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Brasil pagão
Mario persona
Você já pensou como seria viver na Grécia pagã nos tempos do apóstolo Paulo? A cultura grega foi uma das mais importantes da antiguidade, e até hoje tem influência sobre a nossa sociedade, na cultura, na matemática. Por exemplo, todo mundo aqui aprendeu teorema de Pitágoras. Os filósofos gregos deixaram várias obras, tal qual os romanos, os Direitos Romanos até hoje são estudados nas faculdades de Direito, por exemplo. Mas, como seria viver o paganismo em uma Grécia pagã? Eu diria que seria como viver em um Brasil pagão!
- Puxa, mas como assim? O Brasil não é pagão, é um país cristão! - Será que o Brasil é um país realmente cristão? O cristianismo é a crença predominante aqui no Brasil? Em Atos 17, temos uma passagem muito interessante onde o apóstolo Paulo tem que lidar com duas classes de pessoas: de um lado, religiosos e de outro, filósofos e cultos. Em ambos os casos, ele está tratando com o ser humano que não conhece a Deus realmente, que não conhece o seu destino eterno. No capítulo 17:1: “E passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras, expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo. E alguns deles creram, e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulheres principais”.
Estes gregos religiosos eram prosélitos, ou seja, gregos convertidos ao judaísmo que frequentavam a sinagoga. Esta era uma das classes de pessoas às quais Paulo pregou o evangelho naquele dia, e a maneira que ele pregava, vamos dizer, era mais fácil, porque eles já possuíam uma base, afinal, eram judeus ou prosélitos. Então quando Paulo falava, Deus, eles sabiam quem era. Se Paulo falasse: o Messias, eles sabiam de quem se tratava, pois tinham toda um alicerce construído pelo judaísmo, pela lei do Antigo Testamento, pelos escritos dos profetas.
Então diríamos que Paulo os pega no meio do caminho e os leva a mensagem “de que convinha que Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos”, e como aprendemos de outra passagem das escrituras, certamente ele usou o Antigo Testamento para mostrar que as profecias que haviam sido dadas pelos profetas se cumpriam em Jesus Cristo, com sua morte, o cordeiro sendo sacrificado, morto pelos nossos pecados e ressuscitando depois do terceiro dia. Porque o judaísmo tinha também a questão do sacrifício do cordeiro inocente, morrendo pelo pecador culpado. Toda a cultura judaica estava relacionada a isto, pois o sacrifício de animais vinha desde o principio de toda herança cultural e religiosa judaica.
Então, como eu dizia, Paulo prega o evangelho a estes judeus e também a prosélitos, a gregos religiosos e uma multidão se converte. Mas ao continuarmos no versículo 16 do mesmo capítulo 17 de Atos, encontramos Paulo em Atenas, uma grande cidade, que tinha o nome de uma deusa grega adorada por todos ali. Em Atos 17:16, lemos: “E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria. De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.
E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição”.
Em 1 Coríntios 23, vemos esta declaração: “Que nós pregamos a Cristo crucificado que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos”. Então nenhuma classe de pessoas aceitava naturalmente a mensagem do evangelho. Para uns era escândalo e para outros, loucura. Paulo teve que apresentar este escândalo para os judeus e alguns se converteram e agora ele vai falar dessa loucura aos gregos, que não tinham aquela base religiosa dos judeus, e por isso Paulo teria que abordar a mensagem que iria entregar aos gregos de outra maneira. Ali na cidade deles, na idólatra Atenas. Esta passagem em que ele disputava com os epicureus é conhecida como “O Discurso da Colina de Marte” como era chamado o lugar onde ele iria pregar para eles, mais tarde, no versículo 19 em diante. Então havia os epicureus e os estóicos, duas classes de filósofos, que eram a nata da Grécia na época. Os epicureus acreditavam que tudo tinha surgido a partir da evolução da matéria que havia na terra, e as coisas foram se formando a partir dessa evolução. Eles eram idólatras também, obviamente, mas a vida de um epicureu era fundamentada e dirigida para o prazer sensorial, eles viviam para ser felizes, este era seu objetivo, ser feliz sem excessos e demais coisas que poderiam estragar sua felicidade, seu corpo, sua saúde, mas que os trouxessem sempre prazer nesta vida.
Havia os estóicos também, panteístas, que acreditavam que a natureza e tudo o mais, eram deuses. Uma pedra, uma árvore, um animal, uma pessoa, tudo é deus. Na verdade, isto é uma idolatria grande. Estes tinham também uma noção da evolução. Muitos pensam que foi Charles Darwin quem inventou a Teoria da Evolução, mas povos antigos já acreditavam que as coisas foram surgindo por si mesmas, ou com ajuda de deuses. Acreditava-se também, alguma vezes, que certos homens evoluíram a categoria divina, tornando-se semideuses. A Grécia estava cheia destes que acreditavam em semideuses, logo, basicamente, todos acreditavam numa coisa só, ou seja, na evolução, no prazer, na satisfação aqui nesta vida. Eles não conheciam a Deus, como criador, não faziam ideia de um Deus que criou todas as coisas, um Deus pessoal que ama, que sofre, um Deus que está acima de tudo e de todos, do qual, digamos assim, ninguém consegue se livrar, pois Deus controla todas as coisas, inclusive controlava os próprios gregos sem que eles soubessem. Um Deus que não só criou todas as coisas, mas que as mantém todas funcionando.
Então, Paulo terá que conversar com eles de outra maneira. Lemos no versículo 19: “E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? Pois coisas estranhas nos trazem aos ouvidos; queremos, pois saber o que vem a ser isto. (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).”
Bom, eles tinham um templo e gostavam de escutar todas as novidades. Agora, junte um povo que acredita na evolução, que busca prazer nesta vida, sem grandes preocupações com o que vem depois, um povo que não conhece um Deus pessoal, que adora ouvir novidades! Isso acaso não é o mundo ocidental? Eles não tinham internet, TV, mas basicamente, é isso que você vê no mundo atual, por isso eu falei que o mundo ocidental é pagão à sua própria maneira!
Paulo pega um gancho na cultura grega, que aliás, essa forma de pregar o evangelho “pegando um gancho”, foi à forma que o Senhor Jesus faz com a mulher Samaritana, quando ele fala de água para a mulher que estava buscando água. Paulo agora vai dar um tapa na cara desses gregos para os quais o conhecimento e a sabedoria humana eram o pináculo de tudo. Atos 17:22 diz: “E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio”.
Aqueles que conheciam tudo, que tinham tanta sabedoria, que eram o berço da civilização antiga, de quem herdamos muitas coisas, que tinham conhecimento, filosofia, não conheciam a Deus e admitiam isto colocando em um pedestal “AO DEUS DECONHECIDO”. Ali, Paulo começa a anunciar este Deus no versículo 26: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação”; Paulo tem que começar do zero para mostrar a eles que Deus é o criador dos homens e que de um só homem ele fez todos os outros. Por que ele tem que começar assim? Porque Paulo vai chegar naquilo que fala em Romanos 5:12: “Que por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte e também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”. Ele terá que dar este preâmbulo para que entendam que são pecadores e herdaram isto de Adão.
No Brasil, no mundo ocidental, quando você fala de Adão, até mesmo cristãos dizem: Isso é historinha contada para os povos primitivos, na verdade houve uma evolução, o homem veio da ameba, ou coisa do gênero! Hoje eu li um comentário de um autor dizendo assim: “se o primeiro livro da Bíblia não está dizendo a verdade, como posso confiar que os outros livros da Bíblia me dirão a verdade? Ou se dirão, a partir de que ponto a mesma começa a falar a verdade?”
Bom, ou você aceita Gênesis do jeito que está, ou terá que rejeitar a Bíblia inteira!
Mas, continuemos no versículo 27: “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração”. Ele pega outro gancho na cultura grega. Porque como eles eram panteístas e acreditavam que tudo era deus, então ele pensa, está bem, vamos partir daí! Paulo vai buscar na filosofia grega, que obviamente conhecia, pois, o próprio Senhor Jesus disse tê-lo escolhido para falar a reis, pois o mesmo tinha bagagem e condições para chegar a um rei e conversar, para depois apresentar o Evangelho. É o que ele está fazendo aqui com esse povo. No versículo 29 ele fala: “Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens”. Ou seja, se somos criados por Deus como poderíamos achar que Deus fora criado pelas mãos do homem? Em forma de ídolos de pedra, de pau, de barro.
E no versículo 30 ele vai dar a sua martelada final, para um povo que vivia para o prazer, para o intelecto, para as delícias da vida sem pensar no além, a fim de criar um senso até de necessidade, ele diz o seguinte: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”. Ele tinha que dar a eles o senso do pecado, pois eles estavam deixando de se preocupar com Deus e com as coisas eternas. Agora, deveriam se arrepender de uma vida de hedonismo, daquela busca de prazeres em uma vida passageira neste mundo.
E não é isso o que o homem ocidental busca? Quando cumprimentamos alguém, por exemplo: - E aí, como vai? - Ah, tendo saúde, está bom, não é? - Como assim, tendo saúde está bom? A saúde vai acabar! Ou alguém morreu saudável? - Ah, meu tio morreu saudável! - Ora, se morreu não estava saudável, chegou o momento em que os órgãos entraram em falência, ninguém morre saudável, todos morremos doentes! Então ele imputa nessas pessoas, o arrependimento, conforme o versículo 31: “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”.
Ou seja, gente, este mundo tem uma data de vencimento! Vocês estão vivendo bem, desfrutando bastante, tendo tempo de sobra. Toda sociedade rica tem tempo de sobra, - por isso adoravam escutar novidades, ao contrário de uma sociedade que não tem tempo nem condições, pois tem que trabalhar muito. “Com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; – e aqui é Cristo - e disso deu certeza a todos ressuscitando-o dentre os mortos”. - Pessoal, tem algo após a morte!
Qual o resultado disto? Vemos que para os judeus havia uma base sobre a qual Paulo podia construir sua pregação e muitos se converteram com o seu tipo de abordagem. Para estes outros, ele não fala da morte de Jesus, mas do arrependimento. - Vocês tem que se arrepender desta maneira de viver. E aí, três coisas acontecem como resultado dessa pregação. Em atos 17:32 diz: “E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez. E assim Paulo saiu do meio deles. Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Damaris, e com eles outros.”
Evidentemente um número muito menor. Vejam aqui, três classes de pessoas. Uns que escarnecem, uns que deixam para resolver depois e os que se convertem.
Eu queria lhe perguntar, em que classe você está? Hoje, vivendo no ocidente dito cristianizado, a maioria olha para Deus como um ídolo, aquele que vai me dar saúde, prosperidade, isso não é diferente de paganismo, que buscam em seus deuses saúde, prosperidades, felicidade etc. De vez em quando fazem sacrifícios, dão algumas prendas ao seus deuses para poderem viver felizes. Alguns como nas religiões afro brasileira, fazem sacrifícios para deixar os demônios quietinhos a fim de não os atormentarem. Isto é paganismo e também paganismo cristão.
O verdadeiro cristianismo é: Cristo veio ao mundo para morrer, derramar seu sangue, para levar sobre si os nossos pecados e pagar o preço devido para nossa salvação. Uma pessoa que crê em Jesus como seu salvador tem agora a salvação eterna garantida. Se você buscar nas religiões cristãs, a maioria vai falar que você poderá perder esta salvação, principalmente as pentecostais. Elas dirão: Se você não for à igreja, se não der o dízimo, se não obedecer e perseverar até o fim, etc., etc. Etc. A Bíblia fala: ninguém pode tirar um salvo das mãos do Pai. Nunca, jamais, de maneira alguma! Então, é muito importante entender que muito do cristianismo que se escuta por aí, nada mais é do que judaísmo de um lado, como aqueles a quem Paulo precisou pregar o evangelho, e do outro lado, paganismo. De um lado uns vivendo segundo uma lei, achando que pela obediência à mesma serão salvos, e do outro lado, pessoas vivendo para os seus prazeres e suas satisfações pessoais. Nem um lado, nem outro. Para uns a palavra da cruz é loucura e para outros é escândalo.
Espero que você não esteja em nenhum destes primeiros tipos: Dos que escarnecem e nem dos que deixam para ouvir depois, porque Deus determinou um dia em que há de julgar e este dia pode ser hoje.