http://files.3minutos.net/Celebridades.mp3
Youtube: https://youtu.be/M5ul6PpI3-0
Celebridades
Mario Persona
João11:1: "Estava, então, enfermo um certo
Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que
tinha ungido o Senhor com ungüento e lhe tinha enxugado os pés com os seus
cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo. Mandaram-lhe, pois, suas irmãs
dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo isso,
disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o
Filho de Deus seja glorificado por ela. Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã,
e a Lázaro. Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar
onde estava. Depois disso, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a
Judéia. Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam
apedrejar-te, e tornas para lá? Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se
alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas, se andar de
noite, tropeça, porque nele não há luz. Assim falou e, depois, disse-lhes:
Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os
seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isso da sua
morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. Então, Jesus
disse-lhes claramente: Lázaro está morto, e folgo, por amor de vós, de que eu
lá não estivesse, para que acrediteis. Mas vamos ter com ele. Disse, pois,
Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com
ele.
Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro
dias que estava na sepultura. ( Ora, Betânia distava de Jerusalém quase quinze
estádios. ) E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca
de seu irmão. Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro;
Maria, porém, ficou assentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se
tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também, agora, sei que
tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de
ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do
último Dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca
morrerá. Crês tu isso? Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o
Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. E, dito isso, partiu e chamou em
segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está aqui e chama-te. Ela, ouvindo
isso, levantou-se logo e foi ter com ele. ( Ainda Jesus não tinha chegado à
aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara. ) Vendo, pois, os judeus
que estavam com ela em casa e a consolavam que Maria apressadamente se
levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali.
Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava e vendo-o, lançou-se aos seus
pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Jesus, pois, quando a viu chorar e também chorando os judeus que com ela
vinham, moveu-se muito em espírito e perturbou-se. E disse: Onde o pusestes?
Disseram-lhe: Senhor, vem e vê. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede
como o amava.
E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu
os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse? Jesus, pois,
movendo-se outra vez muito em si mesmo, foi ao sepulcro; e era uma caverna e
tinha uma pedra posta sobre ela. Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do
defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias.
Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai,
graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu
disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me
enviaste. E, tendo dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora. E o
defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto
num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir. Muitos, pois, dentre os
judeus que tinham vindo a Maria e que tinham visto o que Jesus fizera creram
nele."
Todos os anos a revista americana Forbes lança uma
lista das celebridades mais famosas do mundo. E todas essas pessoas têm um
desejo muito grande de aparecer nessa lista, que apesar de muito importante,
tem um pequeno problema. Todos os anos ela muda. Se pegarmos a lista do ano
passado das pessoas mais famosas do mundo, que podem variar entre grandes nomes
da política, da indústria, do comércio e principalmente artistas, modelos e
cantores, notamos que aquela pessoa que dedicou-se ao máximo em sua carreira e
que teve o prazer de ver o seu nome entre os cem maiores do mundo - talvez ela
tenha estado entre os dez, ou possa ainda ser o número um da lista - no ano
seguinte, muito provavelmente, ela terá perdido o posto. Porque surgirá um outro
industrial, um outro cantor, uma nova modelo que vai tomar aquele lugar que
antes pertencia a ela. Mas há uma lista de celebridades que é permanente, ela
não muda e dela qualquer pessoa pode fazer parte. Esta lista é a Bíblia. Na
Bíblia, que é a Palavra de Deus, encontramos alguns nomes que se tornaram
célebres ao longo da história. Muitas pessoas inclusive, já foram batizadas com
nomes dessas celebridades. Meu segundo nome é José. Existem José, Davi, João,
Tiago, Marta, Maria, enfim, esses são nomes de verdadeiras celebridades. Nomes
que não surgiram de uma revista, que decidiu colocá-los numa lista, mas Deus!
Ele achou que esses nomes eram dignos de constar nas páginas da Bíblia e até
hoje, mesmo depois de tanto tempo, ainda falamos nessas pessoas.
Neste capítulo que lemos, já encontramos duas:
Marta e Maria, além do seu irmão, Lázaro. É interessante como este capítulo se
inicia. Ele fala de uma cidadezinha chamada Betânia, mas não disse que Maria e
sua irmã Marta eram de Betânia. O Espírito Santo, quando inspirou o apóstolo
para escrever, colocou na ordem que achou ser importante. Betânia era a aldeia
de Maria e sua irmã Marta. Uma aldeia que não tinha nada lá além de meia dúzia
de casas, que ficava perto de Jerusalém e que jamais teria qualquer projeção
mundial sem esses três irmaos. Betânia é conhecida em todo o mundo por causa
dessas celebridades de Deus. Maria, Marta e Lázaro. E Deus se agrada tanto
dessas pessoas, mesmo que elas não tenham feito absolutamente nada de especial,
a não ser, se deixarem amar por Deus, se salvar por Cristo. São pessoas que
simplesmente temeram a Deus, que não confiaram em si mesmas e esperaram nEle
todas as coisas. Conheceremos aqui, um pouco mais de Maria, Marta e
especialmente de Lázaro, num capítulo que normalmente é conhecido como o
capítulo da ressurreição de Lázaro. Porém, se o lermos de uma maneira um pouco
diferente, poderemos dizer que este é o capítulo em que Jesus não curou Lázaro.
É uma outra forma de enxergar as coisas, porque ele realmente não curou Lázaro.
Jesus recebe uma notícia enviado por Marta e Maria
que Lázaro, aquele a quem Jesus amava, está enfermo. Ora, se um grande e amado
amigo de Jesus estava enfermo, qual a primeira coisa que ele teria que fazer?
Aquele que curou pessoas doentes, leprosos, ressuscitou mortos, deveria ir
correndo para Betânia. Curiosamente também, lemos no versículo 4: "E
Jesus, ouvindo isso, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória
de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela." Imagine
você numa situação dessas, tendo em casa um parente querido passando mal. Você
telefona para o Pronto Socorro e o médico diz que esta enfermidade não é para a
morte, mas sim para o progresso da medicina, que será muito exaltada através
dessa doença. Além disso, o médico ainda completa dizendo que vai ficar dois
dias ali onde está e só depois irá a sua casa, atender o doente. É claro que
isto seria uma decepção muito grande para você que ligou.
Mas Jesus não é médico. É extremamente útil que
entendamos isso.
As pessoas costumam recorrer a Cristo como um
médico, como aquele que pode curar todas as doenças. Mesmo que Jesus tenha
curado - porque ele é Deus e isto não não está fora do seu poder - é importante
entendermos, principalmente hoje, onde se dá tanta ênfase a milagres, sinais, maravilhas,
a coisas espantosas enfim, e quando existem tantos pregadores vendendo curas em
cada esquina, que Jesus não é médico. Ele é Deus! Considerá-lo médico apenas, é
como falar que Einstein era um excelente professor de tabuada, ou seja, é reduzir
esta pessoa. É muito comum encontrarmos esse conceito no espiritismo, por
exemplo. Muitos ali veem Jesus dessa forma. Na casa de um adepto do espiritismo
há sempre um quadro com uma imagem de Jesus curando alguém, mas não é isso o
que Ele é, Jesus é Deus! E quando aceitamos isso, passamos também a entender a
razão pela qual ele curava as pessoas. Vemos que ele curava e que também os
seus discípulos faziam o mesmo.
Depois que Cristo morreu e ressuscitou, no livro de
Atos vemos pessoas sendo curadas. Às vezes o lenço do apóstolo era um
instrumento para curar alguém. Porém, curiosamente, encontramos discípulos de
Cristo ficando doentes. O próprio apóstolo Paulo tinha uma enfermidade a qual
ele chamava de espinho na carne e que muito lhe incomodava. Ele pediu três
vezes a Deus para ser curado e o Senhor falou que a Sua graça lhe bastava.
Igualmente, vemos um relato no Novo Testamento dizendo que Paulo deixou Trófimo
enfermo na cidade de Mileto e foi embora. Por que Paulo não curou Trófimo que
era um discípulo também? Em outra passagem vemos Paulo escrevendo na carta a
Timóteo para este tomar um pouco de água misturada com vinho para as constantes
enfermidades que tinha no estômago. Ora, por que não mandar o seu lenço
poderoso para curar Timóteo? Porque as curas na Bíblia tinham um propósito!
Quando Cristo veio ao mundo, ele fez uma série de
milagres e curas, mostrou com vários sinais as suas credenciais de Messias, já
que era isso o que os judeus esperavam. Lemos isso na primeira carta de Paulo
aos Coríntios, quando ele diz que os judeus pedem sinais e os gregos buscam
sabedoria. Deus mostrou que o Messias que eles aguardavam estava no mundo e
agia como deveria agir, fazendo todas aquelas curas que tinham sido anunciadas
no AT que o Messias faria. Logo, quando vemos esse relato e começamos a
entender que Jesus não veio ao mundo para curar pessoas, mas que veio para
salvar pecadores, então compreendemos que as curas esporádicas que aconteceram,
eram apenas algo como uma fresta que Deus abria para mostrar como será no
futuro quando Cristo reinar neste mundo. Não haverá doenças, nem morte, nem
dor. É como se ele abrisse uma cortina e mostrasse para as pessoas o que
existia além dela.
E aqui nós o encontramos aguardando dois dias no
lugar onde estava e ainda levaria mais dois dias para chegar ao lugar em que o
corpo de Lázaro está. Sabemos isso porque quando ele chega é mencionado que
havia quatro dias que Lázaro estava sepultado, seu corpo já estava no estado
inicial de decomposição. Não é dito qual a doença de Lázaro, só sabemos que ele
estava enfermo. No versículo 11 Jesus diz a seus discípulos: "Lázaro, o
nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os seus
discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isso da sua morte;
eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. Então, Jesus disse-lhes
claramente: Lázaro está morto." Não havia mais esperança para Lázaro.
Humanamente falando, Lázaro acabou.
Você já viu uma pessoa morta? Eu vi meu pai e minha
mãe morrerem, estava com os dois na hora de sua partida. Quando minha mãe
faleceu, senti uma coisa muito estranha porque num momento ela estava ali
respirando, com seu corpo debilitado, mas ainda viva, e de repente, deu seu
último suspiro e morreu. No dia anterior ela ainda era capaz de falar.
Conversávamos e ela estava inclusive muito bem, de espírito tranquilo, pediu
que minha irmã escolhesse o vestido como o qual seria enterrada. Ela olhava
para a janela e falava: “Filho, Jesus vem por ali me buscar”. Minha mãe estava
muito segura da sua salvação e da sua fé em Cristo. Mas é estranho, porque
minutos antes ela estava ali, era um corpo vivo que respirava, e de repente, na
hora em que faleceu, havia um corpo morto, sem movimento algum, que havia
perdido a cor, que não tinha mais nada.
Nós todos estavávamos chorando, tristes, e alguém
disse que precisaria de um certo documento e lembramos que o tal documento
estaria na gaveta da cômoda, mas ela estava trancada. Minha mae guardava a
chave. Aquela foi uma situação muito esquisita. Aquela pessoa estava ali, a
cômoda estava ao lado. A pessoa sabia onde estava a chave, bastava ela falar
aonde. Mas não era mais possível porque toda a esperança de comunicação tinha
acabado. Embora o corpo estivesse ali, a pessoa não estava mais, as suas
memórias não estavam, os seus gostos, os seus desejos, as suas alegrias, as
suas tristezas não estavam mais ali. Acabou tudo. A morte faz acabar a pessoa
pra este mundo. A pessoa que morre passa para uma outra esfera e é isso o que
Jesus está falando aqui. Que Lázaro estava morto. Não havia mais o que fazer.
Ele ainda diz que são doze as horas do dia e quem caminha de dia não tropeça,
não cai. Ele está se referindo ao tempo.
Existe um momento do dia para trabalharmos,
fazermos todas as nossas atividades e existe um momento do dia em que devemos
dormir, ou seja, existe uma hora certa para cada coisa. E ele sabia que ainda
não havia chegado a hora de ele fazer o que faria. Os discípulos estão
preocupados e falam que não o deixarão ir sozinho, porque há pouco tempo
pessoas queriam apedrejá-lo, Tomé inclusive fala que todos devem ir juntamente
com Jesus e morrer com ele. Obviamente que ninguém iria morrer, Jesus sabia que
ainda não era chegada a sua hora. E ele vai, sabendo que havia ali somente um
morto.
No AT há uma passagem em Levítico 13, que fala da
lei judáica, que Deus deu através dos anjos a Israel. Havia nessa Lei uma série
de preceitos e um deles falava especificamente da lepra. Não havia nada sobre o
câncer, sobre a gripe comum, ou sobre a úlcera, mas tinha a lepra. E ao longo
da Bíblia sempre encontramos esta doença com uma conotação de pecado. A lepra
então, na Bíblia, como muitas outras coisas, tem o seu significado real, ou
seja, lepra é uma doença que de fato, existe, mas em determinados momentos ela
representa o pecado.
Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus, entrou o
pecado no mundo e com o pecado entrou a morte e a morte passou a todos os
homens, porque todos pecaram. O pecado tem uma característica muito parecida
com a lepra. Esta é a doença mais antiga encontrada em registros, nos papiros,
em documentos egípcios. Ela tem um período de incubação muito longo, às vezes
uma pessoa pega lepra e vive anos com essa doença que às vezes nem se
manifesta. Há casos de pessoas que morrem antes de a enfermidade se manifestar.
Mas quando ela aparece na pele, começa a causar uma deterioração dos nervos e o
doente deixa de ter sensibilidade na pele. Podemos ver leprosos que não possuem
partes do nariz, mãos, que tem o corpo cheio de feridas, e pensamos que tudo
isto foi motivado pela lepra, mas não é exatamente essa a razão. É a perda da
sensibilidade que faz um leproso não poder usar um sapato que aperte o pé, por
exemplo, porque aquilo vai machucá-lo, e ele não vai sentir que está machucando,
e aquele ferimento vai se contaminando cada vez mais, até virar algo mais
grave, que vai corroer a pele, causando muitas vezes, a perda de um dedo do pé,
por exemplo.
O pecado por sua vez, tem todas essas
características. Ele está incubado no ser humano. Todos nascemos com ele, como
se fosse uma doença que já nascemos contaminados. Às vezes ele não se manifesta
tão claramente em uns como se manifesta em outros. Encontramos uma pessoa tão
boa, aparentemente, e nos perguntamos como ela pode ser pecadora? Imagine! Tão
boa, tão justa, tão correta! E então pensamos num bandido, este sim, é
terrível, o pior dos facínoras. Na realidade os dois são pecadores. Em um, o
pecado se manifestou de uma forma e no outro ainda está incumbado, ou se
manifesta de outra forma que talvez não notamos, em pensamentos talvez. Quando
era percebido que um israelita, do Antigo Testamento, estava com lepra, os
sacerdotes tinham que expulsá-lo do acampamento que ele morava.
Até recentemente era muito comum encontrar
comunidades de leprosos separadas das outras pessoas. No tempo de Israel
acontecia o mesmo, eles eram deixados longe da população. E os sacerdotes de
Israel iam visitá-los a fim de analisar como estava o desenvolvimento da
doença, porque ela ia se espalhando pela pele, dando alguns sinais curiosos ao
sacerdotes. Lemos em Levítico 13 que quando ela cobrisse o leproso da cabeça
aos pés, este era dado como limpo da lepra, ou seja, não era mais considerado
imundo. É estranho pensarmos nisto. Quando a doença cobriu da cabeça aos pés a
pessoa, já não há parte alguma sem a doença, então, o doente é considerado
limpo. Isto também possui um sentido figurado, um sinal para nós do que o
Senhor Jesus está fazendo neste capítulo com Lázaro. Ele está esperando que o
pecado, que leva a morte - não que Lázaro fosse uma pessoa má, ele era um
pecador como todos nós- cobrisse Lázaro totalmente.
Porque o pecado é como um anzol. Quem já foi pescar
e ao jogar a linha fisgou alguém no cabelo, na orelha, sabe como aquilo dói. E
quando isso acontece, a pessoa que jogou o anzol deve correr na direção da
vítima para retirar o anzol que penetrou na pele, a fim de aliviar a dor. O
pecado tem um anzol que o apóstolo Paulo chama de aguilhão do pecado, o
espinho, o ferrão do pecado. E ele nos pegou a todos, seres humanos e todos
estamos sendo inexoravelmente arrastados para a morte.
Você conhece uma pessoa que há duzentos anos está
viva? Certamente não. Todos caminhamos para a morte, esse o destino de todos,
inclusive de Lázaro. E Jesus espera que a morte tome conta dele, que ela o
pegue. Porque Lázaro representa cada ser humano, cada pecador que tem o seu
destino já selado, porém que possui uma esperança: Cristo. Lázaro podia esperar
em Cristo por que Jesus o amava. Lemos que “Lázaro, aquele que tu amas está
enfermo”. E ele amava tanto Lázaro que chora ao chegar ao túmulo. Jesus, que é
Deus e ao mesmo tempo, homem, chora de dor e de tristeza. Ele assumiu de tal
forma o seu papel de homem - porém, sem pecado - que o encontramos nos Salmos,
que conforme sabemos, apresentam os sentimentos de Cristo - mostrando o que
sente sendo homem. Ao abrirmos nossas Bíblias no livro de Salmos não devemos
procurar, tal como fazem muitas pessoas, instruções para nós mesmos, mas
devemos ler aquele livro da Bíblia, como sendo os sentimentos de Jesus. Só
assim entendemos o quanto ele se identificou na sua humanidade com cada um de
nós, sofrendo as mesmas coisas que sofremos, pensando nas coisas que pensamos,
tendo os mesmos sentimentos, as mesmas tristezas, as mesmas alegrias. Ele andou
neste mundo como um homem perfeito, mas como homem!
Quando Jesus começou seu ministério na terra, foi
apresentado por João Batista, que estava batizando judeus no deserto. Jesus vai
até João que anunciava: “arrependei-vos porque é chegado o reino de Deus.
Jesus pede para ser batizado. Mas João estava fazendo um batismo de
arrependimento, mas Jesus quer ser batizado mesmo não tendo qualquer pecado,
porque ele queria tomar o mesmo lugar que todos os seres humanos, pecadores,
estavam. E foi, juntamente com aqueles que tinham muito do que se arrepender,
batizado.
Então ele, como homem que ama aqueles que veio
salvar, vai se encontrar na aldeia de Betânia com Marta e Maria, duas mulheres
que representam diferentes pessoas. Temos Marta, voluntariosa, muito ativa,
pronta para fazer tudo, uma pessoa decidida e que resolve tudo que precisa.
Numa outra passagem, em que Jesus está na casa desses três irmãos, vemos Marta
muito ocupada em muitos serviços, enquanto Maria, ficava aos pés de Jesus ouvindo-o
falar. Marta resolve reclamar de Maria com Jesus, dizendo que sua irmã não a
está ajudando e Jesus responde a Marta que ela está ocupada demais com muitas
coisas, quando uma só é necessária, e Maria escolheu esta coisa. Que era ele, a
própria pessoa de Cristo. Maria por sua vez, era o inverso de Marta, era aquela
que ficava aos pés de Jesus escutando. Mas ali, encontramos ambas, com os
mesmos desejos e fazendo a mesma pergunta a Jesus.
Primeiramente, Marta, quando fica sabendo que ele
chegou corre ao seu encontro e diz para ele: “Senhor se tu estivesses aqui meu
irmão não teria morrido”. Marta não viu ainda quem é aquele Jesus, não percebeu
diante de quem ela estava. Ela queria um médico, ligou para o pronto socorro
quando mandou a mensagem. A verdade é que ela não mandou aquela mensagem para
Deus, mas para o médico, para aquele Jesus que curava, que multiplicava pães e
que fazia tantas maravilhas. Ela diz ainda: “Mas também, agora, sei que tudo
quanto pedires a Deus, Deus to concederá. E Jesus responde:Disse-lhe
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. E Marta, que temia a Deus, conhecia as
escrituras e sabia das promessas de Deus fala: “Eu sei que há de ressuscitar
na ressurreição do último Dia”. Ao que Jesus afirma: ”Eu sou a
ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo
aquele que vive e crê em mim nunca morrerá”. Ele não quis dizer que uma
pessoa morta irá crer nele, mas quem crê nEle voltará à vida, viverá. Perceba
também que ele não diz: eu ressuscito. Mas sim, eu sou a ressurreição, eu sou a
vida.
Existe uma passagem da Bíblia que diz que só Deus
tem nEle a imortalidade. Ter em si a vida, que é um atributo divino, porque
Deus a soprou no ser humano e o homem tornou-se alma vivente. Deus tem a vida
em si, e Jesus é Deus. "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê
em mim ainda que esteja morto viverá. Crês tu nisto?” pergunta ele a Marta
que responde: “sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o filho de Deus que
havia de vir ao mundo”. Oh! Não foi Marta quem chegou a esta conclusão. O
Espírito Santo está usando Marta, como uma vez usou Pedro para falar isto.
Pedro também testemunhou de algo que estava muito além de sua compreensão. Mas
Marta disse “eu creio”. E você, se eu lhe perguntar, se você crê que Jesus é a
ressurreição? Você crê que Jesus é a vida? Crê que ele tem e que só ele pode
dar vida? “Eu creio”. Esta é a resposta de cada coração que deseja salvação.
Marta disse que cria nisso, e nesse instante,
partiu para chamar Maria em segredo. E o que ela faz com Maria é muito bonito,
porque Marta fala a sua irmã que o Mestre está lá e que a chama. É este o aviso
que está sendo dado neste mundo o tempo todo. Até que Cristo volte para buscar
a sua igreja, que são todos aquele que Ele salvou, continua ainda fazendo soar
este aviso. Chamando as pessoas. E isso se faz através da sua Palavra, através
das boas novas da salvação, através da mensagem do evangelho e do Espírito
Santo que está neste mundo convencendo os seres humanos do pecado e da justiça
e levando-os a Jesus. Será que você já ouviu essa voz? O Mestre está aqui e te
chama.
Maria estava em casa, sentada, talvez chorando. Ao
ouvir o recado de Marta, levanta-se e vai se encontrar com Jesus. E é
interessante que ao vê-lo, ela fala a mesma coisa. "Tendo, pois, Maria
chegado aonde Jesus estava e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe:
Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido." Com Maria
ele não fala tudo aquilo que falou com Marta. Talvez porque Maria já tivesse
escutado todas essas coisas quando ela se sentava aos pés de Jesus para ter
comunhão com ele, enquanto Marta estava ocupada com outras coisas. Mas nesse
momento, ele vai direto aos sentimentos dela. "Jesus, pois, quando a
viu chorar e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em
espírito e perturbou-se." Ele se comove junto com ela, sente-se
inteiramente empático com a tristeza de Maria. E dirige-se ao lugar onde é o
sepulcro. Marta com sua pequena fé chega onde Jesus está, e duvida quando Jesus
diz para retirarem a pedra e abrirem o sepulcro: “está cheirando mal, tem
quatro dias”. E ele diz a ela: “Não te hei dito que, se creres, verás a
glória de Deus?”.
O pecado, como já disse, trouxe a morte e com esta
estamos todos sujeitos ao juízo de Deus. Mas quando a Bíblia fala em juízo, não
está falando de nós nos sentarmos em um tribunal com um juíz na nossa frente
perguntando o que fizemos de bom e de errado, e que vai trazer testemunhas para
decidir se ficaremos presos por uns dias. Isto não é o juízo que a Bíblia fala.
Podemos entender que esse julgamento é na verdade, uma sentença. O juízo final
que muitos esperam como um julgamento não é uma sessão final de um julgamento
para decidir quem vai ser salvo, quem é culpado e quem é inocente. Não! O juízo
final é a lavratura da sentença quando todos os seres humanos que não foram
salvos antes, entrarão na presença de Deus para receber a sentença: - você vai
para o lago de fogo, será dito. - Por quê? - a pessoa pode perguntar. - Por
causa dos seus pecados! - Os livros serão abertos, a vida das pessoas serão
escancaradas e não terá nada a favor delas.
Deus é injusto? Não, de maneira nenhuma! Deus é
justo e gracioso, porque antes disso Ele deu chance para todas essas pessoas
para que cressem em Jesus, para que O aceitassem como Salvador. Por que quando
Jesus veio ao mundo, como eu disse, não veio para curar pessoas, embora ele
tivesse curado a muitos, mas ele veio com uma obra muito específica: morrer na
cruz. Por que ele sabia que um cordeiro precisava ser sacrificado, um ser
humano inocente tinha de ser sacrificado no lugar de todos os culpados para
haver salvação para essas pessoas. E ele foi até a cruz e tomou os nossos
pecados sobre si, ele foi julgado por Deus na cruz e aqueles que crêem nEle
agora recebem o perdão. Não recebem um julgamento onde serão pesados todos os
seus atos. Receberá simplesmente o perdão, que é o que esperamos em vida. E o
que é o perdão? Se alguém tem uma dívida em um banco e recebe uma carta onde
consta que sua dívida foi perdoada, o que fazer? Pegar o cofrinho das crianças
e todas aquelas moedinhas e dizer que quer ajudar no perdão da sua dívida?
Claro que não! É pra ser esquecido, a dívida foi perdoada, não precisa dar um
centavo sequer. Está tudo resolvido. Isto é o que Deus oferece para o ser
humano hoje. Deus é misericordioso e paciente ao extremo. Deus é salvador!
E Lázaro é o protótipo do homem. Pecador, ainda que
aparentemente justo, um bom homem, certamente, que era amigo de Jesus, mas
ainda assim fisgado pela morte, que o levou para aquele destino que o pecado
leva. Mas Cristo o resgata da morte e o ressuscita. Como um protótipo também de
todos aqueles que creem em Jesus e serão um dia ressuscitados ou transformados,
alguns até mesmo antes da morte.
Esse portanto, foi o dia em que Jesus não curou
Lázaro, mas foi o dia em que Jesus ressuscitou seu amigo. Porque essa é a obra
que ele veio fazer aqui neste mundo.
Recebo muitos emails de pessoas incrédulas,
céticas, que geralmente contestam e dizem que Deus não é bom, que Deus é
terrível, que é um tirano, etc. Sempre lembro-e de uma passagem muito
interessante que mostra a maneira como Deus tratou o primeiro assassino que
surgiu na espécie humana, Caim. Ele matou seu próprio irmão por inveja e Deus,
que podia ter exterminado Caim de imediato, foi conversar com ele. Lemos isto
em Gênesis 4. Deus é este que vê um homem matar seu próprio irmão e ainda vai
perder tempo e conversar com ele. Um Deus de amor, misericórdia, um Deus de
graça. Notamos alguns detalhes que Ele fala com Caim no capítulo 4, versículo
9: "E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse:
Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" Claro que Deus sabia onde
estava Abel, o irmão.
Quando Deus perguntar alguma coisa a você, Ele não
quer saber o que você fez, porque Ele sabe! O que Ele quer é que você reconheça
o que fez. "E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão
clama a mim desde a terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua
boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra,
não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra. Então, disse
Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. Eis que
hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo
e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará. O SENHOR,
porém, disse-lhe: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será
castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que
o achasse. E saiu Caim de diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node,
da banda do oriente do Éden."
Deus deu uma chance para Caim, o pior homem que
apareceu, já no começo da criação. Deus foi falar com ele, colocou um sinal
para ninguém matá-lo e no entanto Deus não pôs esse sinal no seu próprio filho.
Os homens queriam matá-lo, os discípulos disseram “Senhor, acabamos de ir lá e
eles queriam matar o Senhor, vai voltar?” Vou voltar.
Deus não pôs um sinal no seu próprio filho, pelo
contrário, deixou que fosse feito maldito num madeiro. Por que diz que maldito
é todo aquele que for pregado no madeiro. E mesmo tendo feito o que fez, Deus
não permitiu que Caim fosse morto por alguém e também não se escondeu de Caim,
Deus não voltou a sua face. Caim é quem fala que Deus vai se esconder dele.
Mas Deus deixou que matassem seu filho, deixou que
seu filho se tornasse maldito sobre o madeiro e voltou a sua face,
efetivamente, do seu filho Jesus. Tudo aquilo que Caim merecia Jesus recebeu na
cruz. Este é o Deus de graça e misericórdia. É o mesmo que salva e ressuscita
Lázaro e é o mesmo Deus que lhe convida hoje, para que você creia nEle e receba
a salvação e o perdão dos seus pecados.