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Justificacao - Mario Persona

Justificação - Mario Persona



https://youtu.be/AziSUHCD6sM

Justificação
Mario Persona

Romanos, capítulo 3, a partir do versículo 19: "Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei."

Ouvimos falar muito nos dias de hoje em igualdade, direitos e democracia. E eu creio que não há um livro mais democrático e de maior igualdade do que a Bíblia. Quando lemos na Palavra de Deus que “todos pecaram”, fica claro que não há distinção nesse “todos”. A Palavra de Deus nivela os homens a uma mesma condição de pecadores, idênticos, onde um não é melhor que o outro, ou um alcançou alguma coisa a mais que o outro. Nesse sentido a Bíblia é única. Nas diferentes religiões e filosofias, encontramos as mais variadas ideias que consideram os homens diferentes entre si: uns são mais elevados, outros menos, uns são mais espirituais, outros menos, uns mais merecedores de alguma coisa, outros menos.

Porém na Bíblia lemos que “todos” pecaram. No seu estado natural todos os homens estão no mesmo nível, ou seja, são pecadores. E uma coisa curiosa é que a Bíblia nos fala também que nenhuma carne será justificada diante de Deus, pelas obras da lei. Isto por um lado deixa claro que não há justificativa diante de Deus pelas coisas que fazemos. Mas alguém poderia dizer que aqui se faz uma referência a lei. E que lei é esta? Obviamente é a lei que Deus deu aos judeus através de Moisés, os dez mandamentos, na qual mais tarde vários outros preceitos foram inseridos.

Supomos que, por exemplo, um ateu argumentasse: - “Eu não sou judeu. Como Deus irá me condenar baseado na lei se eu nem sei que lei é esta? Eu nem mesmo creio na existência de um Deus, como pode esse Deus, baseado em preceitos e em uma autoridade que eu também nego, querer me condenar?” Tal pensamento é interessante, porque não existe a possibilidade de um ser humano ser ateu, ao contrário do que todos pensam. Nem é possível um ser humano não incluir Deus em seus pensamentos, por uma razão bastante simples: ao contrário dos animais, todos temos um padrão moral. Todos somos guiados por padrões ou preceitos morais. Certo dia, eu estava conversando sobre isto com um ateu e sua réplica foi que os cristãos costumam sempre dizer que uma vez sendo ateu, ele não teria necessariamente que ser honesto, por exemplo e que poderia fazer tudo que quisesse, já que ele não crê na existência de Deus e nem que haja um juízo. Ele continuou afirmando que as coisas não são bem assim, que mesmo ateus fazem o bem, mas o fazem sem esperar se no fim de tudo, haverá ou não um juízo.

Perguntei a ele o que entendia por fazer o bem e como ele saberia o que é praticar o bem sem um padrão moral, sem uma baliza, sem uma referência. A resposta foi que o bem é aquilo que é feito para que haja harmonia na sociedade. Retruquei dizendo que isso é bom, mas pensemos em uma sociedade de traficantes. O bem ali é outro, o mal é diferente desse que nós professamos.

Obviamente, o que eu estava querendo dizer a ele é que até a própria noção dele de bem e mal é baseada numa cultura judaico-cristã que ele herdou, porque nasceu no Brasil. Se tivesse nascido na Índia provavelmente não veria nada de errado, por exemplo, uma viúva ser queimada junto com o corpo do marido morto, que é o que eles faziam até há poucos anos, quando por insistência de cristãos ocidentais, proibiram tal prática. Ou o que faziam na China, e ainda fazem às escondidas, quando matam afogado o filho primogênito, se este for uma menina, porque isso é considerado uma desonra à família. Ou ainda o que os esquimós faziam, quando abandonavam ao léu os seus velhos e doentes para que morressem congelados por não poderem sustentar nem a si mesmos. Tudo isto mudou em grande parte por influência de uma cultura judaico-cristã.

Mas o ateu com quem eu conversava, argumentou que isso não queria necessariamente dizer, que a cultura judaico-cristã seria a melhor. Ele disse que outras culturas são apenas diferentes, falou alguma coisa sobre relativismo moral, que é de fato, diferente. Por exemplo, todo o evangelho foi escrito por apóstolos que viveram debaixo do império romano. Império este que foi muito bem sucedido na época, que era muito organizado, com uma sociedade extremamente culta e com muito comércio, mas com alguns costumes que nós hoje, não aceitaríamos. Porque hoje eles seriam abomináveis dentro de uma visão ocidental moderna.

Por exemplo, a qualquer romano era permitido ter um garoto como seu escravo sexual. A pedofilia era aceita em todo o império romano como algo normal, sem problema algum. Era prática também comum que meninas, quando eram as primogênitas, e seus pais não a quisessem, fossem jogadas à beira das estradas. As próprias ruínas de Pompéia e Herculano que foram cobertas de cinzas pelo vulcão Vesúvio, quando foram desenterradas, o mundo todo ficou abismado com as pinturas que havia dentro das casas. Mesmo dentro de uma sociedade tão permissiva quanto a que vivemos, são consideradas imorais as pinturas que foram encontradas nas salas de jantar daquelas casas de família.

Note que estamos falando de uma sociedade extremamente avançada para a sua época mas que não seria aceita dentro dos moldes atuais, onde o bem estar comum é o que a caracteriza. E esta é a questão. É impossível ter moral, qualquer que seja, sem um referencial. No momento em que um ateu diz que não é bom matar alguém, quem pode questionar isso? Quem vai determinar, quem vai impor esse mandamento? Precisa ser alguém maior do que você, não pode ser você apenas, porque senão o que me obriga a obedecer o seu mandamento de não matar?

- Ora, eu gosto de matar, por que você vai me obrigar a não matar?

- Bom, então temos que ter uma autoridade, teremos que eleger alguém superior. E esta autoridade superior dirá o que nós devemos fazer. Ela precisa ser alguém e esse alguém é tão falho quanto nós.

Em suma, ainda que os homens desejassem não crer em Deus, para que uma sociedade funcionasse, eles teriam que inventar algum deus. E foi o que todas as civilizações fizeram.

Vivemos hoje numa sociedade em que um ateu só pode ser ateu porque ele já está dentro de uma sociedade previamente estabelecida, com padrões morais, leis, etc. Porque se isso fosse retirado seria impossível justificar até quem praticasse o bem, ou ainda determinar o que é fazer o bem. Então, até mesmo um ateu terá que ser julgado no final segundo as regras que Deus estabelece.-” Mas veja o meu caso, eu não conheço essas regras, sou um aborígene que nasceu no meio do mato, nunca ouví falar da Bíblia, nunca ouvi falar das leis de Deus”, alguém diria. - Mas Deus vai julgar assim mesmo. - E como Deus vai julgar? Baseado em que, se nunca li os dez mandamentos, não li a lei que você fala?

Houve um autor cristão chamado Francis Schaffer, morto em 1984, que escreveu algo que serve como parábola para explicar isto. Ele diz o seguinte: cada vez que nasce uma pessoa no mundo, ela nasce com um pequeno gravador invisível pendurado ao pescoço e todas as vezes que fala alguma coisa, que tenha o peso de um julgamento moral, o gravador é ligado automaticamente. Por exemplo, se ela disser que a luz está acesa, nada é gravado, mas se disser que Maria é preguiçosa, ou João é desonesto ou ainda que Antônio é mentiroso, ou seja, sempre que ela julgar moralmente alguém, isso aciona o gravador. E dessa forma, durante toda a vida daquela pessoa, o gravador será ligado e desligado e quando finalmente essa pessoa se encontrar com Deus e alegar que Ele não tem como julgá-la, porque afinal de contas ela nunca ouviu falar da lei de Deus, Este dirá então: “- Está bom, vamos julgar segundo a lei que você estabeleceu para que os outros andassem”. Então ligará o gravador para juntos escutarem o que há nele. Obviamente, ainda assim todos nós seríamos condenáveis aos olhos de Deus. Porque o nosso gravadorzinho iria contar tudo o que fizemos e que sabíamos ser errado.

Ele menciona isto, um pouco antes neste capítulo, quando fala dos judeus: "vocês ensinam que não se deve matar e vocês matam, ensinam que não se deve roubar e vocês roubam", e um pouco antes no capítulo 2, versículo14, fala daqueles gentios "que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho." O gravadorzinho vai aparecer nessa hora. Então não há como um ser humano escapar do juízo de Deus. Ou melhor, há uma forma e esta é a mensagem que trazemos aqui.

Em condições normais de temperatura e pressão não há como um homem escapar do juízo de Deus nem mesmo tentando por si mesmo, através de suas próprias obras, ser justificado diante de Deus. Este capítulo nos fala de justificação e este é um tema bastante interessante. Nenhuma carne será justificada. Todos nós precisamos de justificação e todos a buscamos o tempo todo. Mas, o que é ser justificado? Quando prestamos um vestibular estamos buscando justificação. O que é isto? A escola, a universidade, tem um padrão e ela diz que quem atingir este nível de padrão, está aprovado. Uma pessoa que consegue notas suficientes para atingir esse nível está justificada diante daquela escola. Existe uma justificativa para ela entrar ali, e quando passa no teste, está provando que é apta, que conhece o suficiente para cursar aquela universidade. A aprovação é a sua justificação.

Quando você vai procurar um emprego, o que faz? Escreve um currículo bem bonito com tudo o que sabe fazer, os cursos que fez, o que pretende apresentar de proveito para aquela empresa, etc. Nesse momento você está justificando a sua capacidade de ser contratado para aquela empresa. Mas ela irá contratar aquele que melhor justificado estiver para trabalhar naquele emprego. Quando um pai ou uma mãe fala que seus filhos são a razão do seu viver ou alguém diz amar muito uma pessoa e que ele ou ela é a razão do seu viver, essa é a sua justificativa para continuar vivendo.

Há pessoas, por exemplo, que busca no trabalho a sua justificação. Elas não se sentem úteis, não consideram sua vida digna de ser vivida se não trabalharem o bastante. Artistas e especialmente, atletas, buscam algo que é totalmente efêmero em termos monetários, a não ser que seja um atleta profissional, mas normalmente, um atleta se esforça, treina, transpira muito para poder participar de uma prova, a fim de atingir o objetivo e ganhar a medalha. Mas a medalha é alguma coisa? Não! Mas todo aquele esforço foi justificado agora pelo reconhecimento público de que ele é uma pessoa que está à altura, é uma pessoa digna e que vale a pena que esteja no mundo, porque ela justificou a sua existência através do seu esporte, ou do seu trabalho, ou do seus estudos. Todos buscamos uma justificativa, todos queremos ser justificados. Até um bandido.

Certa vez li uma matéria que explicava por que os ladrões procuravam atirar em pessoas que fugiam com o carro durante o assalto. Quando o bandido estava do lado do carro para assaltar e o motorista pisava no acelerador e tentava ir embora. A pergunta era por que ainda assim eles atiravam e matavam a pessoa que fugiu? O especialista explicava que no meio dos bandidos aquele que estava assaltando o motorista do carro, tem que se justificar de alguma forma. O produto do roubo é uma justificativa para o bandido perante os amigos e se ele não conseguiu fazer o que tinha que fazer, tem que trazer alguma justificativa, por isso ele pode falar: - Não roubei, mas matei! Ele não conseguiu escapar vivo de mim”.

Teremos de ser justificados diante de Deus um dia. Existiu um homem perfeito. Jesus, Deus que se fez carne e que veio a este mundo. Ele e a lei que fora dada, são o gabarito de Deus para o nosso vestibular, porque ambos são perfeitos. Logo podemos entender que Deus tem um padrão e um exemplo, porque Ele tem tanto um gabarito moral, ou seja, a lei, como tem um protótipo pessoal, um homem perfeito e nós não conseguimos atingir qualquer um desses dois.

Por que somos assim tão imperfeitos? Ora, porque somos totalmente pecadores. Isso é bastante claro na própria lei, dada por Deus a Israel, ou seja, os mandamentos: "sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus." Vamos tomar de exemplo o trânsito. Se entro numa rua que é contra-mão, só vou me sentir condenável no momento em que eu vir a placa indicativa. A lei é esta placa. Mas antes de eu enxergá-la, eu estava na contra-mão. Eu não sabia, mas estava, ainda assim podia ser multado. Não adiantaria alegar ao guarda que eu não sabia. Podia até saber, mas não vi a placa. O guarda de trânsito irá dizer que o problema é meu, pois a placa existe e estava ali. Então todos são condenáveis diante de Deus, não há como um homem escapar disto. E as boas novas entram na hora que Deus apresenta o que ele fez.

No versículo 21 lemos: "Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus". O que o apóstolo Paulo está querendo dizer com “agora”? Agora significa que nunca antes, em momento algum da história da humanidade isto havia sido mostrado, mas somente agora. "Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;".

Em um determinado momento da história Deus decidiu justificar o pecador sem lei. Mais adiante, no capítulo 4, lemos que aquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. Deus decidiu salvar e absolver o homem, agora de uma forma como nunca antes tinha sido revelada. Deus é quem justifica o ímpio. Não o justo, nem o correto moralmente ou bonzinho, mas o ímpio. Uma vez que não há como justificar homem algum pelo bem que ele faz, por que todos pecaram, todos estão debaixo da mesma condenação, todos sem exceção, terão seu gravadorzinho ligado ao final e serão acusados. Seus pecados estarão patentes a menos que Deus faça alguma coisa. E Ele fez! Isso “agora” se manifestou.

O versículo 24 do capítulo 3 de Romanos nos fala como é essa justificação que Deus agora oferece ao pecador. Sendo justificados gratuitamente pela sua graça. Uma coisa gratuita é algo que nós não pagamos, mas não é necessariamente uma coisa sem preço. Você pode ganhar um um carro como prêmio, e ele chegou até você gratuitamente, porque você o ganhou, foi presente, um prêmio de alguém, e claro que é gratuito para você, mas esse carro teve um custo. Muita gente trabalhou para produzi-lo, alguém trabalhou para comprar aquele carro. Alguém gastou dinheiro. Ele chega até você por graça, mas houve um custo por trás disso tudo. Quando se trata da nossa justificação, da nossa salvação, do perdão dos nossos pecados, esse custo foi pago por outro também, à semelhança do carro do nosso exemplo.

E é importante porém, lembrar que justificação não é perdão. Apesar de Deus perdoar o pecador, perdoar é uma coisa, justificar é outra. O perdão tem um significado negativo, é sempre uma resposta a algo ruim que fora feito: “pequei, preciso ser perdoado”. “Pratiquei um crime, preciso de perdão”. “Ofendi alguém, preciso que a pessoa ofendida me perdoe”. É Deus olhar para você e falar: “OK, você está perdoado, pode ir”. Já a justificação, significa Deus olhar para você e falar algo como: “OK, você serve, pode vir”. Ambos, perdão e justificação tem uma conotação bem diferente. O perdão é como se você praticasse um crime, fosse preso, alguém pagasse a sua fiança e o juiz falasse que você está perdoado, que pode ir. A justificação é mais que isso. Seria como se esse mesmo juiz falasse: “venha trabalhar comigo, você está convidado a trabalhar aqui”. São coisas diferentes. Somos justificados gratuitamente.

E você pode perguntar por que isso é grátis, assim como o perdão o é. A resposta é que Jesus, esse homem perfeito e sem pecado que conhecemos nos quatro evangelhos, que não podia pecar, que era totalmente livre de qualquer mancha, de qualquer nódoa, o Filho de Deus que veio ao mundo, que é Deus encarnado na pessoa de Cristo, um dia decidiu dizer sim para Deus. Adão no Éden, um dia decidiu dizer não. Quando Deus pediu a Adão que não fizesse determinada coisa, ou seja, comer do fruto de uma única árvore, que era a do conhecimento do bem e do mal, ele não obedeceu. A árvore e o fruto em si, não eram a coisa mais importante, mas a questão era “quem” estava pedindo. Era Deus. E Deus havia dito para que ele não comesse daquele fruto. Deus avisou que Adão e Eva morreriam se comessem. Mas para eles não fazia sentido algum o pedido, porque no Éden ninguém havia morrido até aquele dia, já que não havia morte, nem doença, não havia ali nada de ruim. Então não era para que eles obedecessem por medo da ameaça de Deus, mas sim porque Deus é Deus e Ele deu uma ordem, a fim de evitar que o homem morresse. Mas ele desobedeceu. E por isto todos os seres humanos se tornaram pecadores, todos caíram em pecado e todos somos descendentes desse casal que caiu.

Então chega o dia em que Jesus, vem a este mundo e Deus diz a Ele: - Está vendo aquele madeiro? Vá lá para morrer. - Façamos uma comparacão com o que Deus disse a Adao: - Não vá comer do fruto daquela árvore, porque se você comer, irá morrer.- E para Jesus, Deus diz o contrário. E qual a resposta que Jesus Lhe dá? É algo como “eu não quero morrer, não vou, não tenho nada a ver com isto”? Não! Ele diz “sim, eis-me aqui”. Jesus fez aquilo que Adão ou qualquer outro homem fugiria para não fazer, mas Jesus faz consciente. Adão não sabia o que era morrer, mas Cristo vai ciente, por que já vira muita morte neste mundo. Desde a criação, por ser Deus, Ele tinha visto todas as mortes. Tinha visto toda a tragédia que o pecado trouxe a este mundo. Então ele tinha pleno conhecimento do que iria enfrentar. E quando é pregado na cruz, Jesus não morre como um mártir, como alguns gostam de pensar. Não morre como alguém que dará o exemplo para ser abnegado e morrer pelo próximo. Ele vai até ali como um sacrifício para substituir alguém.

Neste mesmo capítulo onde lemos sobre a justificação, o versículo 24 nos fala da redenção que há em Cristo Jesus. E aqui acho importante notarmos a diferença que há entre justificação, redenção, propiciação e remissão dos pecados. Justificação é sermos aceitos como estando aptos para entrar na presença de Deus porém não por nossa própria justiça, ou por nossas próprias obras, mas pela fé; redenção é ser comprado de volta. Exemplificando: uma pessoa que comprasse um escravo e o tirasse da escravidão, estava redimindo este escravo. Propiciação seria uma forma de atender às demandas de Deus em relação ao pecado. E remissão de pecados é justamente tirar de nós os nossos pecados.

Todas estas coisas que estão escritas em dois versículos extremamente ricos, se concretizam quando Jesus Cristo vai à cruz e morre no lugar do pecador. A responsabilidade da sua morte recai sobre todos os homens. Sabemos que há um momento em que se faz trevas sobre toda a terra e Deus trata com ele. Não é mais os homens tratando com Jesus, é Deus colocando sobre ele os pecados de todos aqueles que crêem e castigando-o como se fosse ele o pecador. É como se Jesus, diante de Deus, falasse que vai confessar sua culpas que na verdade, não são dele, mas de todas as pessoas pelas quais ele estaria morrendo, e assim, substituisse o castigo que essas mesmas pessoas teriam que receber. Foi uma morte substitutiva. Porém, isto não tira o fim do juízo. Deus irá julgar os homens, exceto aqueles que foram substituídos por Jesus na cruz. E quem são esses? A resposta está aqui: "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue". Fé tornou-se uma palavra muito genérica hoje em dia, todos a tem em grande quantidade! Mas que fé é esta que salva? É a fé no sangue. Isso pode soar tão estranho, tão diferente, mas é o que está dizendo a Palavra, que agora se manifestou. Não se trata de um sangue qualquer, mas o sangue de Jesus. Não há salvação nem justificação sem fé neste sangue: “para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus".

Você tem fé em Jesus e em seu sangue? Se Deus é o seu justificador, você está justificado, Deus deposita justiça na conta que você jamais teve e quando Deus retira o extrato dos seus pecados, o saldo é zero. Isto acontece com a pessoa que crê. Aquela conta que estava cheia, com um enorme saldo de pecados e zero de justiça, quando a dono da conta, crê em Jesus, no seu sangue derramado na cruz, na sua morte substitutiva, Deus deposita justiça e saca todos os seus pecados. Remissão dos pecados. Aquilo que você não tinha Deus dá, aquilo que você tinha Deus tira. Graças a Deus por isto, por que eram pecados apenas. Nada que eu pudesse apresentar de mim para Deus que é o Justificador daquele que tem fé em Jesus. É importante entendermos que a justificação é de Deus, é Ele quem a dá você. Não é você que se sente justificado, isso é uma iniciativa de Deus apenas. Note, não há nenhuma reação química no meu cérebro nesse momento, não há uma emoção qualquer que dê um estalo e eu perceba que agora sim, estou justificado! Absolutamente não! Ele diz que justifica, e se Ele diz isso, é exatamente isso o que acontece.

Se Deus diz que perdoa mas eu não me sinto perdoado, não interessa. Porque Deus não falou que aquele que se sentir perdoado será salvo. Não! Quem crê em Jesus será salvo, justificado e lavado. É isto. Não depende de como você sente, mas o que importa é o que Deus sente. E o Seu sentimento, está sendo dito na Sua Palavra, onde Ele é o justificador daquele que tem fé em Jesus. Logo, quando você tem fé em Jesus, Ele é o justificador. "Onde está logo a jactância?", interessante esta palavra no versículo 27. Significa vanglória, que apesar de a escrevemos com "n" acredito que sua origem venha das palavras vã glória, glória vã, ou seja, glória que não serve para nada, que não tem valor algum. Onde está logo a jactância? Onde está a vã glória? Isso nos põe a pensar.

Todos queremos ser justificados e todos nós, por natureza, buscamos meios de justificação em nós mesmos. Quando você conversa com uma pessoa espírita, ouvirá dela que a sua justificação será reencarnar ao longo de muitas eras e fazer o bem e muita caridade e que com isto ela vai eliminando o seu carma, que é aquela sua bagagem de pecados. Na maioria das religiões existe sempre o pensamento de que se a pessoa for fiel, se fizer isto ou aquilo, então será justificado diante de Deus. Mas não foi isto que foi falado a respeito da lei? Ela, a lei, é um conjunto de normas. E lemos que mesmo que estas fossem atendidas, não há como alguém ser justificado por elas.

Mesmo entre cristãos protestantes ou evangélicos encontramos um evangelho ou uma forma de crer mais ou menos assim: se eu for até Jesus de todo meu coração, deixar de lado os vícios, parar de beber, parar de fazer isto e aquilo, então serei aceito por Ele. Isto nada mais é que a justificação própria. Sempre preciso acrescentar alguma coisa que seja necessário fazer, para que Deus possa me justificar. Isso no fim, é a minha justificação. Sou eu fazendo algo. Mas não há absolutamente nada que eu possa apresentar de mim mesmo a Deus para minha justificação! Onde está logo a jactância? Onde está a vanglória? Se eu achar que tenho feito alguma coisa que me justifique diante de Deus, estou negando a gratuidade da justificação que Ele me dá. Eu posso até achar que tive uma vida feliz, meus filhos foram obedientes, que isso justificou a minha existência aqui neste mundo, mas nada disto permanece. Os filhos de repente mudam, viram outra coisa diferente do que eram quando pequenos.

Há pessoas que acreditam que ganhar dinheiro fará com que sua existência seja justificada, outras pensam que se fizerem grandes obras, grandes cidades enfim, isso as justifica, mas tudo isto também passa. Há tantas grandes cidades enterradas pelo mundo, que sumiram debaixo d'água. Vemos pelos documentários que mergulhadores descobrem cidades magníficas, pessoas ricas e famosas que andaram ali e que agora estão todas debaixo d'água. Logo, podemos notar que estas formas de justificação própria perecem.

Se eu achar que tenho algo para apresentar a Deus, algo que justifique a minha existência aqui, e mesmo essas coisas sendo muito boas, como meus filhos, minha família, meu trabalho, as entidades assistenciais que eu ajudo, o meu conhecimento da Bíblia etc, isso não muda nada. Muitas pessoas acham que conhecendo bastante a Bíblia estão com sua existência aqui, justificada. Acreditam que se pregarem bastante o evangelho serão justificadas. Acreditam que tiveram uma serventia neste mundo, se sentem úteis. Porém, repito, não há nada que possamos fazer em troca da justificação, porque ela não está à venda!

Pense sobre isto. Faca um exercício. O que pode lhe justificar? É Deus quem justifica ou você mesmo? Deus lhe justifica pela fé no sangue de Jesus ou são suas obras, seu conhecimento religioso, seu dinheiro ou família? O que afinal, lhe justifica? O versículo diz que sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue. Pensemos sobre isso e demos graças a Deus.