eu.
Pensemos naquela parábola que o Senhor Jesus conta do
fariseu e do publicano, este último era um coletor de impostos, pegava dos
judeus e entregava ao invasor romano. Os dois estavam no templo, nesta
parábola, que está em Lucas 18, e o fariseu falava: Oh Deus te agradeço porque
eu não sou como este publicano - e apontava o dedo para que aquele pobre
publicano pecador, - eu te agradeço porque eu não sou como ele, eu dou o dízimo
de tudo que eu tenho. - Deus nunca pediu dízimo de tudo o que a pessoa tivesse,
no sentido de que ele fala no texto -, eu jejuo duas vezes por semana - e na
Bíblia, em nenhum lugar, Deus deu um mandamento de jejum, nem no Antigo
Testamento. Eles jejuavam, é certo, mas isso não era um mandamento. Há uma
passagem no evangelho, que uma certa casta de demônios se expulsava somente com
jejum e orações, mas nunca fora um mandamento, como não matarás, ou só adorarás
o teu Deus, não dará falso testemunho, enfim, não existe um, jejuarás! Mas esse
fariseu, se considerava em alto nível - não sou como aquele publicano! Ele
estava agradecendo a Deus pelas vantagens que achava que tinha conquistado, por
outro lado, aquele publicano, do qual o Senhor
Jesus fala: saiu justificado do templo! O publicano, o trecho fala, estando
longe (porque sabia que era indigno de se apresentar diante de Deus) não ousava
sequer levantar a cabeça, estava humilhado e batia no próprio peito pedindo a
Deus: - tenha misericórdia de mim, que sou pecador! Enquanto o fariseu, batia
no peito do publicano, não sou como este, ele sim merece o castigo, mas é o
publicano que diz isso. E foi este o justificado.
Então, quando uma religião, ou uma pessoa diz que
Jesus veio ao mundo, para nos dar exemplo para seguirmos e sermos iguais a ele,
tudo empaca na questão do pecado. Se ele não tinha pecado, como posso seguir
seu exemplo? Mas Jesus veio ensinar uma série de coisas para praticarmos, sim?
Ok, vamos supor que você possa praticar dez dessas coisas, então, outro alguém,
consegue praticar, onze, você fica do lado de fora! Porque alguém ultrapassou
você. Seria uma religião por mérito, que transforma Deus em um devedor do
homem. Como um salário. Se eu faço alguma coisa por merecer, então tenho meu
salário, trabalho um mês, e no fim dele, o patrão tem que me pagar. Fiz todas
as tarefas, não faltei nenhum dia, quero meu salário, o patrão tem que me
pagar, é obrigado pela legislação. Agora, como alguém ousaria pensar que para
receber a salvação é do mesmo jeito? Quem pode pensar que ao chegar no fim de
sua vida vai falar com Deus que não faltou nenhum dia, que cumpriu todo os
mandamentos, que não faltou a igreja: - agora quero minha salvação!
Ele é Deus! Como alguém poderia pensar dessa forma de
Deus? Que Ele nos deve? O único salário que mereço receber é a morte, em romanos
fala, “o salário do pecado é a morte”, essa sim, merecemos!
“Logo, nisso está o amor, não que nós tenhamos
amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós e enviou seu filho para propiciação
pelos nossos pecados”. Aqui acaba com todas as religioes que não seja o
cristianismo. Porque não há nada do homem, sequer o amor a Deus! Até isso vem
de Deus, e o amor foi tanto, que Ele entregou seu Filho, não para ser um
exemplo para nós, para nos ensinar coisas bonitas, como um grande filósofo, um
grande mestre. Claro que ele fez tudo isso, mas o que nos salva, não é isso,
ele nos foi entregue como propiciação pelos nossos pecados, ou seja, Deus tinha
que nos condenar, mas Ele não quis, pelo contrário, quis nos salvar. Mas para
isso, precisaria de uma vítima para morrer, alguém precisava pagar a conta.
Se você vai a um restaurante com um grupo de pessoas,
no fim, podem até sair todos, mas pelo menos um deve permanecer para pagar a
conta. Como nenhum homem seria capaz de pagar essa conta, uma vez que todos são
pecadores, Cristo pagou, e a palavra propiciação nos lembra de Deus sendo
propício para com o pecador, sendo longânimo, favorável ao pecador, salvo
agora!
Havia no templo, no Tabernáculo, no deserto israelita,
a Arca da Aliança, que era uma caixa de madeira revestida de ouro por dentro e
por fora e ela tinha uma tampa e sobre esta, havia dois querubins que olhavam
para ela. Esta arca ficava escondida por trás de um véu, que era na verdade,
uma cortina pesada, e o sacerdote entrava uma vez por ano, com uma bacia cheia
de sangue dos animais que eram sacrificados, e com a mão, ele aspergia, ou
seja, espirrava, o sangue sobre o propiciatório. A tampa chamava-se
propiciatório, e ele não era lavado, na hora de sair o sacerdote, não entrava
alguém para passar um paninho e limpar, a tampa ficava ali, com uma crosta de
sangue dos sacrifícios que eram feitos, com aqueles dois querubins olhando para
aquele sangue, e Deus vendo o sangue, podia ser propício para com o homem
pecador.
Quando os israelitas foram libertados do Egito, Deus
pediu que eles matassem um cordeiro em cada casa e passassem o sangue no
batente da porta, e ficassem ali dentro, porque o anjo do Senhor iria passar
por sobre o Egito e vendo o sangue, ele não entraria naquela casa, mas se não
visse o sangue, entraria e mataria o primogênito, que era um juízo de Deus
caindo sobre o Egito. Deus foi propício com todas as famílias que tinham
passado o sangue nas portas. Era o sangue que protegia aquelas pessoas. Deus
deu seu Filho para a nossa propiciação, para nos redimir e nos limpar, nos
livrar dos nossos pecados.
Então essas três coisas são básicas para denotar, que
espírito está por trás de qualquer profissão de fé, religião, espiritualidade.
Será que aquela pessoa que falou para você que sua religião é muito boa, que se
você for lá, será salvo, fazendo isso ou aquilo, será que ela confessa que Jesus
veio em carne, que Jesus é Deus? Filho de Deus encarnado? - Não, ele diz que
ele é um mestre- , então por traz desse espírito na verdade, está um demônio. O
apóstolo Paulo, fala na sua carta aos Coríntios, que Satanás é um anjo, um ser
espiritual, que se transfigura em anjo de luz para enganar, e seus ministros,
os homens que são energizados, inspirados por Satanás, se transformam em
ministros de justiça.
Então, o grande engano desse mundo é quando a pessoa
fala - oh, veja, fulano é muito espiritual, tem muita espiritualidade! - o que
as pessoas esquecem é que Satanás é um anjo e os demônios são espíritos, logo,
espiritual, espiritualidade, espiritualismo não significam nada, pelo contrário
chegam até mais perto daquilo que não é de Deus, porque o filho de Deus se fez
carne, um homem habitou entre nós, que é Deus e homem, filho de Deus feito
carne.
Qualquer fé que negue que Jesus é Deus feito homem,
perfeito Deus, perfeito homem, o espírito por traz dessa religião não é de
Deus, mas um demônio. E se confessa que a carne é ruim, porque o futuro será
com pessoas flutuando por aí, também o espírito que está por trás disso é um
demônio, não é de Deus. Se diz que temos que amar a Deus para sermos salvos, e
vem com uma lista de muitas ou poucas coisas a fazer, também não é de Deus. O
espírito por traz dessa religião, dessa fé, é um demônio!
É o que fala esse capítulo, em todas as partes, porque
Deus amou primeiro o homem, e Deus entregou seu próprio filho para propiciação
por nossos pecados. Se a religião der pelo menos um mínimo que seja, de glória
para o homem, de motivo para o homem se exaltar, - eu realmente vou para o céu
porque dei muitas esmolas, eu fiz muitas coisas! essa não é de Deus! Por que a
salvação veio de cima para baixo, e não o contrário, como já foi dito. É de
Deus para o homem!
Todo espírito, versículo 3, que não confessa
que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus mas este é o espírito do anticristo
do qual já ouvistes que há de vir, que é esse que está no mundo. Filhinhos, no
versículo 4, sois de Deus, ele está falando aqui para pessoas cristãs,
que creem em Jesus, “e já os tendes vencido porque maior é o que está em vós
do que o que está no mundo, do mundo, são, por isso, falo no mundo e o mundo os
ouve”.
Um outro grande engano é julgar uma religião pelo
número de adeptos. - mas aquela igreja, da esquina, aquele templo, tem mais
gente, cresce que é uma maravilha! - Sim e porquê? Porque fala o que o mundo
quer ouvir. Isso basta, é só falar o que as pessoas querem escutar e vai um
monte de gente atrás, agora, experimente dizer a alguém, que ele é um pecador
perdido nos seus pecados e não tem nada nele que preste. - Ah, mas eu fiz
faculdade, curso superior, pós-graduação... nada! Lixo! O apóstolo Paulo que
tinha tudo isso, falava que era hebreu dos hebreus, quanto a lei, fariseu! Ele
tinha uma linhagem nobre, o seu currículo faria inveja a qualquer um, e ele
próprio diz que tudo isso considera esterco comparado a conhecer a Cristo.
Nada do homem entra no céu, nada! Nossas obras são
obras de injustiça, as nossas justiças, fala o profeta no Antigo Testamento,
são trapos de imundícia, e isso é uma tradução tênue, porque no original está
escrito, panos de menstruação, numa época em que não existia absorvente
higiênico, usava-se panos, panos sujos de menstruação, é o que são nossas
justiças aos olhos de Deus. O que dizer então de nossas de injustiças? Você
chegaria na presença de Deus com seus panos sujos, e diria, - olha Senhor, o
que eu trouxe, toda minha justiça está aqui!. Jamais você ousaria fazer isso,
Deus não quer a justiça do homem, não vai salvar alguém pela sua própria
justiça, pelo contrário, aquele que se considera justo
vai ser condenado, como aquele fariseu, disse, oh Deus te dou graças porque não
sou como aquele publicano, eu jejuo, dou o dízimo, eu faço isso, eu faço
aquilo- Ele está perdido! Porque está tentando ser salvo com seus próprios
meios e Deus só deu um meio de salvação, Jesus Cristo! Não existe salvação em
nenhum outro nome! Não há nenhum outro mediador entre Deus e os homens, apenas
Jesus Cristo!
É sobre isso que trata praticamente todo esse capítulo
e mais adiante.
Agora o apóstolo, falando na condição de alguém que
foi chamado por Deus para trazer essa mensagem de salvação, no versículo 6 “nós
somos de Deus” ele fala, “aquele que conhece a Deus ouve-nos, aquele que
não é de Deus não nos ouve, nisto conhecemos nós o espírito da Verdade e o
espírito do erro”, qual é essa espírito da verdade? É aquele que escuta as
palavras dos apóstolos, que escuta as palavras deste livro, que é a Palavra de
Deus.
O Senhor Jesus no evangelho, fala quem é de Deus ouve
a palavra de Deus, quem não é de Deus não ouve a palavra de Deus. Quantas
dicas, quantas formas de se saber se algo é de Deus, ou não. Reconhecer que
Jesus Cristo é Deus, que veio ao mundo, reconhecer que Jesus se fez carne,
morreu e ressuscitou em um corpo físico, um corpo tangível e está agora no céu
em corpo, reconhecer que não é por nós amarmos a Deus que somos salvos, mas
porque Deus nos amou e entregou seu próprio filho como propiciação pelos nossos
pecados. Isso é fundamental para saber que espírito
está por trás de qualquer religião, ou ideia.
Ouve a palavra de Deus, porque aquele que não dá
ouvidos à palavra, esse tampouco é de Deus. Uma outra evidência que também muda
completamente em relação a qualquer religião, é o versículo 12, nisso
conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu espírito,
hoje uma pessoa que realmente creu em Cristo, ou alguém que é de Deus, tem o
espírito de Deus habitando em si, não mereceu, nem fez por merecer, ganhou de
graça, assim como a salvação.
No versículo 14, vimos e testificamos, que o pai
enviou seu filho, para ensinar o mundo? Ou para ser um exemplo do mundo?
Não! Vimos e testificamos que o Pai enviou seu Filho para salvador do mundo.
Ora, se nós nos salvássemos aprendendo ou fazendo algo, não precisaríamos do
Salvador, pois salvador é aquele que salva. No versículo 15, diz, qualquer
que confessar que Jesus é o filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus.
No versículo 18, traz mais uma evidência, na caridade ou no amor não há
temor, antes a perfeita caridade o perfeito amor lança fora o temor, porque o
temor tem consigo a pena e o que teme não é perfeito em amor. Uma outra
evidência, do que é o real cristianismo, é que não há medo de juízo, porque o
que crê em Cristo não será julgado.
O Senhor Jesus falou, “quem ouve a minha voz e crê
naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em juízo, mas passou da
morte para vida”
Como pode ter medo então de algum juízo alguém que não
vai ter juízo a sua frente? Essa é outra diferença gritante da verdadeira
religião, que é o cristianismo.
No versículo 19, para encerrarmos, “nós o amamos a
ele porque ele nos amou primeiro, se alguém diz eu amo a Deus e aborrece seu
irmão é mentiroso, pois quem não ama seu irmão ao qual viu, como pode amar a
Deus a quem não viu? E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame
também a seu irmão”
Agora colocando tudo isso junto, o amor de que fala
esse capítulo não é o amor natural, e no grego, tem diversas palavras que
designam diferentes tipos de amor. Tem o amor Eros, que é amor erótico, tem o
amor Ágape, que é o amor de Deus, tem Filo, que é o amor fraternal. Então há
diversas palavras que mostram diferentes tipos de amor. O amor Ágape: só pode
amar aquele que tem o Espírito Santo no seu coração, aquele que nasceu de Deus.
O versículo 7 de 1 João, fala, “amados amemo-nos
uns aos outros porque o amor é de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus” É um amor totalmente isento de orgulho.
Eu posso amar um mendigo – Coitadinho, pobrezinho, eu
rico, ele pobre - esse não é o amor de Deus, o amor de Deus que é derramado em
nossos corações, é aquele que olha para o próximo e fala, sou tão ruim quanto
ele, era tão perdido quanto ele, tão pobre, tão humilde, tão desprezível, mas
Deus me amou. É o amor que pode amar sem se colocar numa posição superior ao outro.
Esse é o amor de Deus, porque no cristianismo, se
existisse um pódio, ali estaria, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, nenhum ser
humano! Porque nada do ser humano o leva a ocupar um lugar no pódio, mas somos
salvos pela fé em Cristo somente, - não por nossas obras, não por nossos
meios,- ele nos coloca numa posição em Cristo.
Existe uma fé verdadeira? Sim, a cristã. Como julgar
qualquer religião para saber se ela tem por traz da sua espiritualidade o Espírito Santo de Deus ou um espírito imundo? Fazendo
essas perguntas e assim não seremos enganados. E se alguém ainda não tem a
certeza da sua salvação, e de que está na religião ou na fé verdadeira, é muito
simples: Creia em Cristo! Aceite que ele morreu por você na cruz, que ele pagou
por seus pecados, que ele é a propiciação de Deus por seus pecados e receba por
graça somente, a salvação que vem de Deus!