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American Pie - Mario Persona



No começo do ano de 1972 com dezessete anos de idade, eu estava morando nos Estados Unidos como estudante de intercâmbio, na casa de uma família americana católica. Na época minha família era católica e o intercâmbio geralmente escolhia famílias da mesma religião. Eu pegava o ônibus escolar para uma escola também católica que ficava em uma cidade vizinha, Joplin. Este ônibus era fornecido pelo padre da pequena cidade que eu morava, Carthage e como era ele quem fornecia o transporte, todos os dias de manhã o ônibus pegava os estudantes em suas casas e depois ia para a igreja católica em Carthage, onde descíamos e assistíamos a uma missa de cerca de vinte minutos, então, voltávamos para o ônibus que nos levava para a escola na outra cidade. Fazia isso seis dias por semana, porque ia também à missa com a família aos domingos.

Durante o percurso, que acredito, levava um pouco mais de uma hora, se juntarmos a missa com o trajeto normal do ônibus, o rádio ficava ligado e tinha um som muito bom. O motorista colocava numa estação que sempre trazia os últimos lançamentos, as principais e melhores músicas das paradas de sucesso. Lembro-me muito bem de uma música que tocava todos os dias, porque estava nos primeiros lugares: American Pie, que não tem nada a ver com os filmes que fizeram depois com o mesmo nome. American Pie é na verdade, uma torta tipicamente americana e essa música falava fortemente da cultura americana. Foi um sucesso, com seus oito minutos e vinte e três segundos. Quando você comprava o compacto simples, tinha que tocar de um lado, depois virava o outro lado para tocar o resto da música. Hoje, não imaginaríamos o que é parar uma música no meio e virar o disco, não é?

Ela foi composta em 1971 e em 1972 alcançou as paradas de sucesso, vendendo milhões de discos. Quarenta anos mais tarde, o manuscrito da letra foi vendido por um milhão e duzentos mil dólares, tamanha a sua importância na cultura americana. Aqui no Brasil, não sei se foi sucesso, porque realmente ela não falava para brasileiros, mas de tudo o que acontecia nos Estados Unidos. E foi considerada pelos críticos musicais uma das cinco músicas mais relevantes do século XX no mundo inteiro.

É uma música bastante profana, do ponto de vista cristão, porque nela são usados elementos bíblicos misturados com música, entre outras coisas. A letra, que existe até mesmo sites que a explicam, é extremamente complexa e poética, e basicamente descreve os anos cinquenta, como se o estilo rock em roll fosse a época da inocência, depois, entra nos anos sessenta, como a época da turbulência - inclusive, os críticos e analistas da música dizem que Deus foi substituído pelo rock naquele ano. Depois, a canção entra nos anos setenta, falando de desilusão.

Don McLean, o compositor e intérprete da canção, a fez em homenagem ao seu ídolo Buddy Holly, um cantor de rock dos anos cinquenta que teve uma ascensão meteórica. Buddy era muito jovem e cantava de terno e gravata borboleta, só para não confundirmos os cantores de rock de hoje, que morreu depois de terminar um show. Ele havia fretado um pequeno avião monomotor que caiu após oito minutos de sua decolagem e o cantor e mais três integrantes da banda, morreram juntamente com o piloto. Do mesmo modo que teve um sucesso repentino, morreu com vinte e três anos e muito rapidamente. Buddy era o ídolo de Don Mclean, que na época era entregador de jornais e chorava durante o trabalho porque via estampado nele as notícias da morte de seu ídolo.

A mensagem da canção de Don McLean era: "a música morreu". Para ele, a música, que era tudo na sua vida, havia morrido. Essa perda gerou frustração, e é disto que ele fala nos oito minutos de American Pie; desta frustração intercalada com a história do rock. O que acontece com uma pessoa assim, que tem um ídolo e este morre? E que chega até a reproduzir uma música tão pesada e emotiva como esta? Ora, ele fica com um vazio enorme, tem que correr e pegar outro ídolo rapidamente. Ele precisa de outro!

Há pessoas que fazem da sua doença o seu ídolo, são os hipocondríacos que só falam da doença. Há outros que fazem de suas frustrações o seu ídolo, ou há ainda aqueles que quando perdem uma pessoa querida, passam o resto da vida se lamentando, e transformam aquele morto em seu ídolo. É muito comum encontramos este tipo de coisa.

Há uma passagem interessante em Êxodo 20, quando Deus deu a lei, os dez mandamentos, a Isreal. Os dois primeiros mandamentos são muito importantes, porque o primeiro fala: “Eu sou o Senhor teu Deus”; em outras passagens lemos: “Só o Senhor teu Deus adorarás”. E a continuação do versículo três de Êxodo 20 fala: “Não terás outros deuses diante de mim”. Então, são duas opções apenas. - Mas espere! E se eu não quiser ter um Deus? E se eu quiser uma opção no meio: não querer Deus algum? - Não pode, é impossível! Porque Deus criou o homem para ser um adorador; faz parte da estrutura humana adorar, e na falta da adoração a Deus, corremos para buscar outra coisa ou outra pessoa. - Mas e o ateu? - Ora, este adora o seu ateísmo. Você encontra no Youtube centenas de vídeos de ateus pregando sua crença, criticando as religiões, soltando farpas para todos os lados com críticas, porque eles adoram o seu ateísmo de tal maneira que dedicam muito tempo de sua vida para pregar sobre isto.

Lemos em João 4:23-24:

“Mas a hora vem e agora é, em que os verdadeiros adoradores...” Por que os verdadeiros adoradores? Porque existem falsos adoradores, ou seja, esses que não adoram a Deus; “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é espírito e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

Muitas vezes lemos este versículo pensando que Deus procura adoradores, mas não é isso! Deus não procura adoradores, mas Ele fez o ser humano um adorador. Esta passagem está dizendo que Deus procura os verdadeiros adoradores, o que significa dizer que existem falsos adoradores; não existe, portanto, uma terceira classe de pessoas no mundo, todos são adoradores. Por isso vemos milhões de pessoas adorando as coisas mais esdrúxulas que possamos imaginar; adoram-se vacas na Índia, outros adoram um besouro, como os antigos egípcios faziam com o escaravelho que é um besouro que se alimenta de esterco, adoravam gatos, pássaros. Há pessoas que adoram árvores. Tudo enfim, que você imaginar é possível para o homem fazer para si um objeto de adoração.

Em Romanos vemos mais um pouco disso, no capítulo 1:18:

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detém a verdade em justiça, porquanto o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta”.

Aqui, não diz que foi manifestado a eles, mas neles se manifestam. Há outra passagem em Eclesiastes que diz que Deus colocou a eternidade no coração do homem. O homem nasce sabendo que ele nunca mais vai deixar de existir. Talvez por doutrinas e ensinos errôneos, ele põe na cabeça um dia que deixará de existir. Mas não adianta, ninguém nasce ateu, mas se torna por meio de raciocínios. E aqui, diz:

“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”.

Então são duas áreas em que Deus atua: no coração do homem, ele coloca o conhecimento da eternidade, o saber de que ele vai ter uma existência para sempre, que não acaba na morte, por isso que a religião no mundo sempre tem alguma coisa para dizer sobre o que acontece depois da morte. Variam as opções, mas todas tentam dizer que alguma coisa acontece depois.

“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus”. Aqui não diz que eles não conheceram a Deus, mas que o conheceram pelas coisas criadas e por aquilo que está no seu coração. Qualquer um pode passar a vida inteira negando na frente de todo mundo a existência de Deus, mas na hora em que coloca a cabeça no travesseiro, ele sabe. E tem aquela famosa frase do piloto ateu, que na hora em que o avião vai bater no chão, diz: meu Deus! Realmente a pessoa sabe que haverá algo depois.

“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e aves, e de quadrúpedes, e de répteis”. Romanos 1:22-23

E eu, acrescentaria aqui: de música! Como é o caso do autor de American Pie, que ficou desacorçoado quando morreu o seu ídolo, a ponto de se lamentar em prosa e verso na sua canção. Há uma passagem em Romanos 8:5-8 que acho ter uma conexão importante com este assunto:

“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”.

O contexto deste versículo é mais direcionado àqueles que já são convertidos; aqui, nos fala do andar de uma forma ou de outra, mas o princípio se aplica também quando pensamos que só é possível adorar a Deus em espírito e em verdade, porque Deus é Espírito, então qualquer coisa que não seja Deus, não é objeto de adoração. Será somente algo produzido pela carne, pelo mundo ou pelo diabo, que são as três fábricas de deuses. Sim, três fábricas de deuses: a carne, o mundo e o Diabo. Então a menos que uma pessoa adore a Deus e não a qualquer outra coisa que a Bíblia chama de ídolos, ela está perdida. “Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus”.

O que pode ser um ídolo? Pode ser a sua carreira, seu trabalho. Há pessoas que trabalham muito e no dia em que se aposentam, morrem, pois não se conformam em não poder trabalhar mais. Eu conheço executivos com certa idade que são demitidos: antes eles estavam sentados “na cocada”, eram os donos do mundo; com jatos para viajarem, carros com chofer, todo mundo lambendo os seus pés, até que chega o momento em que as grandes empresas multinacionais “cortam as cabeças” dos mais graduados, por causa de custos. Isso é normal! Empresas mudam de dono todos os dias, ocorre com empresas conglomeradas, que se juntam, se dividem, etc. Esses profissionais entram em parafuso porque suas vidas foram construídas em torno daquele cargo, da importância que davam à sua ocupação. A carreira, a família, podem ser seu deus; assim como os planos do quê você pretende fazer. E se isso ou aquilo não acontecer, fica claro que eram seu ídolo.

Até sua liberdade poderá ser seu ídolo: “Ninguém manda em mim!”, diz você. OK! Até ficar preso numa cama e depender de outros para tudo. Com Pedro aconteceu assim. Foi profetizado acerca dele, que era muito voluntarioso e tinha sua própria vontade, que um dia o amarrariam e o levariam para um lugar que ele não queria ir e ele teria que se deixar conduzir. Ele prezava tanto sua liberdade que Deus teve que cortá-la. Então, pode ser política, bens, o carro! Há pessoas que idolatram o carro! Nunca esqueço de uma reportagem no jornal, que mostrava um pequeno acidente na Avenida Brasil em São Paulo, onde os policiais que foram atender a ocorrência ficaram tão abismados que até chamaram a imprensa: o dono do Opala, na época em que esse ainda era um carro, estava abraçado ao carro, chorando e chamando-o pelo nome — sim, o Opala dele tinha nome de mulher! — só porque ficou com a sua frente amassada!

O amor, também, a paixão por alguém pode ser seu ídolo. Quantas pessoas vemos nos jornais, que se suicidam quando perdem a pessoa que amavam? Algumas são tão egoístas que não se contentam em apenas se matar, mas matam a pessoa, objeto de sua paixão e a si mesmas em seguida. Por quê?

Porque era uma idolatria, o seu deus era sua namorada (o), sua esposa (o).

Quantos casos existem de artistas de cinema, cantores famosos, que quando começam a perder a sua relevância, se suicidam ou então se encharcam de drogas até ter uma overdose e morrer, que é igual a se suicidar? A pessoas toma e cheira tudo o que pode, e não há corpo que aguente uma coisa dessas. O sucesso, ser uma celebridade, luzes, câmeras, páginas de jornais, as telas do cinema, isso era seu ídolo, a razão de sua vida. Há um outro ídolo muito comum: a religião é uma idolatria! Uma pessoa que defende a sua religião com unhas e dentes: - A minha religião, a minha igreja é a certa, é a que salva! Todo o dia há pessoas que me escrevem iradas por eu ter falado algo que não se encaixa na sua igreja; e para elas, isso é muito pior do que se eu tivesse xingado a sua mãe, elas ficam loucas!

E hoje, temos outra religião: a idolatria das teorias conspiratórias. Fico impressionado ao ver as mensagens que recebo após eu colocar em dúvida alguma teoria conspiratória, como a da Terra plana, por exemplo. Há pessoas que me escrevem dizendo que não é mais meu irmão em Cristo! Como assim? Só tenho irmão da Terra plana? A pessoa idolatrou aquela teoria conspiratória, e nunca entendeu o que é o cristianismo bíblico. Hoje, tem muita gente assim por aí.

A primeira pergunta para saber se eu tenho um ídolo é: O que me controla? A quem eu dedico a minha vida? O que dá sentido ao meu viver? As respostas podem ser coisas lícitas, mas se isso me controla, esse é meu ídolo, e todos nós, num momento ou no outro, acabamos idolatrando alguma coisa. Em Jeremias 2:25-27 diz:

“Como fica confundido o ladrão quando o apanham assim se confundem os da casa de Israel; eles, os seus reis, os seus príncipes, e os seus sacerdotes, e os seus profetas,
Que dizem ao pau: Tu és meu pai; e à pedra: Tu me geraste; porque me viraram as costas, e não o rosto; mas no tempo da sua angústia dirão: Levanta-te, e livra-nos.
Onde, pois, estão os teus deuses, que fizeste para ti? Que se levante, se te podem livrar no tempo da tua angústia; porque os teus deuses, ó Judá, são tão numerosos como as tuas cidades”.

Israel fazia ídolos aos montes e Deus está aqui, falando com ironia acerca deles: Cadê os ídolos? Em que eles os ajudarão?

Naquela passagem que li há pouco: “Os que estão na carne não podem agradar a Deus, porque a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do espírito é vida e paz”, porque Deus é Espírito. Se eu adoro a Deus, eu estou adorando o criador de todas as coisas, aquele que é sem começo e sem fim, logo, estou em um barco seguro. Se eu adoro a qualquer outra coisa; essa coisa teve começo e terá um fim; meu barco está furado! Uma hora a música morre, e eu fico na mão. Sem a música, sem meu ídolo preferido, sem meu esporte para o qual eu vivia, sem a carreira de cinema na qual eu era o artista badalado e já não sou mais. Tudo acaba! Quando você tenta ser salvo sem Cristo, isso é idolatria e um tipo da qual a maior parte da cristandade não percebe. Quando uma pessoa pensa que a sua salvação será pelos seus próprios esforços, como tentar ser melhor, perservar até o fim, ir à igreja, obedecer ao pastor, etc., isso é idolatria, porque ela não tem a Deus como Salvador, não tem o próprio filho e Deus, Jesus, como seu Salvador. Tem qualquer outra coisa, mesmo que seja cristianizada.

Hoje recebi um comentário falando: Com que autorização este senhor está pregando o evangelho, se ele não tem nenhum pastor sobre ele?

Note como está a cabeça das pessoas! Desde quando para pregar o evangelho você precisa da autorização de um pastor de uma igreja? Pobres dos evangelistas que fugiram de Jerusalém e evangelizaram a Ásia! Com que ordem eles fizeram aquilo?

Isso me faz lembrar uma corrida de automóveis, que acho era a Fórmula 1 ou alguma outra do tipo, que se deu no Principado de Mônaco, muito anos atrás. E havia um corredor cristão, Alex Dias Ribeiro, que no seu carro pintava: "Cristo salva". Nesta corrida ele distribuiu ao longo de todo o percurso, faixas com esta frase: Cristo salva, e nas filmagens a frase sempre aparecia. Quando acabou a corrida, ele foi convocado pelo bispo de Mônaco para dar explicações de quem tinha autorizado o piloto a usar o nome de Cristo, pois ele, o bispo, não o fez!

Então, tentar ser salvo por qualquer outra coisa que não seja o Salvador, que é Deus e homem, é idolatria! Eu vou idolatrar as minhas obras, o meu andar, a minha perseverança, a minha oração, o meu jejum, o meu dízimo, a minha obediência, a minha religião; e tudo isto é idolatria! Porque não é Deus, não é Cristo, não é aquele primeiro mandamento: "Eu sou o Senhor teu Deus, não terá outros além de mim". Que outros? As obras, a minha perseverança. Eu já disse que as fábricas que produzem os nossos ídolos são: a carne, o mundo e o diabo. Alguns desses ídolos mencionados são coisas que gostamos, são coisas lícitas como hobbies, e até a beleza. Pois o dia em que a beleza acabar, a pessoa poderá se matar, não terá mais razão de viver. Sexo também é o ídolo de muitos que se mergulham nele e não conseguem sair. Esporte idem! Quantas pessoas se suicidam quando o time perde o campeonato? O cara pula do prédio! Encontramos isso nos jornais. Aquilo era o seu deus e sem isso, ele não poderia viver. Opinião pública também é idolatrada. Pessoas que vivem preocupadas com o que os outros vão pensar; os outros são seu ídolo e seu deus. Política: o comunismo por exemplo, é um ídolo, que na verdade transforma o Estado em um objeto de idolatria. As pessoas obedecem e vivem para o Estado, a organização central do comunismo. O capitalismo também é um ídolo, porque o capitalista acha que a livre-iniciativa é a solução para todos os problemas do mundo, então ele o idolatra achando que ali está a felicidade, que tudo vai se resolver quando o mundo inteiro for capitalista. E vai mais além, como a ciência. Quanta gente diz crer somente na ciência? Há uma frase que diz: "A ciência caminha de funeral em funeral".

Eu tive o Tesouro da Juventude dada pelo meu pai, acho que era uma edição 1955 que ficou com uma das minhas irmãs, e um dia eu o achei, não sei se na casa de uma delas ou numa biblioteca. Eu adorava e devorava aquela coleção de livros. Mas olhando hoje, quantos absurdos existiam naquilo: a começar pela tabela periódica, que era bem pequena, com meia dúzia de elementos! Ou os foguetes, a previsão do futuro, os planetas; todas as informações eram erradas, mas era a informação científica daquela época. Aquilo também era um ídolo.

Mas, voltando ao ídolo do autor de American Pie, Buddy Holly. Assisti a um vídeo documentário sobre a sua vida. Buddy tinha pressa para tudo; ele achava que estava perdendo tempo e queria ser logo um sucesso. Ele invejava Elvis Presley e outros daquela turma, e queria chegar também onde os mesmos haviam chegado. A pressa dele era tão grande, que ao conhecer uma garota certa vez, convidou-a para jantar, e era a primeira vez que a via, e pediu-lhe sua mão em casamento! Ela disse: mas nós nem nos conhecemos ainda! Ele respondeu: eu não tenho tempo! Isso aconteceu dois anos antes de sua morte naquele acidente de avião. Mas eles se casaram e ela estava grávida quando ele morreu. “Eu não tenho tempo”.

Eu lhe pergunto: você tem tempo? Não, nenhum de nós tem! Pois o tempo é uma coisa que não controlamos.

Interessante isso. Eu recebo perguntas de muitas pessoas que se dizem cristãs e me questionam: Deus determina o dia que nós vamos morrer? Minha reposta é a seguinte: E daí? Que importância tem se Deus determina ou não o dia que nós vamos morrer? Se você creu em Cristo, recebeu a salvação pela fé naquele que veio morrer na cruz e perdoar os seus pecados, que importa o dia da morte? Porque o dia da morte simplesmente vai ser o dia em que você sairá daqui, e entrará na presença Dele; assim será para o salvo por Cristo. E têm aqueles que batem na madeira, dizendo: Vira essa boca para lá! - Bom, então você está com um grande problema que é também o seu grande ídolo!  - Eu não tenho ídolo, não adoro imagens! - Adora sim, você adora a vida, é um idólatra, adorador da vida, porque se você tem esse pavor de sair desta vida; ela é o seu ídolo! Pois para aquele que já tem a salvação assegurada, Paulo fala: - o viver é Cristo e o morrer é lucro. Entrará na presença dele! Mas veja o que é a diferença entre uma pessoa que conhece a Cristo como Salvador e quem não conhece, parece um absurdo!

Lembro-me de um irmão, Avelino, que sempre vinha ao Brasil e ele estava muito mal da última vez em que veio, seu coração estava quase parando, com o mal de Chagas que estava enorme. O levei ao médico que o examinou no consultório, e disse-lhe: “Olha, vou lhe dar uma notícia muito ruim: você pode morrer a qualquer momento, seu coração está quase parando.” “Ah, mui bueno!”, respondia Avelino. “Não, o senhor não está entendendo o que estou falando: o seu coração pode parar a qualquer momento, você vai morrer!”. “Si, mui bueno, vou encontrar e estar com o meu Senhor! E vou encontrar com minha esposinha, que já está lá!”. O médico arregalava os olhos, dizendo que o paciente não estava entendendo, mas quem na verdade, não estava entendendo, era o médico, porque isso é um coração que conhece a Cristo, e sabe que não há nada neste mundo que vale a pena se apegar, nem mesmo à vida, porque a nossa vida está escondida em Cristo agora, daqueles que creem em Jesus. E como isso pode ser feito? Quando Cristo veio ao mundo, Ele morreu para pagar os nossos pecados. Se você crê nele como seu Salvador, você recebe o perdão de todos os pecados já, em vida.

“Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna”. O verbo está no presente, em João 5:24, “não entrará em juízo, ou julgamento ou condenação, mas passou da morte para a vida”. Já passou a uma nova posição, está aqui de mala pronta, ou melhor, nem mala precisa para essa viagem, para entrar na presença do Senhor.

A música American Pie diz: -”Mas fevereiro me fez tremer com cada jornal que eu entreguei, más notícias na porta, eu não podia dar mais nenhum passo, eu não consigo lembrar se chorei quando li sobre a viúva dele, mas algo me comoveu profundamente, o dia em que a música morreu”. Esse é o lamento do compositor da canção, falando que a música ou o músico que ele tanto idolatrava, havia morrido para ele.

Em Hebreus 3:15 fala assim: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações”.

E em João 6:68-69, lemos:

“Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente”.
Quando muitos abandonavam a Cristo, Pedro falou essas belíssimas palavras: Iremos a quem? Que ídolo teremos? Se nós temos a ti, ó Senhor Jesus, o filho do Deus vivente.
Havia um milionário britânico, no século XIX chamado Charles Studd. Ele foi um jogador de crickets, de família nobre da Inglaterra, e ficou famoso jogando esse esporte da época, e que levava ao status de celebridade aqueles que eram bons jogadores. Mas ele largou tudo isso, e aquilo tudo que tinha direito como herança, e foi servir como missionário na China, na Índia e outras regiões do oriente. Ele gastou a sua vida milionária por Cristo. E escreveu um poema que dizia assim:

“Um dia escutei duas linhas, nada mais,
Enquanto viajava ocupado numa vida falaz;
Aquilo, ao coração, trouxe certeza presente,
E nunca mais sairia do pensar de minha mente;
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Uma vida só, isto mesmo, apenas só uma.
Cujas horas, fugazes, são como a bruma;
Então estarei com o Senhor no dia previsto,
Ali, em pé, diante do Tribunal de Cristo;
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Só uma vida, ecoa uma voz no pensamento,
Rogando: “Escolha o melhor de cada momento”;
Insistindo que eu deixe minhas metas egoístas,
E me apegue a Deus, em meus atos e minha vista.
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Só uma vida de anos breves na balança,
Cada um com fardos, temores e esperanças;
Todos com vasos que preciso encher,
Do que é de Cristo, ou com o meu querer;
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Quando o mundo e miragens vierem me tentar,
E Satanás quiser de minha meta desviar;
Quando um ego inflado quiser tomar o meu ser,
Ajuda-me Senhor, a sempre alegre dizer:
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Dá-me, ó Pai, um só propósito eu ter,
Na alegria ou tristeza, a Tua Palavra viver;
Fiel e constante em qualquer tentação,
A Ti somente eu dedicar meu serão;
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Que Teu amor atice a chama de fervor,
E me leve a fugir deste mundo vil de dor;
Vivendo para Ti, e para Ti somente,
O teu prazer seja minha meta frequente;
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Só uma vida eu tenho, sim, só uma, é verdade,
Pra poder dizer, ‘Seja feita a Tua vontade’;
E quando ouvir Teu chamado, finalmente,
Eu possa dizer que a vivi intensamente;
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar.
E se eu morrer, quão grande gozo terá ali,
Se minha chama de vida foi consumida só pra Ti”.
- Charles Studd -

Quantas vidas você tem? Só uma vida, que logo irá passar. Só uma vida que você agora tem para crer em Jesus.