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Vendo o invisivel - Mario Persona



https://youtu.be/58dMSjD3uFg



Vendo o invisível
por Mario Persona

Certo dia em um shopping center, vi uma aglomeração de pessoas e fui conferir o que era. Constatei que era o lançamento de um daqueles óculos de realidade virtual. Todos estavam em volta de uma grande TV, e no meio da roda, uma pessoa, que parecia totalmente louca – ela se virava e se contorcia para baixo e para cima - e o que ela fazia, não fazia sentido nenhum para as pessoas em volta. Claro que ela estava enxergando e vivenciando uma realidade que nenhum de nós fora daqueles óculos, podia perceber. Era uma realidade a qual nós não tínhamos acesso, a menos que comprássemos o equipamento. Podíamos ver na TV, no centro do aglomerado, um desenho, uma coisa normal, mas o que ela estava experimentando?  Não sabíamos.

Existe uma realidade neste mundo que é muito palpável, muito perceptível. Nós temos cinco sentidos. Nós sentimos o cheiro das coisas, nós enxergamos, ouvimos, nós sentimos o gosto dos alimentos, temos o tato, sentimos calor, frio, etc. E todas essas sensações chegam até nós por meio de nossos sentidos. Nós não temos outros sentidos que possam detectar outras realidades. Temos sim, coisas que nos ajudam, por exemplo, um telefone celular. Se alguém liga para você, significa que uma onda de rádio veio até esse telefone, traduziu isso de uma tal maneira que você pudesse entender, mas você não viu as ondas passeando por aí. Elas estão por toda a parte, e nós estamos imersos nestas ondas eletromagnéticas, que não enxergamos por que não temos essa capacidade, embora sejam coisas do mundo material.

Mas existe uma realidade espiritual que está além dos nossos sentidos, que não conseguimos perceber a não ser que aconteça uma mudança em nós. Vamos ler uma passagem no Salmo 89: 46, que diz assim: “Até quando, Senhor? Acaso te esconderás para sempre?” O salmista pergunta porque ele não enxerga! Para ele, Deus está escondido. E ele continua: “Arderá tua ira como fogo? Lembra-te de quão breve são os meus dias. Por que criarias debalde todos os filhos dos homens? Que homem há que viva e não veja a morte ou que livre a sua alma do poder do mundo invisível?” É desse mundo invisível que eu gostaria de falar. 

Existe no ser humano um pavor do mundo invisível, ele sabe que existe alguma coisa nessa esfera invisível, mas ele tem medo e com razão. Porque o ser humano na sua condição de pecador,  descende de pecadores que por sua vez, descendem de pecadores. Voltando ao Jardim do Éden, quando Adão e Eva transgrediram o primeiro e único mandamento que Deus havia dado a eles, e ambos caíram em pecado. Deus havia dito que eles morreriam caso comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. E eles comeram. - Mas eles morreram cerca de novecentos anos depois! Então estava errado? - Não! Aconteceu o que Deus disse, pois eles morreram espiritualmente. 

O homem é espírito, alma e corpo. O que acontece quando você morre espirtualmente? 
Eu me lembro do tempo dos rádios e das Tvs de válvula. Quando uma delas queimava, a TV ou rádio não funcionava. Meu pai, para trocar a válvula da televisão, tinha que abrir o aparelho, colocar a válvula nova até que surgia o sinal outra vez. Assim é com o ser humano, está faltando algo, e ele sabe disso! Ele não consegue enxergar o mundo invisível, e tem medo mesmo assim, porque sabe que existe algo a mais. Deus nos criou para a eternidade e nós temos noção disso, da eternidade, das coisas invisíveis, mesmo que não tenhamos acesso a elas.

Um dia, Deus pegou um homem e o colocou em contato com o mundo invisível. Esse homem era Moisés. Deus desceu para falar com ele, porque decidiu dar a um povo que Ele havia escolhido, todas as regras e mandamentos de como gostaria que o homem vivesse aqui na terra. Moisés teve que subir a um alto monte a fim de se encontrar com Deus. Alguém pode pensar:

- Uau! Deve ter sido maravilhoso este encontro de Moisés com Deus, deve ter tido perfume, pétalas de flores, incensos e coisas assim. 

Não! A Bíblia descreve na carta aos Hebreus, falando agora aos cristãos:  “Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo”, - assim ficou o monte que Moisés teve que subir, pois tremia - ”e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais”. Quando Deus vem ao encontro do homem é isso o que acontece com o homem pecador. “Porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte será apedrejado ou passado com um dardo. E tão terrível era a visão,  que Moisés disse: Estou todo assombrado e tremendo”. Moisés passou vários dias e noites nesse monte em extremo terror, o mesmo pode esperar o homem, num contato com Deus. 

No Novo Testamento nos foi revelado que Deus é amor, mas que também é fogo consumidor! Às vezes vemos pessoas blasfemando, falando mal, brincando com Deus, sem saber o que estão fazendo. É como uma criança brincando, querendo passar a mão nos dentes de um crocodilo. Ela vai perder o braço, vai ser comida inteira, porque não sabe o perigo que aquilo representa. Este é Deus. Ele é tremendo! Foi assim que Deus veio e se introduziu diante dos homens, com todo este pavor que é inerente a um Deus justo, que tem que julgar o pecador. Um Deus que é fogo consumidor! 

A carta aos Hebreus continua explicando, no capítulo 8, dos dons ou dádivas, sobre a adoração judaica. Porque quando Deus veio a Moisés, lhe deu toda uma ordem de coisas, de adoração terrena, para o ser humano seguir. E desde esse ocorrido com Moisés,  até hoje,  muitos tentam chegar a Deus através de coisas terrenas também. Vemos aquelas catedrais com  vitrais maravilhosos, com incensos e aromas deliciosos. O formato da catedral é feito de tal maneira a pegar a luz da maneira correta, tem todo um estudo para isso. Os sons são importantes também. Existem catedrais antiquíssimas onde encontraram-se esculpidas nas paredes, esculturas que hoje se sabe, poderiam ser capazes de causar sons aprazíveis,  criando  certas sensações. 

Como algumas religiões que apelam para plantas, alucinógenos, que nada mais são do que o homem tentando fazer um contato com Deus, com esses parcos cinco sentidos. Sem entender que não podemos chegar à presença de Deus sem sermos consumidos. Por mais que se enfeite e embeleze o cadáver, ponha-se flores, maquiagem, etc,  ele continua sendo um cadáver! Assim é o homem pecador,  perdido nos seus pecados.

Em Hebreus 8, lemos: “Os quais – dons e dádivas - “servem de exemplo e sombra das coisas celestiais”-  as coisas que Deus estava passando a Moisés, eram sombras, exemplos. “como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou”. 

Quando Moisés estava no monte, Deus mostrou a ele o modelo de um tabernáculo, que é uma habitação, uma tenda, que ele deveria construir no deserto, e mais tarde ele e seus descendentes iriam construir o templo em Jerusalém, com mais ou menos as mesmas características, e que seria o lugar de habitação de Deus na Terra. Esse tabernáculo de Deus  foi um modelo, uma maquete - coisa que fazíamos muito quando estudei Arquitetura.  Há um projeto, como num lançamento de um prédio, por exemplo. Aquele lugar de demonstração, omde as crianças gostam de ver o prédio pequeno, os carrinhos, as pessoinhas andando na calçada. Aquilo é uma maquete,  uma representação de uma coisa muito maior. A maquete em si não serve para nada, só mesmo para ter a ideia do que é a coisa grande. Deus basicamente deu uma maquete para Moisés olhar para que ele construísse. 
Porque Deus fez isso? Por uma razão simples.

O apóstolo Paulo, séculos depois, subiria ao terceiro céu e voltaria dizendo que viu coisas que ao homem não é permitido proferir. Não é possível nem falar o que ele viu ou ouviu ali. É mais ou menos quando você liga o seu computador. Sabe o que está acontecendo dentro daquela máquina? Tem milhões e milhões de “uns e zeros” trafegando por aqueles fios, por aqueles processadores,  que não fazem absolutamente nenhum sentido para um ser humano. Só uma pessoa que entende de programação pode entender o que significa 10001, 10001,10001. É isto que está acontecendo lá dentro. Existe um sistema que traduz isso em  forma de uma linguagem que podemos ler, escrever textos, ver fotos, etc. Todo aquele 10001, 10001, é linguagem binária. É feito uma interface para enxergarmos.

Assim Deus fez com Moisés, uma interface das coisas celestiais para que Moisés pudesse entender com a pequena capacidade mental do ser humano, ainda terreno, como seriam as coisas no céu. E assim Moisés fez. Mas depois de construir essa maquete das coisas celestiais, havia algo mais a ser feito com o tabernáculo, pois Deus não ia comprometer a Sua santidade,  colocando na terra algo que representasse o céu, e mas ainda, uma terra que foi amaldiçoada em meio a pessoas que caíram em pecado. Os utensílios que havia dentro desse Tabernáculo precisavam ser purificados. 

E como Deus faria para purificar isso? Com a única coisa que poderia ser usada para purificação: sangue de animais inocentes, morrendo no lugar do pecador, a fim de purificar o Tabernáculo, todos os utensílios e todas as pessoas que entrariam ali para fazer as oferendas e serviço de culto a Deus.
Hebreus 9: 21 diz: “E semelhantemente aspergiu com sangue o Tabernáculo e todos os vasos do ministério e quase todas as coisas segundo a lei, se purificam com sangue, e sem derramamento de sangue não há remissão”. Não há retirada de pecado sem derramamento de sangue, que é vital e tão necessário, que nele está a nossa vida. Uma pessoa sem sangue, morre. Temos isso até mesmo no nosso instinto, pois fomos criados com instinto para respeitar o sangue. Por que você acha que o semáforo é vermelho? Por causa do sangue, para olhar e parar. Imagine nossos antepassados andando no meio da mata, verde, aprazível, convidativa, se de repente vissem uma poça de sangue o que eles faziam? Paravam. Morte! Deus fala que a vida está no sangue. Hebreus 9:22 diz que “quase todas as coisas segundo a lei”, qual lei? Aquela que Deus estava dando a Moisés no monte, se purifica com sangue. “Sem derramamento de sangue não há remissão”. 

Existe um folheto muito interessante que  coloquei esses dias no meu site, “O que respondi.com. br”, que fala sobre isso. Uma pessoa me perguntou sobre evangelização de um judeu, e eu me lembrei desse folheto de muitos anos atrás. Chama-se “onde está o sangue?” ou algo assim. Conta a história de um judeu que ficava aflito, porque não via sangue, e ele sabia que no Antigo Testamento Deus havia mandado derramar sangue para purificar as coisas. Ele perguntava aos rabinos que diziam que não pode mais haver sangue, por que não há mais na cidade de Jerusalém, o templo, pois no lugar deste foi construída uma mesquita muçulmana. Logo não podem mais derramar o sangue do cordeiro, conforme exigido na lei. 

Ele pergunta então o que fazer, como expiar o pecado, fazer a remissão, se não há sangue? E ele nesta angústia, um dia, passando por uma rua, vê numa sala uma placa: palestras para judeus!  Ele entrou, escutou o preletor ou pregador falando que o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado! O judeu sentou e ficou ouvindo tudo sobre o sangue e entendeu:  Aí está o sangue do cordeiro! Então existe sangue! Os meus irmãos judeus não estão sabendo, mas o sangue está aí disponível para purificar todas as coisas, pois sem seu derramamento não há remissão. 

Havia algo a mais nesse Tabernáculo que Deus mandou fazer. Um grande véu. Havia um que ficava no primeiro aposento do Tabernáculo, e havia um outro véu, na parte posterior, que era reservada. Ali ninguém podia entrar, somente o sacerdote entrava uma vez por ano e com sangue, que era levado numa bacia. Ele precisava enfiar a mão naquele sangue e borrifar em cima de uma arca de ouro, que Deus também mandara fazer, com dois querubins em cima. Ali,  se entrasse alguém, seria morto, tanto é que Deus deu ordens muito específicas para dividir este dois espaços. Este véu era na verdade, uma cortina pesada que não permitia ver o que acontecia lá dentro, quando o sacerdote entrava. Em Levítico 16: 2, “Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório” – a tampa da arca - “que está sobre a arca, para que não morra; porque eu aparecerei na nuvem sobre o propiciatório.Com isto Arão entrará no santuário: com o novilho, para expiação do pecado, e um carneiro para o holocausto”. 

E voltando para Hebreus 9: 6, “Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro Tabernáculo, cumprindo os serviços; mas no segundo aposento, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo, dando isso a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro Tabernáculo, que é uma alegoria - ou uma figura,  uma maquete - para o tempo presente em que se oferecem dons e sacrifícios que quanto à consciência não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;  Consistindo somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção”.

Logo, todo aquele ritual, valia sim para a purificação cerimonial, chamemos assim, mas não tinha um valor eterno, e nem celestial. Era uma coisa terrena, tinha que ficar matando animais o tempo todo porque não era uma coisa permanente, não purificava a consciência do pecador, ainda que Deus tivesse ordenado aquelas coisas. Vamos colocar na mesma linguagem do exemplo que eu dei anteriormente. Lá em cima, as coisas estavam funcionando em linguagem binária e aqui, era apenas uma representação daquilo de uma maneira que os homens pudessem entender. Mas o que acontecia lá em cima ninguém podia ver. Seria preciso Deus revelar bem mais tarde essas coisas.

O homem vive tentando hoje acessar esse invisível por meio de coisas visíveis, e que apelam para os sentidos, mas a própria Bíblia fala que estes cerimoniais que Deus tinha dado, que eram tangíveis, visíveis como o candelabro, pães, mesas, altar, etc, ainda assim não eram suficientes, não resolviam o problema. Eram figuras, apenas fotografia! 

Continuando em Hebreus 9:23 em diante: “De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora – a Cristo- padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”.

Entendeu agora porque Cristo veio ao mundo? Não veio ao mundo para dar exemplo de bondade, paciência e misericórdia. Tudo isso ele tinha em si mesmo e eram atributos dele, Deus e homem. Aquele que existiu desde a eternidade. Aquele que Deus, o Pai, escolheu e já havia escolhido desde a eternidade. Veio ao mundo para que? Para morrer e para derramar sangue, para seu sacrifício único e derradeiro, para que não existissem outros sacrifícios. 

Veja como as coisas são bem feitas nos projetos de Deus! Quando Cristo veio, morreu na cruz e derramou seu sangue, os apóstolos, os primeiros cristãos começaram a pregar o Evangelho: Crê no Senhor Jesus e será salvo. Avisando que agora o cordeiro de Deus tinha vindo, tanto  que quando Jesus entrou no mundo João Batista apontou para Ele e falou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” Qualquer judeu que tivesse ido, vamos chamar, na escola sabatina dos judeus, da sinagoga, saberia o que João Batista estava falando. Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Cordeiro? Matamos milhares e milhares de cordeiros! Agora é esse então o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo? É. Esse é o cordeiro de Deus! E quando ele morreu e derramou o seu sangue na cruz,  Deus deu uma chance aos judeus, para ver se eles tomavam jeito, se convertiam e aceitavam. Como isso não aconteceu, Deus permitiu que o templo fosse destruído. Conforme  aquilo que Jesus havia dito nos Evangelhos, que não ficaria pedra sobre pedra que não fosse derrubada. Isso aconteceu literalmente, de tal maneira que os historiadores contam esse fato histórico ocorrido no ano 70 depois de Cristo, cerca 30 anos após a morte e ressurreição de Jesus. 

Os romanos invadiram Jerusalém depois de dias e dias de cerco a cidade, invadiram o templo, e os soldados em sua loucura, puseram fogo no templo que era todo construído de pedras com as paredes revestidas de madeira e a madeira revestida com folhas de ouro. O incêndio cresceu dentro do templo e claro, a madeira pegou fogo,  o ouro derreteu e se infiltrou pelas pedras das paredes, pelo piso, de maneira que depois, os romanos demoliram o templo e rasparam as pedras para poder recuperar o ouro que havia se infiltrado nas frestas. Ali, Deus deu o sinal dizendo: Ei, acabou! Não tem mais sacrifício. Porque o templo era o único lugar onde podia-se oferecer sacrifícios. Assim, Ele retirou o cenário dos sacrifícios, para ver se os judeus entendiam que o problema do sangue já fora resolvido, como aquele judeu do folheto, ouviu na pregação. O sangue de Jesus, Seu filho, nos purifica de todo o pecado. Deus já tinha derramado o sangue eterno, único com um valor que jamais cessaria.

Uma coisa a mais aconteceu com a morte de Jesus, que tem um significado tremendo, também ligado ao judaísmo. Lembra-se quando falei que havia um grande e espesso véu que separava aquela parte onde era a habitação de Deus? Ali Ele descia numa nuvem sobre o propiciatório onde ficava a Arca da Aliança, e só o sacerdote entrava uma vez por ano com sangue. Naquele lugar havia um véu separando e ninguém podia entrar. No momento da morte de Jesus, em Marcos  15:37, podemos ler:  “E Jesus, dando um grande brado, expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo”.
Eu fico imaginando o sacerdote que estivesse naquele momento ali dentro, preparando alguma coisa, e olhar para aquele enorme véu sendo rasgado de cima  a baixo, como se uma tesoura gigante começasse a cortá-lo. Imagino também que depois disso, os judeus correram lá para remendar a cortina. Penso que tenha sido assim, porque eles  continuariam com a sua adoração, que agora não tinha valor algum aos olhos de Deus. 

Mas o que Deus fez? E por que rasgou a cortina daquele jeito, de cima para baixo? Porque foi de Deus para o homem, Ele estava abrindo o caminho para que o homem agora, que crê em Jesus como Salvador, pudesse entrar na presença de Deus, não mais como Moisés, que entrou apavorado, tremendo e horrorizado. Mas para que pudesse entrar em paz. “Tendo, pois irmãos, ousadia para entrar”,  é assim que escreve o autor de Hebreus. Ousadia para entrar, baseado no sangue que Cristo derramou na sua carne naquela cruz. No véu rasgado, a sua carne foi rasgada na cruz para que saísse sangue e água a fim de purificar os nossos pecados. Ali  estava a solução do pecado do homem, e até hoje muitos não entendem isso. Os judeus estão tentando fazer os seus cultos, como se nada tivesse acontecido. E muitos cristãos ficam copiando, pirateando os costumes judaicos, construindo suas catedrais, seus vitrais, seus incensos. Colocando roupinhas de sacerdote para  poder parecer aquele do Antigo Testamento.

Qualquer um agora que crê em Cristo como salvador tem acesso à presença de Deus. 
Em Hebreus 11; 27 diz, “Pela fé deixou Moisés o Egito, não temendo a ira do rei, porque ficou firme como vendo o invisível”. E quem era Moisés? Um príncipe criado pela filha de Faraó. Ele tinha todas as regalias, todas as riquezas do Egito ao seu dispor, mas ele não considerou isso o real. Ele tinha o visível, o concreto, o tangível em termos de satisfação no mundo. Era um príncipe, tinha riquezas, e poder no mundo, mas preferiu ficar do lado do seu povo oprimido, e saiu do Egito vendo o invisível, ele estava vendo a promessa que Deus fizera a ele. E a última ação que o povo fez no Egito foi matar um cordeiro, que com seu sangue derramado protegeu a casa dos hebreus e seus filhos primogênitos de serem mortos pelo o Anjo Vingador que iria passar sobre as casas de todos no Egito. 

Aqueles que creem em Jesus tem o poder de enxergar o invisível, sem óculos de realidade virtual. Em Hebreus 2:8 lemos: “Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. - de Cristo! - Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não estivesse sujeito. Mas agora ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas”,  Realmente não vemos! Porém, vemos que os cristãos salvos por Cristo sabem que já foram libertados, já foram purificados, já foram salvos. Mas os nossos próprios corpos, mesmo salvos por Cristo, ainda estão em ruína, esta coisa que a qualquer momento vai morrer, por que vai envelhecendo. 

A obra de Cristo, quando ele morreu na cruz, é como a implosão de um prédio. Já viram uma implosão de prédios? Ele não explodem o prédio, fazendo com que voe pedaços para todos os lados. A implosão é uma coisa ordenada, são colocadas cargas explosivas em diferentes pontos do prédio, que é tudo muito bem estudado. O engenheiro tem um botão, e daí ele o aciona, e começando então, uns estrondos. E o prédio vai desmontando, caindo em cima de si mesmo, em ordem, não atingindo nenhum prédio ao lado. Ele desce certinho, porque é uma série de explosões, uma ação do engenheiro fez o prédio inteiro ruir em ordem. Quando Cristo morreu na cruz ele acionou esse botão de Deus, resolvendo todo problema da ruína que o pecado causou em todo o universo.

Mas nós não vemos isso ainda. Vemos somente o primeiro pipocar,que foi a morte de Cristo na cruz, que por sua vez, já trouxe outro pipocar, que é a salvação das pessoas que creem em Jesus e que hoje já conseguem enxergar o invisível. E vão acontecendo outras coisas, e aos poucos outras vão acontecendo, até que Deus faça uma limpa na terra e nos céus. E então todas as coisas ficarão sujeitas a Cristo, assim como deveriam estar. Porque hoje o mundo está sujeito a Satanás, que é um príncipe usurpador deste mundo. “Mas agora ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas. Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.” Hebreus 2: 8,9
Vemos. Ele fala que Jesus está coroado de honra e glória. Você vê? 

Se você tem a mesma fé de Abraão, a mesma fé de Moisés que creu no invisível, a mesma fé de todos aqueles que viram o invisível, a mesma fé de tantos cristãos ao longo dos últimos dois mil anos, muitos deles que deram a sua vida vendo o invisível, crendo nas promessas de Deus; sabendo que o que Deus falou vai se realizar em todos os seus detalhes. Todas aquelas cargas que ainda faltam, continuarão a ser detonadas, cada uma no seu devido momento até que toda a ordem que Deus  determinar, se estabeleça.

Você vê o invisível? Se ainda não, é porque os seus pecados ainda não foram perdoados. Você precisa crer em Jesus como Salvador, aceitar o convite que ele fez. Vinde a mim, Ele falou. Não a essa ou aquela religião, nada de religião! Falei da religião judaica, que Deus destruiu o seu templo a fim de falar: - Gente, sai daí! Aí não é mais o lugar!

Deus terminou aquela duração visível e tangível, material. E agora aquele que crê em Jesus tem a Ele como referencial e pode viver no invisível. Em primeira João, capítulo 3:1, ele diz:  “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai para que fôssemos chamados filhos de Deus”. Isso foi escrito para pessoas salvas por Cristo. E você pode falar: - mas eu também sou filho de Deus! - Ah é? Baseado em que? - Eu sou filho de Deus, Ele me criou, então sou seu filho. - Então você tem um relacionamento familiar com Deus? - Chamo Deus de pai, sim! Fui criado por Deus, sou uma pessoa boa, legal, somos todos irmãos. 

Você vê a propaganda na TV todo fim de ano? Onde se canta, somos todos irmãos, todos  filhos de Deus. - Mas, e aquele assassino, aquele serial killer, aquele cara que entra na escola e metralha todos os alunos, Ele é filho de Deus também? Foi criado por Deus, não foi? Você acha que ele tem um relacionamento de uma pessoa de sua família, de seu irmão? No evangelho de João diz; “mas a todos quantos o receberam”.  - Receberam a Jesus como Salvador! - Deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus os que creem no seu nome”. 

Logo, filho de Deus é só aquele que creu em Jesus como Salvador. Você não nasce filho de Deus, mas nasce filho de seu pai e de sua mãe, e você não é o filho de Deus até o momento em que crê em Jesus como seu Salvador. “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”. Serem feitos! Não eram. “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai que fôssemos chamados filhos de Deus, por isso o mundo não nos conhece, porque não conhece a Ele”.

E existe ainda a questão de que, se você já crê em Jesus, você será sempre visto como o tonto, o bobo, o ignorante. Hoje, li um comentário de uma pessoa na internet, acho que uma psiquiatra ou psicóloga, e ela estava explicando que a crença em Jesus, em Deus, é uma espécie de esquizofrenia, porque esquizofrênico é quem vê e conversa com pessoas que não existem. Ela estava dizendo que se você faz orações para Deus ou Jesus, você tem um grau de esquizofrenia por estar falando com um ser imaginário, um ser que não existe, a não ser dentro da sua cabeça. Realmente isso é o que o ser humano incrédulo pensa, porque não conhece. Quando Jesus curou aquele cego, disseram-lhe que Jesus era pecador, ao que ele respondeu: “se é pecador eu não sei, mas de uma coisa eu sei, eu era cego e agora vejo”. E  é isso o que cada pessoa que conhece a Cristo como Salvador, diz de si mesma. Eu não sei e não entendo quase nada da Bíblia, mas uma coisa eu entendo, eu era cego e agora eu vejo. Eu fui salvo! Jesus pagou os meus pecados na cruz. Eu o tenho como meu Senhor agora. Porque a palavra de Deus fala: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.

 “Amados agora, somos filhos de Deus. João continua dizendo. “E ainda não é manifesto o que havemos de ser, mas sabemos que quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como Ele é, o veremos”. Então ainda não é manifesto.

O que é que ainda não se manifestou? Imaginemos um exilado, morando na Europa. Um governo anterior o derrubou e ele era uma pessoa de destaque, foi o talvez o presidente, ou rei daquele país até que fosse exilado, perdeu o trono; enquanto dura aquele governo que tomou o seu reino, ele está exilado, o trono não é mais dele. No dia em que seus súditos derrubarem o governo, e a monarquia for restabelecida, por exemplo, será enviado um aviso ao rei no exílio, dizendo: Agora você é rei novamente, pode voltar que  você já está entronizado rei. 

- Ora, mas ele está lá no longe do seu país! - Não importa! Circunstancialmente ele pode estar longe, mas posicionalmente ele está no seu trono ali mesmo. Só falta pegar um avião e voltar ao país.

Os salvos por Cristo, circunstancialmente, na sua condição atual, ainda não está resolvida. Faltam algumas explosões no processo. Deus vai colocar ordem em todas as coisas. Mas quando Cristo se manifestar seremos semelhantes a ele, porque assim como ele é o veremos. E aí estaremos, não só semelhantes a Ele, mas também aptos, adaptados ou transformados de uma maneira para poder viver na eternidade, quando não há tempo, matéria e espaço como nós conhecemos. 

E agora eu pergunto: Aqueles óculos de realidade virtual dá pra ver tudo isso? Aquela religião que você com tanto afinco tem seguido, fez de você um filho de Deus? Deu a você a certeza de seus pecados perdoados e de sua salvação eterna? Ou você ainda está intranquilo? Você ainda acha que vai se encontrar com Deus e vai ser como uma montanha fumegante de raios e trovões, sonidos e trombetas que lhe farão ficar tão apavorado quanto Moisés ficou naquela montanha? Não! O salvo por Cristo tem intrepidez, e ousadia para entrar na presença de Deus, porque ele sabe que já foi purificado pelo sangue derramado e que foi aceito porque creu. Aquelas coisas da terra eram purificadas com sangue de animais, mas toda a realidade celestial, não estava resolvido o problema do pecado,  pois o sangue verdadeiro que faria isso, não tinha sido derramado.  Quando Cristo morreu isso aconteceu, agora ele entrou nos céus como aquele sacerdote entrava no santo dos santos com o sangue de animais. 

Cristo entrou no céu depois de ter derramado o seu sangue aqui na terra, que satisfez todas as exigências de Deus quanto ao pecado, e agora aqueles que creem vão poder entrar também no céu, na presença Dele.

Podemos agradecer a Deus pela sua palavra? 
Nosso Deus e nosso pai, nós agradecemos a ti, Pai pela tua palavra. Agradecemos por essa obra tão bendita, tão maravilhosa que tu fizeste, entregando o teu próprio filho para morrer. Agradecemos por esse sangue purificador que nos livra de todo pecado, esse sangue derramado uma vez, como sacrifício único que vale eternamente. Damos graças Pai por sabermos que a qualquer momento teremos esse reencontro com o nosso Salvador. Em outra esfera de luz, em uma esfera de perfeição, já livre de todas as amarras e de todos os problemas que cercam essa criação tão arruinada. Agradecemos e pedimos por aqueles que ouviram essa mensagem e ainda não tem a certeza da sua salvação eterna, que possam crer ainda hoje  em Cristo, como seu Salvador. E é em nome dele, Pai, que nós damos graças. 
Amém.