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O Fugitivo - Mario Persona

 https://youtu.be/M5Zz7n_aIFM

O Fugitivo — Mario Persona

Boa tarde. É um prazer estar aqui para falar do assunto que mais me dá prazer, falar de Cristo Jesus, falar de salvação, de graça, de perdão de pecados, falar do céu e da certeza daqueles que conhecem a salvação, de saírem deste cenário para entrar no cenário celestial e estarem ali, para sempre com Cristo. Esta semana eu vi um vídeo que circulou nas redes sociais, onde duas senhoras da terceira idade, estavam passeando de caiaque no mar na Califórnia e com elas havia várias outras pessoas em caiaques também (um tipo de canoinha para duas pessoas) e elas observavam baleias que estavam por ali, saindo e entrando nas águas tranquilas e sem ondas e que mais pareciam um espelho. 

De repente, uma baleia surgiu com a boca aberta e pegou o caiaque onde estavam essas duas senhoras e desceu de novo para a água. Aquela foi uma cena que todos podiam prever uma tragédia. Não que a baleia engula pessoas — a sua garganta não é suficientemente grande; a alimentação dela é de peixinhos muito pequenos, camarões, krill que é um tipo de crustáceo bem minúsculo. Baleias não estão interessadas em gente, diferente da baleia orca que é perigosa porque mastiga, mas não era esse o caso do vídeo. Essa baleia talvez estivesse interessada em um cardume embaixo do caiaque, por isso abriu a bocarra, pegou o cardume, e o caiaque foi junto. Para a baleia não fez muito sentido ter na boca um caiaque, por isso ela o cuspiu com as duas senhoras, que não   tiveram um arranhão sequer. Mas foi um risco muito grande porque apesar da baleia não estar interessada em comer seres humanos, se ela simplesmente tivesse fechado a sua boca com aquela forte e enorme mandíbula que tem, teria esmagado o caiaque e as mulheres. Felizmente elas escaparam para contar a história daquela aventura que apareceu na TV, no Fantástico e em vários jornais no mundo inteiro. 

E eu estava pensando em outra história que estamos acostumados a chamar erroneamente de Jonas e a baleia. No original não é uma baleia que engole Jonas, apesar de algumas versões virem assim, mas um grande peixe. Não sabemos que tipo era, mas como Deus proveu o peixe nessa história de Jonas, não interessa muito saber qual era. Se há uma intervenção divina — alguém pode falar dos hebreus atravessando o mar vermelho: o que é? É um vento, é um terremoto? Não interessa; foi Deus! Quando Ele põe a mão na cena, faz do jeito que quiser, não tem como explicar depois. Quando o Senhor Jesus falou para os ventos e as ondas pararem, eles pararam. O que aconteceu? Um vento, um terremoto? Não, foi uma intervenção divina! 

A história de Jonas é muito interessante e eu me identifico muito com ela, e tenho certeza que com você será o mesmo. Resumindo tudo, Jonas é enviado pelo Senhor para certo trabalho: ir até a grande cidade de Nínive, capital do império naquela época, para pregar arrependimento ao povo para que se arrependessem de seus pecados, que eram muitos. E neste livro de poucos capítulos, nós aprendemos muitas coisas. Vamos ler: 

“E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai” — quando você lê na Bíblia, filho de, é porque nos tempos bíblicos não havia sobrenomes, isto é uma criação muito recente. Antigamente todos eram identificados por "filho de", ou às vezes, pelo nome da cidade de onde vinham. “E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a minha presença”. 

Ele fala, a grande cidade de Nínive, e era realmente grande. Certa vez, eu li um relato explicando como eram as ruínas de Nínive, as muralhas eram tão largas que carruagens passavam por elas como se fosse uma autoestrada; era imensa a circunferência daquelas muralhas. Não tenho os números na memória agora, mas você pode pesquisar. 

“Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor”. 

Veja, levantou-se não para ir a Nínive, Jonas quer na verdade, fugir da presença do Senhor, como leremos a seguir: “E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor”. 

O interessante da Bíblia é que nós temos um Deus que tem bom humor; Ele costuma colocar pistas em diferentes lugares de sua palavra, para nos deleitarmos com a perfeição dela. Aqui tem uma destas pistas, como aquelas migalhas de pão que vão sendo jogadas na estorinha de João e Maria para que eles encontrassem o caminho de volta. Nós temos um relato parecido no livro de Atos capítulo 9. Lá encontramos Pedro, que acabara de ressuscitar Tabita, que havia falecido. Vamos ler Atos 9:38: 

“E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois homens, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles. E, levantando-se Pedro, foi com eles”, e encontrou todo mundo chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas tinha feito quando ainda estava com elas, porque ela tinha morrido. Então ele chama: “Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor. E ficou muitos dias em Jope, com certo Simão curtidor”. 

Isso aqui é numa época em que os gentios ainda não tinham sido recebidos na igreja, que é o corpo de Cristo, apenas judeus até ali, faziam parte da igreja; e esse capítulo 9 explica onde Pedro está, em Jope, na casa de certo Simão, que era curtidor. Ele precede o capítulo 10, que vai contar a história de um homem, oficial romano, centurião de nome Cornélio, que era homem temente a Deus com toda sua casa, fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo, orava a Deus. Esse homem Cornélio, é o primeiro gentio que será recebido no corpo de Cristo. 

Interessante vermos que Pedro está em uma situação bastante semelhante a de Jonas, em seu livro. Jonas é mandado para pregar o arrependimento a uma grande cidade habitada por gentios; claro, Jonas era um orgulhoso hebreu, povo escolhido por Deus para receber seus oráculos. E aqui, Pedro é igualmente um hebreu, judeu orgulhoso, porque Deus teria dado aos judeus seus oráculos. Mas ele terá que passar por um processo de aprendizado. O Senhor trata com Cornélio para que ele vá se encontrar com Pedro; ao mesmo tempo em que trata também com Pedro, fazendo com que ele esteja no terraço da casa, na parte de cima, orando, quando aparece um lençol cheio de animais impuros — na lei havia animais que não se podia comer por serem impuros.

Por que Deus, na lei, proibia certos animais, tendo-os como impuros, e outros, permitia, tendo-os como puros? Quando você lê o Antigo Testamento, deve entender que as coisas que foram antes escritas, foram por sinais, por sombras das coisas que havia de vir; era como se Deus estivesse contando uma grande parábola no Antigo Testamento, com personagens, objetos, significando algo muito mais importante e que se realizaria no Novo Testamento, com a vinda de Cristo. Então, sabemos agora porque Deus havia feito isso com esses animais puros e impuros. Pedro ouve a voz de Deus falando: mata e come! Pedro fala: Senhor, nunca comi nada impuro. E três vezes desce esse lençol e é dada a ordem para Pedro matar e comer aqueles animais. E Pedro, de jeito nenhum! Depois ele vai entender que aquela aparição era na realidade uma revelação de Deus mostrando que os animais impuros no Antigo Testamento eram os gentios, e os animais puros eram os judeus, os hebreus; e que haveria um momento em que Deus não consideraria mais impuros os gentios. "Não considere impuro aquele que Deus santificou", o Senhor fala e Pedro vai ter que aprender essa lição. Ele precisava se livrar daquele conceito que ele trazia de sua educação judaica, para aprender agora, que Deus estava falando de gente e não de animais. 

Ele estava falando de pessoas, porque ele terá um encontro agora com um homem gentio, e vai ter que jogar fora todo seu orgulho hebreu, judeu, e parar de considerar os gentios como animais impuros, como seres de classe inferior. 

Então, eu contei essa história que não é o nosso tema de Jonas, para mostrar como Deus tem senso de humor, de ligar coisas e colocar duas pessoas no mesmo lugar, na mesma cidade; duas pessoas que tinham uma missão semelhante: Jonas, de pregar arrependimento para os gentios em Nínive e Pedro, para pregar o Evangelho da Graça de Deus, para um homem gentio, um centurião romano. E ambos estão em Jope. Pedro, de uma forma até simbólica, tentou fugir da missão, quando ele falou ao Senhor: desses animais impuros eu não como! Ele não queria, mas o Senhor teve que tratar com Pedro, e ele obedece e acaba indo pregar o evangelho para os gentios que estão com o Cornélio; e eles se convertem. E ali começa: os gentios são acrescentados ao corpo de Cristo, é ali que Pedro usa uma das chaves que o Senhor o deu nos evangelhos; não eram chaves para abrir o céu, mas chaves para abrir a entrada da igreja ao corpo de Cristo; para judeus primeiramente, em Atos 2, quando eles se converteram, e agora para gentios. E depois ele aparece pregando também aos samaritanos, que eram outra classe de pessoas, que eram gentios que haviam sido ensinadas no judaísmo, mas que eram desprezados pelos judeus porque não tinham sangue hebreu.

Mas, voltando então ao nosso capítulo de Jonas, vimos que ele está na mesma cidade que Pedro (que tinha as mesmas resistências de Jonas), e que quer fugir da presença do Senhor indo para Társis. Ele vai a Jope, encontra um navio, paga a passagem, desce para dentro do navio; mais ou menos assim quando você está com medo e deita na cama, puxando o cobertor para cima da cabeça; esse é o detalhe de descer para dentro do navio. É importante entender que navios, naquele tempo, eram aquelas barcas que vemos nos filmes: tinha uma vela em cima, e vários remos, e os caras ficavam remando no porão, pois o navio não tinha motor; as velas ajudavam, mas não eram perfeitas como seriam mais tarde, provavelmente era uma vela retangular e era um grande barco, hoje nem chamaríamos de navio, e dificilmente seria um lugar bom para você se acomodar no porão. Devia ser muito fedido de peixe e mercadorias, e de remadores suando. Mas ele desce para dentro fugindo do Senhor, está se escondendo de Deus, ele está puxando o cobertor para cima da cabeça. Esse é o estado do ser humano, a condição com a qual viemos ao mundo; as pessoas estão pagando para fugir de Deus. Aqui, não fala nada que tivesse que pagar para ir a Nínive, mas nós vimos que ele teve que pagar para fugir da missão que o Senhor deu a ele, de ir a Nínive, pregar arrependimento para aquele povo. 

Todos nós viemos ao mundo na condição de fugitivos de Deus. O que é fugir? O que é uma pessoa que foge de Deus? Ora, é um pecador. Quando você fazia alguma coisa errada, não fugia da sua mãe, do seu pai, do seu tio, da sua avó ou do professor? Você fugia, porque fez coisa errada. Quando Adão e Eva pecaram lá no jardim, o que eles fizeram? Eles tentaram encobrir o pecado com folha de figueira; e era uma bobagem porque não cobria coisa nenhuma. Tentaram fazer uma vestimenta, entenderam que estavam agora nus na presença do Senhor, porque eles não tinham nada para apresentar a Deus. Até ali, eles não tinham percebido, o pecado é que trouxe isso à tona. Eles foram feitos para viver sempre na dependência de Deus, que daria tudo a eles. Eles podiam desfrutar do jardim do Éden, viver maravilhosamente bem ali, de camarote, e nem se preocupar para ver se estavam vestidos ou nus, porque para eles não fazia qualquer diferença isso. Porém, no momento em que pecaram, eles se percebem despidos, ou seja, eles não tinham em si próprios, capacidade alguma, tudo que tinham até ali, vinha de Deus. E no momento que eles rompem essa comunhão com Deus, rompem também com a fonte de todo o bem. E não só isso, eles querem fugir de Deus e se escondem entre as árvores do jardim do Éden; como se Deus não soubesse onde eles estavam. Quando o Senhor, no Jardim do Éden em Gênesis 3, fala: Adão, onde estás? Ele não está perguntando no sentido geográfico da coisa. 

— Ah, estou aqui ao lado da árvore ou da pedra. 

Não! O que Ele está fazendo é uma pergunta retórica: uma pergunta que a pessoa faz, não esperando uma resposta, mas para revelar algo: onde está, Adão? Ou seja: veja onde você caiu, menino! Olha onde você foi parar, Adão!

E Adão diz: “Tive medo e me escondi entre as árvores”; porque a atitude natural do ser humano, que é  pecador e tem culpa no cartório, é ter medo de Deus; ele não quer se aproximar de Deus então foge, pica a  mula, como a falamos aqui no interior. Mas não é possível desaparecer da presença de Deus. Um ateu acha que consegue se esconder de Deus, com todas as suas elucubrações mentais, mas não consegue de jeito nenhum, só consegue com isso, demonstrar sua tolice, sua loucura, a sua estultícia, tentando não aceitar que Deus está no perfeito controle de todas as coisas, inclusive dele. 

E eu pergunto: você está se escondendo de Deus? Será que você tem medo de Deus e medo de se encontrar com Ele? Pense bem! Você acha que existe alguma coisa em você que faz separação de Deus? Alguma coisa que você tem que se esconder, porque senão vai ficar revelado, nu, diante dEle? 

Aqui, nós temos um homem revelando o que é o pecado: fugir de Deus. Todas as vezes que você quer fazer a sua própria vontade, você estará pecando. E porque viemos ao mundo formatados para fazermos nossa própria vontade, nós somos pecadores por natureza e pecamos sempre que queremos fazer nossa vontade, que é oposta à vontade de Deus. Jonas está nesta condição e posição também de pecador, pois ele está em fuga: Deus está lá, eu vou para o outro lado, Deus me mandou ir para Nínive, eu vou para Tarsis — que realmente, geograficamente são em direções opostas. No versículo 4, vamos ver como Deus age. 

O homem vive em constante fuga de Deus. Havia um seriado na TV chamado "O Fugitivo", no tempo em que eu era garoto, meu pai e eu assistíamos. Ele vivia fugindo, nunca podia ser encontrado. Era uma vida miserável, não podia parar de fugir. E naquele tempo nós não perguntávamos de onde vinha o seu dinheiro para pagar as contas. E aqui, Jonas vai entrar nessa vida de fugitivo. Imagina um cara fugindo da lei; Jonas acaba de ingressar na lista dos "procurados", só que por Deus, não para ser preso. Os homens estão todos na sua condição natural, fugindo de Deus; e talvez você, com quem eu esteja falando agora, seja um fugitivo também. Talvez, onde você passe, veja pregado nos postes, "Procura-se”. É, Deus está procurando você! Para prendê-lo? Não, para libertá-lo! 

— Ah, mas aí eu vou ter que viver de acordo com a vontade de Deus? Isso não é liberdade. 

Você acha que o trem viajando nos trilhos é livre ou preso? Tire o trem dos trilhos, o que acontece? A liberdade do trem está nos trilhos; a liberdade do peixe está na água. Uma criança vê um aquário e diz: 

— Coitadinho do peixinho, está preso neste aquário pequenininho!

E despeja a água no chão da sala; aí vem a mãe e encontra o peixe morto, porque a liberdade e vida do peixe era aquele meio onde foi colocado, ali, ele podia viver feliz, tranquilo, comendo a comida que colocavam todos os dias para ele. Mas o homem acha que liberdade é quando está fugindo de Deus. Ele está fugindo preocupadíssimo o tempo todo; escuta uma sirene e pensa que é com ele. Como um bandido: quando está com a foto na porta da delegacia, nos muros da cidade, se ele escuta uma sirene, esconde-se atrás da lata de lixo. Ele constantemente pensa que é com ele; pode ser que seja apenas a sirene da ambulância, mas ele se esconde, tem medo. O ser humano vive aterrorizado! O que Deus vai fazer com ele quando pegá-lo? 

Mas agora aqui, nós vimos o Senhor indo atrás de Jonas. Se o homem foge o Senhor vai atrás, se Adão e Eva pecaram e se esconderam no Jardim, o Senhor foi atrás deles. E é assim sempre, em toda a história da humanidade; o homem fugindo e Deus correndo atrás do homem, o homem buscando distância de Deus, e Deus diminuindo a distância para chegar onde os homens estão. E Deus fez isso de uma maneira fantástica, maravilhosa, uma maneira sobrenatural, quando Ele enviou o seu filho ao mundo; Jesus, que é Deus e homem, porque Deus é uma Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Você quer entender a Trindade? Espere chegar à eternidade, porque ninguém entende, nós a aceitamos pela fé, ela está na Bíblia: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo; um Deus e três pessoas. 

Deus enviou seu filho ao mundo para salvar. Que tão grande medo é esse que você tem de ser pego e encontrado por Deus? Em João 3:16, encontramos o Senhor Jesus falando: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo”. Tanto é que quando ele veio ao mundo, não fez nenhuma intervenção: não quis derrubar o governo corrupto, não quis declarar guerra contra o invasor romano que dominava a Judéia; ele fez o bem, pessoalmente, para cada pessoa que encontrava; mas não interferiu na política, no estado e na ordem de como o mundo caminhava. Ele não veio fazer isso, porque se ele interferisse acabaria tudo. Fazia assim e puf!, sumia tudo, morreu todo mundo. Os homens pedem justiça? Está bem! Se Cristo tivesse vindo como filho do homem para julgar as nações e o mundo, seriam todos mortos e condenados. Mas “Deus Enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”.

Ele veio buscar pecadores que estão se escondendo dele, veio ao seu encontro para resgatá-los do pecado da morte e da condenação eterna: Quem crê nele não é condenado.

Pense assim: você é um bandido e vive nessa angústia de ser encontrado pela polícia a qualquer momento, aí você recebe a notícia que a polícia está atrás de você não para condená-lo, mas para salvá-lo, livrá-lo; para dar um atestado de que está livre e que você já está com a ficha limpa. “Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado”; você não é a pessoa que irá tomar o caminho da perdição ou da salvação, ninguém está nessa bifurcação. Todos os seres humanos já nascem no caminho da perdição, já nascem destinados ao fogo eterno, porque ali, é o fim da condenação, o juízo final. A única opção que você pode ter, ou melhor, a única alternativa, porque opções você pode ter muitas, mas alternativa você só tem uma. Eu estou no caminho, qual é a alternativa? Aquele outro caminho. Então a sua única alternativa é a salvação, e o único meio de salvação é pela fé em Cristo Jesus. Nenhum outro meio; “pela graça sois salvo, mediante a fé”; escreve Paulo em Efésios 2, “isso não vem de vós, é dom de Deus”, ou dádiva, presente de Deus. “Não vem das obras para que ninguém se glorie”, a glória própria:

 — Eu fui salvo porque fui bom! 

Não tem isso na Bíblia, você foi salvo por graça, se creu em Jesus como seu Salvador; isso sim, está na Bíblia: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta” – Agora vem o fujão! “Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más”.

O bandido que está fugindo da polícia, se esconde nos becos escuros, nas trevas, ele se esconde debaixo da cama porque odeia a luz que irá revelar onde ele está; e por isso os homens têm aversão a Cristo; você fala de Jesus em sua rede social, e já perdeu amigos. O seu contador já diminui: – Poxa, virou crente e fica falando de Jesus o tempo todo, Deus me livre! A pessoa acaba fugindo; você quer perder amigos? Creia em Jesus como seu Salvador! 

“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas”.

Percebe? Você já está na luz ou ainda está nas trevas? Você está se deixando encontrar por Cristo, já foi encontrado ou ainda está fugindo em rota de fuga como Jonas, em nosso capitulo 1?  

“Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente”. Jonas 1:5

Todo pecador está dormindo no ponto; aqui poderíamos retraduzir essa passagem e falar assim: desceu ao porão do navio, e tendo se deitado, Jonas dormia no ponto. Por que dormir no ponto? Isso seria como se o ônibus viesse e a pessoa dormisse, perdendo o único ônibus da noite; e sua casa é longe demais, se for andando até lá, chegará de manhã. Jonas dormiu no ponto. Você também está? A salvação passando em sua frente, na sua cara e você dormindo no ponto. O que impede que você tome o bonde da salvação, digamos assim, o que impede? 

Eu sei o que te impede: é o orgulho, que é a última coisa que morre no ser humano. De um lado nós temos o pecado fazendo com que o homem fuja de Deus; do outro lado temos a graça nos buscando, e o homem rejeitando a graça, descendo ao porão do navio para dormir no ponto; rejeitando a graça que está passando. Como Deus está mandando graça a Jonas? Através de uma manifestação poderosíssima! Porque Jonas não era do tipo que se fazia convencer por pouca coisa; o seu orgulho era muito grande. Quando os homens vão perguntar quem ele é, Jonas fala: eu sou hebreu que teme ao Senhor, o Deus do céu que fez o mar e a terra seca. Mas, por que ele não vai falar aos gentios lá de Nínive? Por que ele não vai lá avisar que Deus pretende destruir a cidade se eles não se converterem? Porque Jonas torcia para eles serem destruídos, por causa do orgulho. 

— Eu sou hebreu, sirvo o Deus verdadeiro; aqueles lá são gentios; que queimem no inferno. Eles não têm nada para apresentar a Deus; eu tenho todas as minhas obras, meus esforços, minha religião, meu sacrifício e todas as coisas que eu faço baseado na religião judaica. Aquele gentio é lixo. 

Aliás, muitos judeus até hoje, são assim: chamam os gentios de "Gói"; um termo pejorativo de inferioridade. Hoje em dia, todos falam muito em igualdade, mas na realidade o ser humano pecador não quer igualdade. Ele não quer ser considerado igual ao outro que tem outra cor de pele, ou fala outra língua, ou torce por um time diferente, ou é de um outro partido; ele não quer igualdade, ele quer ser único. É o orgulho do ser:

— Eu sou assim, sou de um povo escolhido; eu sou isso eu sou aquilo.

Jonas está tropeçando em seu orgulho próprio; e orgulho próprio vem da sua justiça própria, porque cada um se acha justo aos seus próprios olhos e não quer admitir que não seja justo coisa nenhuma, aos olhos de Deus é um pecador perdido, fugitivo e com uma foto pregada no poste. Quem é que admite isso? O orgulho não deixa. 

No versículo 6 de Jonas, vimos: “E o mestre do navio chegou-se a ele, e disse-lhe: Que tens, dorminhoco?” 

Olha só, que vergonhosa a situação dele; todo mundo preocupado com a tempestade, com o navio e Jonas nem um pouco preocupado, porque ele preferia morrer a ter que mudar de posição. Tão forte é o seu orgulho, o seu pecado, a sua rejeição a vontade de Deus que quer enviá-lo em uma missão para pregar, que ele prefere a morte. E quantas pessoas há no mundo hoje, que preferem morrer a encarar a sua situação e condição de pecador; e se deixar encontrar por aquele que é o único que pode reverter essa condição e posição? 

“Que tens dorminhoco? Levanta-te, clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos. E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas”.

Quem é que estava causando essa zona de azar no sorteio que eles fizeram? Era Jonas. 

“Então lhe disseram: Declara-nos tu agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu?” Jonas 1:8.

Agora, Jonas vai ter que se revelar, e nessa revelação ele mostra onde estava o seu orgulho. “E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu”. 

Jonas, você é um grande mentiroso! Se você realmente temesse ao Senhor, estaria indo à missão que Ele lhe colocou, estaria obedecendo. Mas porque você não teme ao Senhor, veio arrumar essa confusão que coloca em risco a vida, não sua, porque esta você já não dá bolas mais, prefere dormir e deixar o navio afundar com você; mas está fazendo o quê? Colocando em risco todas as vidas dos marinheiros deste navio. E os outros navios em redor estão na mesma tempestade nessa hora. Isso é o egoísmo do pecador que pensa em si mesmo e nunca nas consequências do seu pecado. Ele ainda fala que é hebreu e que teme ao Senhor! Não teme nada! O Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. Jonas 1:9.

Deveria temer mesmo, porque quem fez o mar e a terra seca é maior que tudo; e assim é o Senhor realmente; maior que tudo. 

“Então estes homens se encheram de grande temor, e disseram-lhe: Por que fizeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia da presença do Senhor, porque ele lho tinha declarado”. 

Ele contou que estava fugindo da ordem de Deus e da presença do Senhor. — Por que você fez isso? Olha o que está fazendo com a gente aqui, olhe a situação que você nos colocou! Muitos seres humanos entram em enrascadas homéricas de desobediência a Deus, e não percebem o dano que causam aos que estão ao seu redor. Não percebem, o importante é eles fazerem a própria vontade; o cara decide tomar um rumo na vida e o resto que se dane: que se dane família, os filhos e todos os outros. E se for um crente — porque ele também foge da presença do Senhor, note, Jonas era crente e temia ao Senhor; mas a realidade é que ele está andando como um incrédulo da pior categoria e laia. E quando é um crente então, que age de uma maneira que traz danos, problemas, que traz dificuldades para muitos irmãos, além de sua família; ele está esperando ganhar um prêmio lá na frente? Não vai ganhar o prêmio, vai receber a mão de Deus em sua frente, vai receber a tempestade brecando a sua loucura; é isso o que Deus faz, e isso é graça. Deus põe a mão na frente por graça e impede que a gente continue em nossa loucura, por graça; ele quer nos resgatar do nosso próprio pecado e loucura. Se o movimento do ser humano é fugir de Deus; o movimento de Deus é ir atrás do ser humano, é sempre assim desde o começo. 

“E disseram-lhe: Que te faremos nós, para que o mar se nos acalme?” 

Eles estão preocupados, vão morrer. Porque o mar ia se tornando cada vez mais tempestuoso. “E ele lhes disse: Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade”. 

Amigo, você fez alguma coisa e por sua causa uma tempestade alcançou a sua esposa, seus filhos, parentes, e seus irmãos? É melhor você agora, voltar lá atrás onde começou essa sua loucura e se arrepender; e receber de Deus a salvação, graça de restauração; é isso que Ele quer de você, e não continuar nessa loucura. 

Mas Jonas continua, porque ele sabe que é o culpado e não se importa de morrer. Mas aqui, nós vemos que incrédulos gentios que levaram Jonas em seu barco, eram mais temerosos do que o próprio Jonas. Ele diz: “Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; Entretanto, os homens remavam, para fazer voltar o navio à terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles”. Jonas 1:13.

Eles não queriam matar ou sacrificar Jonas; eles queriam voltar remando para a terra.

“Então clamaram ao Senhor, e disseram: Ah, Senhor! Nós te rogamos que não pereçamos por causa da alma deste homem, e que não ponhas sobre nós o sangue inocente; porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve”. 

Eles rogam que não querem ser culpados pela morte de Jonas. Por causa do caminho do pecado que Jonas escolheu. Agora eles vão ter que lançá-lo ao mar; mas fazem isso com grande temor e preocupação; muito diferente do que fizeram os judeus do tempo de Jesus; não tiveram nenhum impedimento de pregar na cruz aquele que só veio para curar e salvar. Veio para curar o leproso, o cego, o aleijado; alimentar multidões. E o que fizeram com ele? Lançaram-no à morte. E agora vão lançar Jonas também: 

“E levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar, e cessou o mar da sua fúria. Temeram, pois, estes homens ao Senhor com grande temor; e ofereceram sacrifício ao Senhor, e fizeram votos”. Jonas 1:16.

Não termina aqui, claro, a história, porque o livro de Jonas ainda não acabou até aqui. Mas não é até lá que nós vamos chegar hoje; vemos que o fim da história aqui neste capítulo termina no fim da história que eu falei no começo, das duas mulheres sendo engolidas pela baleia.

“Preparou, pois, o Senhor um grande peixe”.

Se você é daqueles que está procurando nos livros de zoologia ou piscicultura para ver que peixe é esse; se está indo medir esqueleto de baleia para ver se a garganta passa, leia de novo: “Preparou, pois, o Senhor um grande peixe”. Ainda que não existisse esse peixe, o Senhor ia preparar um, só para engolir Jonas. Sim! Talvez você queira, assim como eu, na minha incredulidade antes de me converter, pensar que esse grande peixe era uma nave espacial; é, eu acreditava nessas bobagens ligadas a ufologias e  esoterismo. Eu achava que ele ficou três dias e três noites acomodado dentro de uma espaçonave e que um grande submarino alienígena o teria resgatado do mar. Mas isso tudo é tolice, e se perde com isso o real sentido da mensagem que Deus quer passar. 

Jonas é lançado na boca do grande peixe e engolido por ele, passando três dias e três noites nas entranhas do grande peixe; e isso era Deus já escrevendo o Novo Testamento. Ele escrevia o Novo Testamento enquanto lidava com Jonas, porque esse Jonas aqui, é a figura do pecador perdido, que a graça de Deus vai atrás e usa de todos os meios, inclusive meios drásticos como uma grande tempestade no mar que coloca em risco a vida de Jonas e de outros que estavam ao seu redor. Nós temos um Jonas no Novo Testamento, esse sim, o verdadeiro Jonas; o Senhor Jesus. Ele não tinha pecado de si mesmo, ele nunca pecou e nem podia pecar. Porque é Deus! Se Jesus pecasse, quem iria morrer para salvar o Filho de Deus? Conta para mim: se o próprio Deus tivesse pecado, quem iria morrer para salvar a Deus? Mas aqui não, isso é Deus preparando já em Jonas, uma história nova no Novo Testamento. 

O Senhor Jesus veio ao mundo sem pecado, aqui ele foi feito pecado na cruz. Jonas não morre, porque no fim o grande peixe irá cuspi-lo na praia, irá entregá-lo a domicílio, trazê-lo de volta à terra seca. Mas o Senhor Jesus morreu mesmo e ficou três dias e três noites no ventre de um grande peixe, mas não esse peixe de Jonas, mas no ventre da terra. Quando os judeus pediram ao Senhor Jesus um sinal, qual sinal ele lhes deu? Nós temos no capítulo 12 do Evangelho de Mateus: 

“Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre quisera ver da tua parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas; Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra”. Mateus 12:38-40.

O orgulho de Jonas era do tamanho do orgulho desses fariseus que agora questionam Jesus, e não permitia que fizesse a pregação aos ninivitas, aqueles a quem Jonas tinha que pregar arrependimento. E os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque eles se arrependeram com a pregação de Jonas. 

“E eis que está aqui quem é maior do que Jonas”. Mateus 12:41 Maior do que Jonas era o próprio Senhor Jesus.

No fim da história, Jonas realmente chegará a Nínive, irá pregar arrependimento e todo o povo vai se arrepender. Olha que coisa maravilhosa que a graça de Deus faz! Mas Jonas fica muito irado com isso, porque ele não queria que eles se arrependessem. Vê aonde vai o orgulho! Ele prega por desencargo de consciência. Lá no fim do capítulo de Jonas, você pode ler depois aí na sua casa, Jonas chega e prega arrependimento àquela população, Nínive se arrepende, mas Jonas fica muito bravo e deprimido porque Deus agiu com graça para com aquela cidade de gentios, idólatras. Mas o orgulhoso Jonas ainda não tinha curado o seu orgulho; e Deus tem que dar outra lição a ele, como a da aboboreira.

Mas vamos deixar isso para você ler em casa. A história da aboboreira que nasce para fazer sombra ao deprimido Jonas, que não viu a sua esperança se cumprir, a de Deus destruir a cidade, mandar um raio e explodir tudo e acabar com aqueles gentios malditos que não temem o Deus verdadeiro. Esse é o orgulho do religioso, era o orgulho dos fariseus nos tempos de Jesus. E era tão forte o orgulho deles que eles acabam condenando aquele que era o Messias; que eles diziam esperar, mas não queriam. 

O Senhor Jesus entrou no mundo e Satanás já começou a induzir os homens a matá-lo; desde o começo, quando o rei Herodes mandou matar as crianças na faixa etária que Jesus estaria quando os sábios do oriente vieram visitá-lo; e muitas crianças foram mortas; meninos naquela faixa etária, porque o rei Herodes não queria outro rei, o povo também não queria outro rei: eles não queriam que o rei verdadeiro de Israel viesse. E em outra passagem diz: não queremos que este reine sobre nós; não temos rei, senão César. 

Então meu amigo e minha amiga, se você chegou até aqui, saiba que se você está nessa carreira fugindo de Deus; seja você um incrédulo que nunca deu atenção a Deus, que nunca quis se converter, nunca creu em Jesus como seu Salvador e Senhor, que na cruz morreu para levar os pecados somente daqueles que creem, agora é a hora de você se deixar achar por Deus e aceitar a sua graça, e crer no Salvador Jesus Cristo. Ou talvez você seja um crente que também está fugindo de Deus; está no caminho que depois de ter conhecido a graça da salvação de Deus, decidiu fazer a sua própria vontade. A vontade de Deus era para você ir por lá, e você tomou esse outro caminho daqui. Com isso você conturbou toda a sua vida, todos os seus amigos e familiares, aos seus irmãos; conturbou a todos para seguir o caminho oposto à vontade de Deus. É hora também de confessar o seu pecado ao Senhor e voltar aos caminhos; e aguentar o tranco. Porque nenhum ato é livre de consequências. Tudo que o homem semear, isso também ceifará. Muitos que leem essa passagem pensam que ceifará sim, mas só depois que morrem. Não, ceifará aqui; quem semeia corrupção colhe corrupção, aqui nesta vida. 

Então eu convido você mais uma vez para crer em Jesus, porque a obra dele na cruz: morrer, ressuscitar e depois ascender ao céu, foi feita para lhe salvar, ainda que você fosse o único passageiro no barco da vida, o Senhor Jesus teria vindo da mesma forma, vindo salvá-lo dos seus pecados; é isso o que ele quer fazer. 

Muitas pessoas falam – Encontrei Jesus! Encontrou nada; foi ele quem encontrou você, porque é a graça que corre atrás do pecador, não o pecador que corre atrás da graça de Deus. Creia em Jesus como seu Salvador.