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Por que o rico nao tem nome? - Mario Persona



https://youtu.be/iVbO2sr5ye0

Temos aprendido que o Evangelho de Lucas tem uma ordem mais moral do que cronológica, e é interessante que toda essa sequência nos capítulos 15, 16, tem a ver com os fariseus, e com a Lei, ele vai começar no versículo 15, “chegavam-se a Ele todos os publicanos e pecadores para O ouvir e os fariseus e os escribas murmuravam e dizendo: “este recebe pecadores e come com eles” – No capítulo 15 de Lucas ele começa a se dirigindo aos fariseus.

E Ele vai, com aquelas parábolas que Ele conta, da ovelha perdida, da dracma perdida, do filho perdido, e sempre enfatizando que eram os fariseus seguidores da Lei, aqueles que deviam escutar estas coisas, porque eram dirigidas especificamente para eles.

Em Marcos, o Senhor fala aos fariseus, também, que eles limpavam o exterior dos copos, mas que dentro eles estavam cheios de sujeira, que eles eram sepulcros caiados, Jesus fala em Mateus. Toda a Lei havia sido distorcida pelos próprios fariseus, pelos religiosos, pelos escribas, pelos sacerdotes, e transformado em tradições. Tanto é que o Senhor os repreende dizendo que eles haviam criado tradições e com base nelas haviam com isto transgredido a lei.

E agora, no capítulo 16, a respeito da parábola do mordomo, tem uns versículos que parecem deslocados, que é justamente no versículo 14 – os fariseus que eram avarentos ouviam todas estas coisas e zombavam deles, e disse-lhes: vós sois o que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.

A Lei e os profetas duraram até João, desde então é anunciado o reino de Deus e todo homem prega força para entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra do que um til da letra. Qualquer que casa e deixa a sua mulher e casa com outra, adultera. Aquele que casa com a repudiada pelo marido adultera também. E aí é que, “o que está fazendo este versículo 18 aqui? Caiu de paraquedas no meio de um texto? Porque o assunto é a LEI. E ele nos remete a Romanos 7, porque ele vai falar exatamente deste assunto, divórcio, como um simbolismo, uma figura da lei – do casamento, da viuvez, tudo relacionado à Lei. Quando vamos em Romanos 7, ele começa dizendo: “não sabeis vós, irmãos, pois que falo aos que sabem Lei. Aqui, Lei tem domínio sobre o homem, ele está falando de uma forma genérica, por todo o tempo que vive.

Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está ligada pela lei a seu marido. Mas morto o marido, ela está livre da lei do marido – por isso que não tem um artigo no versículo 1, porque não está falando da Lei de Moisés, mas de LEI. O princípio de Lei que rege todas as coisas. Nós estamos sujeitos à lei da gravidade, a esposa à lei do marido, leis e leis que regem todas as coisas nesta vida.

Depois ele vai falar da LEI: De sorte que vivendo o marido, versículo 3, será chamada adúltera, se for de outro marido. Mas morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for de outro marido.

Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei – agora sim, ele está falando da Lei de Moisés - pelo o corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou dentre os mortos a fim de que demos fruto para Deus. O que ele está dizendo? Os crentes em Cristo, os salvos por Cristo, são vistos por Deus como mortos. Então, não há problema nenhum em eles terem outro marido, que não é mais a Lei, mas agora é Cristo, é o novo homem agora. Por isso que ele fala: “de sorte que vivendo o marido, será chamada adúltera, mas morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for de outro marido.

Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que dêmos frutos para Deus. Porque quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são despertadas pela Lei, obravam em nossos membros, para dar fruto para morte.

Então ele está dividindo aqui, a vida dos cristãos, entre o antes e o depois, ou seja, antes, nós estávamos sujeitos à lei, não especificamente nós, porque nós não somos judeus, mas falando do ponto de vista de Deus, e das regras que Ele colocou para esta vida, este mundo, para esta terra e para o homem natural, no momento em que nós somos salvos por Cristo, nós não temos mais nenhuma ligação com a Lei. Porque? Porque a Lei vale enquanto se está vivo, mas quando alguém crê no Senhor Jesus, ele morre, porque na cruz o Senhor Jesus matou Adão, o primeiro homem, e ali o primeiro homem morreu para Deus começar de novo numa nova criação, agora.

Então, tudo aquilo que era do passado, já não tem efeito sobre esse novo homem, que agora é vindo do céu, é segundo Deus, segundo Cristo. E o que ele fala aqui também, no versículo 5, as paixões dos pecados são despertadas pela Lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte.

Porque, tudo o que é proibido é mais gostoso, engorda, tudo o que você acha que não pode, aí que desperta a concupiscência e o pecado tomou ocasião e veio à tona. Porque a Lei foi feita para regular, ou restringir a carne do homem natural. Mas, ficou mais do que provado, que isto era impossível. E é possível que este capítulo 7, aqui, é um homem lutando agora com sua consciência talvez seja um homem que tenha vida, mas ele ainda não está no capítulo 8 de Romanos, que é quando ele vai falar assim no final do capítulo 7: “Desesperado homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte? E entre no capítulo 8 dizendo: Graças a Deus por Jesus Cristo.

Porque a obra de Cristo é o divisor de águas, entre o velho homem e o novo homem. E é interessante nós pensarmos que Deus, para criar todo o universo, para criar tudo o que existe, o que que deus faz? Ou fez? Nós sabemos que ele tomou o barro da terra porque o homem é feito da terra e para a terra.

Mas no universo todo, os céus, a terra, as estrelas, o que Deus fez para criar todas as coisas? Ele falou. Tem um versículo que Jesus ou Pedro, ´é um salmo, ou seja, ele falou e as coisas vieram à existência. Deus falou, só falou! Agora veja que interessante, o pecado entrou na criação, detonou com a criação e para resolver o problema do pecado não basta Deus falar, porque é tão mais complicado e mais séria a questão do pecado, porque se fosse uma coisa simples, Deus falaria, o pecado desapareceria e tudo estaria resolvido.

Mas não, existia algo que precisava ser feito que não podia ser somente falar, então Deus envia Seu Filho, o Verbo de Deus. Obviamente Ele é o Verbo de Deus, também! Mas Ele teria que morrer, tinha um preço, um custo a ser pago pelo pecado, e Deus não queria que o homem pagasse esse preço por esta ruína. Deus providenciou o Cordeiro, um substituto para o homem.

Então, se ficamos maravilhados com a criação, olhamos para o céu e dissemos assim: uau, que poder que Deus tem de criar todo o universo, nós iríamos ficar maravilhados e dizer assim: uau, que obra magnífica de Cristo, que Ele precisou fazer! porque não podia apenas Deus falar, para resolver o problema do pecado, Ele precisou intervir e enviar o Seu Filho para morrer no lugar do pecador.

Por isto que esta obra é tão mais tremenda até, que a própria criação de Deus. Quando nos ocupamos com Cristo na morte, o Seu sacrifício, isto é muito mais do que nos ocuparmos com a maravilha da criação, por maior que seja a maravilha.

Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento e a obra de Suas mãos, e isto é maravilhoso! Quando nós nos ocupamos com Cristo crucificado morto na cruz, a ceia do Senhor tem um valor tão grande dentro da doutrina, da vida, da prática e do culto cristão! De outra forma, estaríamos aqui celebrando um memorial da criação, se fosse a criação a coisa mais importante. É claro que é importante, mas aí entra o porquê da ceia e o porque da morte de Cristo.

Então neste capítulo 7 de Romanos, ele é o preâmbulo para o capítulo 8, porque é um homem ainda não liberto. Tem uma passagem que fala Espírito, no versículo 6: Mas agora estamos livres da Lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos, para que sirvamos em novidade de Espírito e não na velhice da letra –esse é o espírito do homem – e no capítulo 8 de Romanos, é onde mais vezes o Espírito Santo aparece. Para mostrar um claro contraste entre o homem antes e depois de libertado e consciente, agora, da libertação dos seus pecados. Sabendo que agora, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus e esta é a abertura do capítulo 8.

Voltando ao capítulo 7 de Romanos, os frutos que os nossos membros poderiam dar, no versículo 5, são pela Lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte, porque a carne não é capaz de dar outro fruto que não seja para a morte. Os frutos, as obras da carne estão em Gálatas 5, é toda aquela lista de coisas horrendas que a carne produz. Tanto é que,

Paulo vai falar, no versículo 18, porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum, e com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Não habita o bem na carne! Se não habita o bem na carne, é impossível um homem na carne adorar a Deus.

Nós o encontramos fazendo orações a Deus e suas orações eram guardadas em memória, porque Cornélio era agora, um homem nascido de novo. Ainda não tinha a libertação completa, porque ainda faltava ele escutar o evangelho da boca de Pedro, mas ele tinha vida. Mas na carne, é impossível o homem adorar a Deus. No antigo testamento eles tinham vida, aqueles que eram adoradores de Deus. A fazenda do ímpio é pecado! Qualquer coisa que o ímpio faz, é pecado!

É como eu pedir para uma criança pequena, para fechar a cortina da sala: vai filhinho, fecha a cortina da sala! E a criança tinha acabado de brincar no barro, no quintal. Eu não vou pedir, porque ele está sujo! Então Deus não vai esperar que venha qualquer adoração, qualquer boa obra, qualquer coisa que seja do homem na sua condição carnal, porque as obras da carne são pecado, para Deus. E aqui então, no versículo 6, para que sirvamos em novidade de Espírito e ser recompensado ou de não ser morto ou não ser castigado. E o cristão, agora que está salvo por Cristo, ele anda em novidade de Espírito, ele faz as coisas para Deus por gratidão, como consequência de uma salvação já consumada.

Eu até anotei uma frase muito interessante que diz assim: estamos mortos, agora, depois de salvos, para as coisas, para as quais estávamos vivos, e vivos para as coisas para as quais estávamos mortos. Esta é, basicamente, a mudança de posição que o Cristão tem depois de salvo por Cristo.

Para fechar o pensamentoo, aquele versículo 18 de Lucas 16, ele está se referindo a esta mudança, qualquer que deixa sua mulher e casa com outra, adultera, e aquele que casa com a repudiada pelo marido adultera também. Só que agora estamos vendo em Romanos 7, isto visto na forma simbólica, do salvo não estando mais ligado à Lei, mas sim, morto para a Lei.

Porque, assim como no casamento, a morte enterrou, interrompe a legalidade ou vínculo matrimonial, da união, também a conversão a Cristo rompe o vínculo que o homem tem com a Lei, porque agora ele está morto para a Lei e vivo para Deus.

A continuidade da passagem de Lucas, vem a história bem conhecida do rico e Lázaro, e é uma história de morte, tem tudo a ver com esta mudança que Deus estava causando, quando falou que a Lei e os profetas duraram até João, versículo 16, desde então é anunciado o Reino de Deus e todo emprega força para entrar nele, porque ele tem que lutar para entrar porque ele vai deixar para traz uma posição que ele tinha e achava que era garantida, ele agora vai se arrepender, porque eles não tinham guardado a Lei, os mandamentos, eram culpados, coisa que os fariseus não admitiam, não se submetiam ao batismo de João Batista porque eles se achavam justos, justificavam a si mesmos.

Sem eles perceberem, um detalhe muito importante da Lei, que aquele que praticar a Lei, viverá por ela. A obediência à Lei trazia vida terrena. Uma pessoa obediente à Lei de Deus, que foi dada através de Moisés, ela deveria viver. Mas porque ela morria? Porque ninguém conseguia obedecer à Lei. Ainda que obedecesse exteriormente, em pensamento, a cobiça, foi o que o pegou pelo pé, porque ele cobiçava! Não tinha como evitar a cobiça!

Então aqui, esse homem que segundo à Lei ele poderia ser considerado um homem obediente à Lei, porque ele era próspero e a Lei prometia prosperidade pela obediência. Ele confiando na prosperidade que ele tinha na verdade por graça, pela misericórdia de Deus, ele poderia se achar justo o suficiente para não morrer e para depois da morte ser recompensado. E aqui, tudo se inverte! Nós encontramos um abençoado, próspero materialmente conforme a Lei prometia, no Ades, longe de Pai Abraão, uma representação de Deus, e o mendigo doente, e obviamente, sem dinheiro, sem prosperidade e enfermo, era justamente o contrário daquilo que a Lei prometia. E nós vamos encontrar este mendigo na presença do Pai Abraão, representando Deus Eclesiastes 11, a árvore que cair, esta ficará, então, na hora que morreu, ali ficará, não tem mais chance, reza que tire a pessoa de um lado para passa-la para o outro lado, o homem rico ele até pede que Abraão envie Lázaro para mitigar sua sede, e o que é interessante é o seguinte, ele não pede para sair de onde ele está, ele não quer ficar sozinho onde ele está, porque ele também não queria ficar do outro lado, ele pede para enviar Lázaro para seu lado, para trazer água para ele, porque ele está sofrendo com sede. Ele pede também que mande Lázaro falar para seus irmãos para eles não sofrerem depois da morte. Mas Abraão aqui no caso, fica muito claro, que eles tinham Moisés e os profetas e mesmo assim eles não tinham escutado, e mesmo que alguém voltasse dos mortos, eles não iriam se arrepender.

No final do versículo: Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite. E o mais incrível de tudo, é que nós temos um que ressuscitou dos mortos e que está falando ainda hoje, assim como o sangue de Abel fala, Cristo fala ainda hoje, e obviamente o homem no seu estado natural não tem ouvidos para ouvir.

O porque que este capítulo todo tem a ver com a Lei, é que o rico não tem nome, e nós sabemos que desde o princípio o homem sempre quis um nome, fazer nome, a Torre de Babel foi por causa disto, o homem quis chegar ao céu e fazer nome, a confusão das línguas, isto porque o homem quis fazer um nome. E no Antigo Testamento diz que eles dão nomes às suas terras, e tem o nome de rua, nome de cidade, porque o homem quer ter um nome pelas coisas que ele faz. E esse rico não tem nome, essa é a maravilha do que está sendo dito aqui. Por mais que ele tenha querido fazer coisas aqui, talvez tivesse uma estátua dele na praça com as pombas na cabeça dele, mas para Deus ele não tem nome. E no entando, o pobre, Lázaro, e olha que interessante, na língua portuguesa, nós pegamos o nome de Lázaro e transformamos num palavrão, um xingamento, porque ele era um desgraçado sem sorte, que não deu certo na vida, um perdedor. E o que Lázaro significa em hebraico, aquele que Deus ajuda. Isto é graça!

Então, na própria questão do nome e não nome, temos o evangelho pregado nesta história: um sem nome, porque todas as obras dele não vão valer nada depois, e outro com nome, que significa “aquele que Deus ajuda”, que é Lázaro