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(Transcrição do áudio)
Necessidades básicas do ser humano
Mario Persona
Quando estudamos, principalmente psicologia ou
outras áreas do conhecimento humano, costumamos aprender sobre o diagrama da
hierarquia das necessidades de Maslow, que expõe quais são as necessidades
básicas do ser humano e como este poderia ser feliz se tivesse essas carências
atendidas. Basicamente, são cinco as necessidades humanas, e segundo alguns
autores este número varia. Alguns falam em três, outros em quinze ou dezesseis,
que depende também da maneira como essa escala é subdividida. A primeira seria
a necessidade da alimentação, que é fisiológica, e originada da manutenção da
vida. É óbvio que todo ser humano a possui. A segunda é segurança. Sentir-se
seguro, estar em algum lugar que lhe traga essa sensação. A terceira, segundo
Maslow, é a de pertencer a alguma coisa. Ter afeição, amor, amizade,
relacionamentos. Seguida pela necessidade de ter estima por si mesmo,
autoestima. E por último, mas não menos importante, uma vez que ele a coloca no
topo da pirâmide, temos a necessidade de realização pessoal, ou auto realização.
Então, segundo a psicologia e qualquer visão humana das coisas, realmente o
homem tem essas necessidades e se ele conseguir satisfazê-las será feliz. Estes
princípios são usados hoje em medicina, em psicologia, em marketing, na
administração pública, porque atualmente suprir as pessoas naquilo que atende
suas carências sempre buscando a felicidade do ser humano se tornou algo
fundamental. Interessante é que, apesar de se buscar isto constantemente e de
essas carências serem reais, nem sempre as coisas parecem funcionar.
Todos temos desejos desde criança. Lembro-me de
quando pequeno, queria ganhar um revólver de cowboy do meu pai, todos os
meninos tinham. Hoje se você der um presente assim para o seu filho pode ir
preso, a venda inclusive, é proibida. Mas eu via na vitrine do Bazar Americano,
na Rua 13 de Maio, um revólver desses que era lindo e eu queria tanto aquele brinquedo,
e não iria ser feliz enquanto não o tivesse. Perturbei meu pai até ganhar. E
com o tempo, o interesse pelo revólver passou e chegou a idade em que eu não
seria feliz se não tivesse um carrinho de autorama, diferente daqueles que
vinha no jogo. Incomodei tanto meu pai até que o convenci a me dar o carrinho,
que era o símbolo da minha felicidade. E essa fase também passou. Alcancei
então a idade em que só seria feliz quando tirasse carteira de motorista. Há
muitos jovens que pensam assim. Que acreditam que o carro é a coisa que falta,
que mudará tudo. Trará a mudança de perspectiva, terá a mobilidade que lhe
falta, que assim, será visto finalmente. São enfim, tantas vantagens que tendo
um carro, o jovem pensa que será feliz. Mas, apesar de ter tirado minha
carteira de motorista aos 18 anos, ainda assim não vi meu problema ser
resolvido. Muitas coisas são traduzidas por nós como realização das nossas
necessidades, como felicidade. Às vezes utilizamos uma coisa para representar
várias. Por exemplo, um carro pode ser para alguns uma necessidade básica de
sobrevivência, a pessoa precisa do carro para trabalhar, ganhar o seu pão e
sobreviver. Para outro o carro pode trazer a autoestima que ele precisa. Há
pessoas que são inibidas naturalmente, mas quando estão dirigindo perdem a
timidez, e se sentem como alguém que agora, é visto. Porque para essas pessoas,
dirigir um carro significa status, um certo poder. Então vemos que para
diferentes pessoas as necessidades são representadas de maneira diferente.
Mas então porque, ainda que necessidades sejam
supridas, o homem parece não estar atingindo a sua felicidade? Outro dia vi no
noticiário de uma TV britânica, um vídeo mostrando duas jovens suecas, muito
bonitas, loiras, bem jovens, tentando se suicidar na estrada. A polícia tentava
segurar as moças, que fugiam dela. Um carro que vinha em outra direção bateu em
uma das meninas e com o impacto, ela fora jogada para o alto, caindo no
asfalto. Enquanto os policiais a socorriam, descuidaram-se da outra menina, e
esta, que era gêmea, saiu correndo contra um caminhão. O que é isso que está
acontecendo? O que faz duas jovens desejarem se suicidar? Moças que pela
maneira e pelas roupas que usavam, pareciam ser de classe média ou médio-alta,
vindas de um país como a Suécia, que tem um dos maiores padrões de vida no
mundo, uma das sociedades mais evoluídas do planeta, juntamente com a Noruega,
Dinamarca, Suíça, que são países onde as pessoas têm tudo, onde há um padrão de
vida inigualável, não encontrado em outro lugar. Conseguimos imaginar que tudo
isso faz também com que as pessoas sejam extremamente apáticas, não há mais
nada que queiram, pois já têm tudo e tendo tudo se jogam na frente de um
caminhão. Por que será que isso ocorre? Simplesmente porque Maslow não previu
uma necessidade básica, que é na verdade, muito mais imprescindível, a
necessidade de Deus. E por mais que procuremos nas coisas, a satisfação das
nossas necessidades, isso será sempre momentâneo. Um dia você ganha o seu
revólver de cowboy e se acha o máximo, os seus amiguinhos ficam todos invejando
você, mas isso acaba. O carrinho de autorama coloca você na frente do seu
competidor, mas logo isso passa. O carro que você sonhava a cada ano vai
ficando mais velho, o celular que você tem no bolso, certamente, não é o
primeiro que você tem. Por quê? - Ah, o outro não tinha câmera, nem agenda, o
outro não acessava a web como este - Mas amanhã surgirá outro e será criado um
apelo para que você se sinta infeliz com seu atual modelo de celular, até que
você achará que não será feliz enquanto não tiver o último modelo que foi
lançado no mercado.
A necessidade de Deus é básica, primordial de todo
ser humano, por um simples motivo: nós viemos dele! Deus nos criou para termos
comunhão, um relacionamento com Ele, e para que dele não nos afastássemos.
Todos sabemos o quanto é duro se afastar de uma pessoa. Uma mãe que o filho
resolveu viajar para outro lugar, estudar fora do país, por exemplo, fica muito
abalada e estará sempre com o coração na mão. Ou quando o seu filho pequeno vai
passar férias na casa de alguém, você sente que tem alguma coisa que não está
completa. Por quê? Por que ele tem uma relação íntima com você. Vocês são
intimamente ligados e não há como separar isto. O homem foi criado por Deus
para ter um relacionamento íntimo, próximo, ligado a Ele. Não era para jamais
ter sido cortado o cordão umbilical que unia ambos, mas o ser humano se
separou. O ser humano, que achou que poderia por si só, atender suas
necessidades, caiu em pecado. E pecado é isso, é querer fazer a sua própria
vontade, querer atender suas próprias necessidades do seu jeito, da sua própria
maneira. Buscando seus próprios recursos para se satisfazer. Este mundo no qual
vivemos hoje é um mundo construído segundo o modelo do atendimento das
necessidades humanas pelo próprio homem. Este é o mundo em que vivemos, este é
o mundo de Maslow, este é o mundo onde se busca a perfeição. Onde a felicidade
seria alcançada somente através do atendimento das próprias necessidades do
homem, feita por ele mesmo e para ele. Mas que não funcionou e nem vai funcionar.
Ao lermos a Bíblia, que é a Palavra de Deus,
descobrimos que Ele também tem o seu próprio diagrama das necessidades do
homem, sua própria “pirâmide”. Há uma única solução para essas carências. No
evangelho de João esta única saída, se apresenta de diversas formas. Quando
Moisés, um hebreu que quando criança foi colocado por sua mãe numa cesta impermeabilizada
e lançado no rio Nilo para não ser morto, porque o Faraó havia mandado matar as
crianças justamente para acabar com o povo hebreu que estava crescendo muito - ele
é salvo pela filha do Faraó. Acaba sendo criado na corte deste, como um filho
adotivo da princesa do Egito, logo, por adoção, neto do próprio Faraó. Moisés
cresceu ali e tentou resolver as coisas da sua própria maneira também, querendo
salvar o seu povo da opressão dos egípcios. Ele acaba matando uma pessoa e tem
que fugir, vivendo separado, longe do Egito. É lá que Deus o encontra e fala
com ele. Há um momento nesta conversa, em que Moisés, ao saber que fora o
escolhido de Deus para ser o libertador do seu povo, liderando-o na fuga da
escravidão do Egito, pergunta a Deus o que ele deveria dizer quando o povo lhe
questionar quem lhe falou estas coisas. Deus responde a Moisés: - diga que EU
SOU, o EU SOU disse para fazer isto.
E o que é “EU SOU”? Ora, é aquele que tem
existência em si mesmo, aquele que não depende de nada para existir, aquele que
é tudo, que é Deus. Aquele que não tem nenhum adjetivo para descrevermos por
que é Deus, que está muito acima da nossa capacidade de compreensão, muito
acima de qualquer concepção que possamos fazer dele. Nós temos alguma ideia,
mas que é pequena e simples demais para entender um pouco desse conceito. Mas
Deus se revelou como o EU SOU naquele tempo e passaram-se alguns séculos até
que veio alguém a este mundo, Jesus, e se revelou como o EU SOU. No capítulo 8,
versículo 24, do evangelho de João, lemos uma passagem que mostra Jesus numa
discussão com os religiosos da sua época. “Por isso, vos disse que morrereis
em vossos pecados, porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis em vossos
pecados. Disseram-lhe, pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: Isso mesmo que já
desde o princípio vos disse.” Desde o princípio Deus já havia se revelado
como o EU SOU. Aquele que tem em si próprio a existência, aquele que é o único
Deus verdadeiro. Quando abrimos os evangelhos, especialmente o evangelho de
João, descobrimos que Deus um dia se fez homem. Como entender isto? Não há
como, por que se entendêssemos como isto foi possível, seríamos deuses. Deus
está muito acima da compreensão humana, por isto Ele nos revela as coisas. Nós
não entendemos nada por nós mesmos, não recebemos algo com um estalo para
sermos capazes de dizer que agora sim, sabemos quem Deus é. Não é dessa
maneira. Deus revela-se ao homem, por que estas são coisas extremamente altas,
e o homem seria incapaz de perceber que elas existem. E é através de revelação
que entendemos as coisas de Deus. E tudo o que Ele quis nos mostrar, está na
sua Palavra, nesta Bíblia que temos hoje em nossas mãos. Em outro versículo,
agora a partir do 57, ainda neste capítulo 8 do evangelho de João vemos - “‘Disseram-lhe
pois os judeus: ainda não tens cinquenta anos e vistes Abraão?’ Disse-lhes
Jesus: ‘Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse EU SOU.’
Então pegaram em pedras para lhe atirarem mas Jesus ocultou-se e saiu do templo
passando pelo meio deles e assim se retirou.”
Eles estavam ao seu redor, e Jesus ocultou-se
deles. Não havia nenhuma saída secreta, nada, ele simplesmente tornou-se invisível
e passou pelo meio deles e ninguém mais o viu. O EU SOU é capaz de fazer isto.
E em muitas outras passagens ao longo dos evangelhos, Jesus faz revelações que nos
deixam estarrecidos. Quando afirma que viu satanás caindo do céu como um raio,
por exemplo. Onde ele estava pra ver isto? Em que ponto de observação estava
para poder enxergar uma coisa destas? Há vários outros episódios mostrando que
temos aqui, nos evangelhos, a revelação de Jesus como o filho de Deus, aquele
Deus feito carne, Deus feito homem, Deus assumindo a forma humana para vir a
este mundo. No evangelho de João especificamente, Jesus declara sete vezes a
frase EU SOU. E usa esta expressão aplicada a alguma coisa ou pessoa, na forma
de uma analogia com outras. A primeira vez que faz isso, está no capítulo 14, versículo
6: "Disse-lhe Jesus: EU SOU o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém
vem ao Pai senão por mim." EU SOU, e aqui a primeira coisa que ele
diz: O Caminho.
O ser humano busca um caminho. Se observarmos bem, todas
as religiões se apresentam como um caminho para levar a Deus. O budismo diz ser
o caminho iluminado para você atingir o nirvana, o equilíbrio total do
universo. As religiões oferecem filosofias, onde cada uma apresenta um caminho
que é o seu próprio e muitos costumam até mesmo falar, que todos os caminhos
levam a Deus. - Você não deveria ficar falando desse seu caminho como sendo o
certo, por que todos levam a Deus! - Muitos dizem. Este é o pior caso por que,
quem declara que todos os caminhos levam a Deus está achando que conhece todos
os caminhos e assim, teria condições de julgar se todos realmente estão
corretos e que levam a Deus realmente. Mas Jesus falou EU SOU o caminho e
ninguém vem ao Pai senão por mim. É um fato, é algo muito categórico, uma
declaração muito forte. Ele não diz Eu sou UM caminho, vocês podem vir ao Pai
também por meio de mim. É dessa forma que muitas pessoas entendem hoje, Ele é
um caminho. Tal igreja é um caminho. Não! É Jesus, a pessoa de Deus feito homem
que declara EU SOU O CAMINHO e ninguém vem ao Pai senão por mim! Se você
estiver perdido numa cidade ou num país desconhecido e quer chegar a algum
destino você para e pergunta a alguém e essa pessoa dirá pra você ficar
tranquilo, ela mora ali há cinquenta anos, conhece muito bem o lugar. - “Basta
seguir esta rua, virar à direita para encontrar o que procura”. - Pronto, você
sabe o caminho e o que faz nesta hora? Você duvida? - Por que tem que ser à
direita e não à esquerda, porque não ir reto, na diagonal, voltar, virar a
outra rua? Tem tantos caminhos pra chegar lá por que tem que ser este caminho
que ele falou? - Ora, porque a pessoa a quem você pediu informação na rua sabe!
Por que ela conhece a região, e você não. E aqui quem sabe o caminho pra chegar
a Deus, é Ele mesmo. Jesus sabe, e diz "EU SOU o caminho", não há
outro. "Ninguém vem ao Pai senão por mim". Então temos duas
opções: ou ele mentiu e estava enganado, ou ele é mesmo O caminho. Basta ler os
evangelhos para você descobrir que Jesus não iria mentir. Não tem o caráter de
uma pessoa que minta. Leia a Bíblia, você verá claramente, que ele era uma
pessoa no total controle das suas ideias, das suas afirmações. Ou você acredita
que ele é O caminho ou...
Essa é uma das necessidades do ser humano,
encontrar o caminho para ir ao céu, encontrar o caminho para ir a Deus,
encontrar o caminho para ser salvo, encontrar o caminho! Mas O caminho já foi
dado. Será que eu escutei? Será que um dia aceitei este caminho para mim, será
que um dia acatei a indicação daquela pessoa que tem autoridade para falar qual
é o caminho e como chego lá? Ou duvidei? A Bíblia fala que a salvação vem pela
fé, pelo ouvir e ouvir da Palavra de Deus. Quando cremos somos salvos. E crendo
em que? Crendo no Caminho! Não é crer nem mesmo, na informação do caminho, mas
no próprio Caminho, que é Jesus. Isto é muito claro na Bíblia. Portanto, temos
uma das necessidades humanas já resolvida. Desde que tenhamos ouvidos para
escutar o que a diz a Palavra de Deus.
Uma segunda necessidade do ser humano é não apenas
saber qual o caminho a seguir, mas enxergar o trajeto. Quem viaja à noite sabe
que a primeira providência quando está se dirigindo é acender o farol.
Lembro-me de uma vez que cheguei à noite em Florianópolis e precisava subir até
uma casa que ficava na encosta de um morro. Embaixo, não havia luz, tudo estava
apagado e tive que ir andando no escuro. Foi uma experiência terrível por que
não tinha lua, era uma noite nublada sem luz nenhuma, tateava o solo com o pé.
Sem luz não sabemos por onde vamos. Essa é uma necessidade espiritual do ser
humano também, além do caminho, precisamos de luz para enxergá-lo. Sem luz você
não sabe para onde vai. Você pode até ter o percurso, mas não tem ideia de onde
está pisando. Há outro aspecto da luz. Você tem medo do escuro? Quando éramos
criança e nossa mãe apagava a luz pedíamos a ela para acender. Aquele pavor é
normal, por que a luz também nos dá segurança, ela nos ajuda a entender que
nada vai acontecer, que nenhum monstro chegará de repente. A luz nos faz
enxergar e tira nosso medo. Quando uma criança tem medo você acende a luz e o
medo vai embora. Quando lemos precisamos de luz. Quando queremos entender
alguma coisa, precisamos de “luz”. O microscópio não funciona sem luz, é
necessário ter uma fonte para iluminar o objeto que está sendo examinando, só
assim pode-se entender o que esse vê. A luz também nos dá discernimento, nos dá
compreensão das coisas que estamos vendo. Há outra coisa bastante interessante
sobre esse tema. Observe num poste de rua, o que acontece com os insetos. Eles
estão sendo atraídos pela luz. A luz então, nos atrai, nos leva para ela.
Lembro-me quando estava aprendendo a dirigir, uma
das coisas que meu pai me ensinou foi que quando estivermos cruzando com um
carro na estrada que vem em sentido contrário, nunca devemos olhar no farol do
outro carro, por que quando fazemos isto, automaticamente levamos a direção
para o lado do outro carro. É o que acontece num atropelamento de uma pessoa
num acostamento. Aconteceu por que o motorista olhou para a pessoa. Quando você
olha para algum lugar, também se dirige para lá. Quem estudou desenho e
propaganda sabe que quando houver uma mensagem num texto, e nesta página junto
houver uma foto de uma pessoa de perfil, nunca se deve colocar o perfil da
pessoa com o nariz apontado na direção contrária ao texto. O certo é colocar o
nariz apontado na direção do que está escrito, por que isto faz com que a
pessoa que olhar a foto, olhe também o texto, por que é o lado para o qual a
pessoa fotografada está olhando. A luz nos dá a capacidade de olhar, de
enxergar, de ver a direção das coisas. Aliás, a luz é que permite ao ser humano
enxergar. O que nós vemos nada mais é do que o reflexo da luz nos objetos
trazendo estímulos visuais de cores, de formas, etc.
A luz também nos fornece a sensação de calor. Se
você já estiver, por exemplo, fazendo uma caminhada, e ao voltar cansado à
noite vir uma luz na janela, pensa automaticamente em um lugar confortável, em
acolhimento, em calor, em atendimento das suas necessidades. Você se sente bem
em olhar para aquela luz. Aquilo é um lugar bom e gostoso para você ir, é
atraente, porque nos dá essa sensação de calor.
A luz ainda faz com que as plantas cresçam, ela
traz crescimento. Você já observou um girassol? É uma coisa impressionante. A
planta crescendo em direção ao sol, a luz atraindo-a. Sem a luz não haveria
crescimento. E a luz, além de tudo isso, salva. Em alguns lugares do litoral no
Brasil há aqueles famosos faróis que servem para guiar embarcações. Uma luz que
fica girando e piscando e que salva navios, que se não fosse pela existência
dessa luz, avisando quando há perigo, iriam se arrebentar nas rochas. Quando o
avião vai aterrissar num aeroporto, a pista inteira está iluminada com pontos
de luz, por que é essa luz que mantém o avião no seu curso correto.
E Jesus fala: EU SOU a luz do mundo. Em João, no
capítulo 8, versículo12: "Falou-lhes pois Jesus outra vez dizendo eu
sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas mas terá a luz da
vida." Depois de lermos esta lista de coisas que a luz faz para nossa
vida natural, podemos imaginar, o quanto fará por nossa vida espiritual. Se
necessitamos tanto de luz para viver neste mundo quanto mais necessitamos de
luz para viver na eternidade. Jesus é a luz do mundo. Ele falou: "Quem
me segue não andará em trevas". Assim como você precisa do caminho,
precisa também desta luz. Precisamos todos de ambos. Se desejarmos viver da maneira
que Deus quer e pelo menos por toda a eternidade, não poderemos viver sem isto.
A terceira coisa que encontramos e que também está
relacionada com uma necessidade humana assim como a luz e o caminho está no
capítulo 6 do evangelho de João, versículos 47 e 48: "Na verdade, na
verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da
vida." Aquele que se alimenta desse pão jamais terá fome. Nós
precisamos de alimentação. Até Maslow coloca esta necessidade como a básica do
ser humano. Precisamos de alimentação para viver, para sobreviver. Precisamos
de pão e Deus enviou ao mundo um pão do céu. No Antigo Testamento quando os
hebreus, liderados por Moisés, andavam pelo deserto depois de sair do Egito
indo em direção à Canaã, a terra prometida, não havia comida no deserto e Deus
providenciou o maná que caía do céu sobre o orvalho e era uma coisa muito
saborosa. Disso se alimentou aquele povo durante quarenta anos sem precisar de
outro alimento além desse. Deus chama o maná em sua Palavra, que é a Bíblia, de
pão do céu. No capítulo 6 nos versículos 48 a 50 Jesus fala: "Eu sou o
pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que
desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu
do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a
minha carne, que eu darei pela vida do mundo." Ele anunciava aqui algo
que ainda iria acontecer com ele.
Outra necessidade humana que a Bíblia nos mostra
como sendo importante, está no capítulo 10, versículo 7 do mesmo evangelho: "Tornou,
pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que EU SOU a porta das ovelhas. Todos
quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os
ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e
sairá, e achará pastagens." EU SOU a porta. A porta nos fala de muitas
coisas. Naquela lista de necessidades que lemos no início, havia a segurança. E
a porta atende esta necessidade, pois ela nos mantém seguros. “Entrará e sairá
e achará pastagens”, isso se refere ao lugar onde as ovelhas eram colocadas no
tempo do Novo Testamento, onde havia um muro, uma porta, e a ovelhas eram levadas
para dentro e lá havia alimento para elas que se mantinham protegidas dos
perigos, longe dos lobos. Atrás daquela porta havia segurança e havia também
alimento, havia preservação da vida enfim. E a porta simboliza isto também para
nós. Ela faz a separação também para o ser humano dos perigos que existem lá
fora. E Jesus falou EU SOU a porta. Precisamos desta porta que é Cristo. E
precisamos também da distinção que ela fornece. Quando você recebe alguém em
sua casa, abre, naturalmente, a porta para a pessoa entrar. As pessoas costumam
se referir a uma porta, quando surgem oportunidades nos negócios, por exemplo,
usando expressões como: uma porta se abriu; encontrei as portas abertas; algo
de muito bom vai acontecer por que eu tive a porta aberta. E agora Jesus está
falando EU SOU a porta. Ele é a própria porta aberta, que não está fechada!
Está absolutamente disponível a qualquer um que creia em Jesus. Para assim
poder entrar e encontrar pastagem, alimentação, segurança, encontrar mantimento
NELE. Satisfação nele, naquele que é o pão, que é o caminho, que é a luz,
aquele que é a porta. O atendimento completo das nossas necessidades.
Existe outro lugar na Bíblia onde ele fala também o
EU SOU. Neste mesmo evangelho, que devemos lembrar que é o evangelho onde é
revelada a divindade de Cristo. Você se lembra de que uma das necessidades de
Maslow era a de pertencer? O ser humano tem esta necessidade de pertencer a
alguma coisa, de ter relacionamento com pessoas. Por isso existem tantas
associações, clubes, círculos de amizade, porque o ser humano se sente bem
quando pertence a alguma coisa, onde tem outras pessoas que o apoiam, que
pensam como ele. Agora vamos ver o que Deus fala dessa necessidade, só que
aqui, é um pertencer muito mais elevado, obviamente. João 15:5 "EU SOU
a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto,
porque sem mim nada podereis fazer." Este versículo é muito caro ao
meu coração por que me lembro do primeiro ano na escola, quando estava
aprendendo a ler e escrever e depois por todo o primário. Todas as vezes que
iríamos ter uma sabatina, minha mãe escrevia numa tirinha de papel e eu tinha
que explicar à professora que aquilo não era cola, mas algo para eu colocar em
cima da carteira onde dizia "sem mim nada podeis fazer". Minha mãe
pegava este trechinho do versículo e eu fazia a prova olhando para ele. Eu não
conhecia Jesus naquele tempo como conheci depois da minha conversão em 1978,
mas hoje eu sei e a Bíblia diz "sem mim nada podeis fazer",
absolutamente nada! Respirar sem Cristo, não é possível, nem viver sem Cristo.
Um versículo em Hebreus 1:3 diz que Ele sustenta
todas as coisas pela palavra do seu poder. A minha mão não pode entrar na
madeira, sendo que a madeira é formada por átomos e minha mão também, por que
os átomos da madeira e da minha mão não se misturam? Por que Cristo mantém
todas as coisas, todo o Universo é integro pela palavra do seu poder. Seu coração
está batendo e seu sangue está fluindo por que Ele o mantém assim. Seu cérebro
está pensando por que Ele o mantém dessa maneira. Ele mantém todas as coisas,
todo o Universo. Olhe para o céu e veja as estrelas, é Ele quem as segura em
seu lugar, cada planeta. Ele mantém todas as coisas pela palavra do seu poder.
Sem Ele nada podemos fazer e nada pode existir. Todas as coisas foram feitas
por Ele e para Ele. Ele é o princípio e o fim de todas as coisas. Ele é o
objetivo de Deus em todas as coisas. É Cristo! E eu pergunto o que estamos
fazendo com Ele? Será que eu já me entreguei a ele, será que eu já cri nele,
será que eu já o aceitei?
A videira tem uma característica interessante.
Quando um galho está ligado à videira ele está resistente, mas se é retirado
dela, ele se quebra. Perde a seiva, seca e quebra. Outro aspecto da videira é
que ela cria uma relação com o tronco ao qual está ligada e atende
maravilhosamente, no caso de Cristo, esta necessidade que temos de pertencer a
alguém e de saber que somos queridos por alguém, de saber que temos alguém que
nos mantém, que nos segura, que nos prende a ele, alguém que nos dá um lugar de
resistência nele. Nele nós somos resistentes, temos força, nele temos condições
de sobreviver.
Uma necessidade também apresentada e associada a
esta expressão EU SOU está no capítulo 10 do evangelho de João, versículo 11:
"EU SOU o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas."
Mais adiante, versículo 17: "Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha
vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou;
tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de
meu Pai." O que é um pastor? Primeiro, um pastor nos fala de cuidado.
Pastor é aquele que cuida das ovelhas. Todos nós queremos ser cuidados por
alguém. Todo mundo gosta de um cafuné, de atenção, de um cuidado. Crianças
gostam de colo e quando crescemos o que somos? Crianças crescidas! Continuamos
gostando de colo, gostando de ter um abraço, um cuidado, de ter alguém que zele
por nós. Quem tem filhos pequenos sabe o quanto uma criança necessita de
cuidados e mesmo quando ela se mantém rebelde, faz traquinagens e desobedece, e
você a disciplina, a primeira coisa que ela faz depois, é abraçar você. Ela
encontrou os seus limites, encontrou alguém que cuida dela, ela se sente
segura. Além do cuidado, precisamos de proteção e o pastor protege as ovelhas,
ele está pronto a lutar contra os ladrões, os lobos ou qualquer coisa que tente
tirar suas ovelhas. O pastor conhece suas ovelhas, e cria condições para que as
suas ovelhas o conheçam. Se você já teve um bichinho de estimação, independente
de que tipo era o animal, você sabe que ele conhece o seu dono. Foi o dono que
tratou dele. Meu pai contava uma história de quando era criança e morava num
sítio. Havia nesse lugar, um cavalo que estava doente, com uma infecção na pele
comumente chamada de bicheira, ocasionada pelo grande acúmulo de larvas de
moscas. Era terrível para o cavalo que tentava se coçar e não podia. E esse animal
não tinha afeição a ninguém, era um cavalo de carroça, mas meu pai que era
muito menino ainda começou a tratar da ferida com creolina, tirando os vermes e
limpando a área. Ele dizia que daí para frente todas as vezes que chegava ao
pasto, o cavalo que podia estar longe como fosse, vinha correndo até meu pai.
Ele reconhecia aquele que cuidava dele.
Você conhece Jesus como aquele que cuida de você?
Você o tem como o seu pastor, aquele de quem você precisa dos seus cuidados? E
não só um pastor. Aqui fala que o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Realmente o pastor luta pelas suas ovelhas e pode ser atacado por um lobo, pode
até ser morto pelo lobo dando sua vida por quem ele cuida. E quando Cristo veio
ao mundo não veio apenas para nos dar exemplos. Não há dúvida de que são ótimos
os exemplos que ele nos deu, mas ele não veio apenas ensinar. Sim, seus ensinos
são ótimos e devemos segui-los, mas ele também não veio só para isso, Jesus
veio ao mundo com uma missão: morrer por nós! Veio colocar-se na nossa frente
na hora em que viesse o juízo de Deus para que este não nos atingisse. Deus
precisava julgar o pecado do homem porque este pecou. Afastou-se e rebelou-se
contra Deus. Na justiça humana aceitamos com facilidade que um bandido, um
assassino, um ladrão precisem ser julgados. Qualquer pessoa que cometa algum
crime, qualquer desobediência à lei deve ser julgada. O homem desobedeceu. Deus
precisava, mesmo não querendo, julgar o homem, porque Ele é justo. Deus queria
salvá-lo, mas para isso, era necessário julgar. Então Ele se fez carne na
pessoa de seu filho Jesus, que veio a este mundo e se colocou na cruz. Imagine
você a cena. No momento de lançar o Seu juízo contra o pecado, contra você, o
pecador, Deus viu que alguém apareceu na frente, entre você e Deus. Alguém que
se faz de anteparo para este julgamento. Servindo como aquele que receberá todo
o juízo que não merece, por causa dos seus pecados. Foi o que Jesus fez. Ele se
colocou entre nós e Deus na hora de receber o castigo pelos nossos pecados e
com isto pode nos salvar. E Deus é justo, por ter aplicado a sentença contra o
pecado, e é também misericordioso para salvar o pecador que crê em Cristo Jesus
como seu salvador. O pecador que se abriga nesse sacrifício que foi feito na
cruz do calvário há dois mil anos.
Estava num restaurante conversando com um grupo de
jovens, enquanto esperava um lugar. Falávamos da finitude das coisas. Pedi a
eles que olhassem em volta: estão vendo todas estas pessoas? Daqui a cem anos
todas elas e mais aquelas que vocês conhecem, estarão mortas. Olhem em volta,
façam uma lista das pessoas que vocês conhecem hoje, peguem os seus contatos e
olhe cada um, daqui a cem anos nenhum deles estarão mais aqui. Exceto alguns
poucos que poderão chegar aos 110, 115 anos, mas a imensa maioria estará morta.
E este é o grande problema do homem: a morte. Porque o homem desejar viver. E
esta é uma grande necessidade não prevista por Maslow. Existe o anseio que
todos têm de viver. O homem luta pela vida. Veja uma pessoa se afogando, ela
luta para sobreviver; outra que é atacada por alguém, igualmente luta para se
manter viva, não quer morrer. Há homens que na sua angústia, no seu desejo de
permanecer nem que seja apenas "em memória" põem seus nomes nas ruas,
em salas, em bancos de jardim, fazem estátuas, por que eles querem de alguma
forma, permanecer na lembrança, não querem ser lançados no esquecimento.
Logo, além de bom pastor, o sétimo EU SOU que
encontramos no evangelho de João está no capítulo 11, versículo 25: "Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?"
Essa é a pergunta que deixo para você responder. Você crê nisso? Crê em Jesus
como seu Caminho, sua Luz, seu Pão, seu Bom Pastor, sua Porta, sua Videira
Verdadeira, como a sua Ressurreição e a sua Vida? Você crê nele? Ele disse isto
um pouco antes de ressuscitar Lázaro, um homem que estava morto há quatro dias.
Jesus Cristo veio ao mundo para morrer. Ressuscitou
três dias depois, está hoje no Céu e a sua Palavra é esta que você acabou de
ouvir, é que você tem nas mãos. Está na Bíblia. O evangelho das boas novas da
salvação. Crês tu nisto?
Transcrição do áudio e revisão do texto por José Lima, Bel Fusaro e Nina Sena